Contribuído por Cristão Antitípico.
No artigo
anterior eu mostrei que muitos estudiosos do
protestantismo clássico tiveram interpretações conflitantes sobre o sentido das
palavras de Jesus em Mateus
24:34 sobre a geração que não passaria; alguns
deles até ensinaram que suas gerações veriam a volta de Cristo e marcaram até
mesmo datas para isso. Por exemplo, a data de 1914 foi originalmente proposta por um teólogo da igreja batista chamado Edward Bishop Elliot em seu livro Horae Apocalypticae. (2ª edição, p. 261) Outros contemporâneos de Elliot marcaram datas próximas, como 1917 ou 1923 para a volta de Cristo. Nenhum desses, entretanto, é chamado por protestantes de “falso profeta”.
Também mostrei que há uma diferença entre “profetizar/fazer profecia” e “interpretar a profecia”. As Testemunhas de Jeová (TJs), embora tenham sido exageradamente enfáticas em suas interpretações proféticas em resultado da convicção inabalável de que estão na “organização de Jeová”, nunca alegaram fazer profecia, assim como é também o caso de muitos eruditos protestantes que tentaram calcular os números de Daniel e eventualmente marcaram datas para o fim dos sete tempos dos gentios, mas as TJs sempre apresentaram a interpretação profética, a qual provou-se errada no passado – o que é admitido pela própria organização.
Neste artigo, começo explicando qual foi a interpretação da liderança das TJs no século passado quanto a Mateus 24:34, qual é a atual, e mostro por que esta está errada. No próximo e último artigo, mostro qual é a interpretação que creio estar em harmonia com a profecia bíblica.
A geração de 1914
O primeiro entendimento que a liderança das TJs teve sobre a geração que não passaria pode ser lido nas duas citações a seguir:
Jesus deu algum indício quando disse: “Deveras, eu vos digo: Esta geração [que tem existido desde 1914] de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.” É vital saber o que se acha incluído em “todas estas coisas” a que Jesus se refere. [Os colchetes são do artigo. O grifo em vermelho é meu.][1]
Então, qual é a “geração” que “de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram”? Ela não se refere a um período de tempo, que alguns tentaram interpretar como sendo de 30, 40, 70 ou mesmo 120 anos, mas, em vez disso, refere-se a pessoas, às pessoas vivendo no “princípio das dores de aflição” deste sistema condenado do mundo. É a geração de pessoas que viram os eventos catastróficos que irromperam em conexão com a Primeira Guerra Mundial, a partir de 1914.[2] (O grifo em vermelho é meu.)
Eu concordo com as palavras que asseguram que “esta geração” em Mateus 24:34 não se refere a um número de anos, mas às pessoas que vivem durante um período. Segundo o antigo entendimento, “esta geração” seria uma referência àquelas pessoas que estavam vivas em 1914, isto é, pelo menos algumas dessas pessoas viveriam até a grande tribulação. Se eu vivesse em 1914 (e nos anos posteriores) e em associação com a Torre de Vigia, eu também teria defendido com afinco que a geração de 1914 veria a grande tribulação, pois tudo parecia indicar isso. Portanto, eu não critico tal entendimento, apesar de ele estar errado, pois fazia muito sentido pensar isso na época.
Entretanto, é evidente que a geração das pessoas vivas em 1914 já passou, pois estamos em 2023 a quase 110 anos de distância. Tirando as raríssimas exceções, ninguém que nasceu antes daquele ano vive hoje. Então, o Corpo Governante (CG) inventou um entendimento absurdo sobre a geração que não passaria até o fim do sistema – a geração sobreposta.
A geração de “ungidos” – o novo entendimento
A revista A Sentinela de 1º de junho de 1997, p. 28 disse sobre o entendimento do século passado:
Muitos textos bíblicos confirmam que Jesus não usou o termo “geração” com respeito a um grupo pequeno ou distinto, referindo-se apenas aos líderes judaicos ou somente aos seus discípulos leais. Antes, ele usou “geração” ao condenar as massas de judeus que o rejeitaram. Felizmente, porém, alguns individualmente puderam fazer aquilo a que o apóstolo Pedro os exortou no dia de Pentecostes, quer dizer, arrepender-se e ser “salvos desta geração pervertida”. — Atos 2:40.
... Pedro estava falando dos judeus descrentes daquele período — alguns talvez sendo bastante jovens, e outros mais velhos — que ouviram o ensino de Jesus, viram ou ouviram falar dos seus milagres, e não o aceitaram como o Messias.
O entendimento anterior era de que a referência de Jesus no primeiro século para “esta geração” era os judeus descrentes; na aplicação antitípica para a nossa era, a conclusão seria de que a última geração de pessoas deveria ser em relação aos descrentes. Isso foi afirmado pela liderança da Torre de Vigia com a fraseologia “muitos textos bíblicos comprovam”. Entretanto, no século corrente, o CG passou a ensinar exatamente o oposto disso.
A revista A Sentinela de 15 de fevereiro de 2008, na página 23, trouxe o artigo de estudo “O que a presença de Cristo significa para você?”. Do parágrafo 11 em diante o Corpo Governante refuta o que tinha escrito em 1997:
11 . . . Visto que Jesus não usou adjetivos negativos ao falar com eles sobre “esta geração”, os apóstolos com certeza devem ter entendido que eles e os outros discípulos fariam parte da “geração” que não passaria ‘até que todas essas coisas tivessem ocorrido’.
13 . . . De modo que Jesus por certo se referia a seus discípulos quando declarou: “Esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.”
15 . . . Como grupo, esses ungidos compõem a atual “geração” de contemporâneos que não passará “até que todas estas coisas ocorram”. Isso indica que alguns dos irmãos ungidos de Cristo ainda estarão vivos na Terra quando a predita grande tribulação começar.
A nota de rodapé nesse parágrafo explicou:
. . . o período no qual “esta geração” vive parece corresponder ao período abrangido pela primeira visão do livro de Revelação. (Rev. 1:10-3:22) Esse aspecto do dia do Senhor se estende desde 1914 até que o último dos fiéis ungidos morra e seja ressuscitado.
O CG ensina que, visto que Jesus falou em particular com seus discípulos e que não usou adjetivos negativos logo após a palavra “geração” (tal qual “pervertida”), então ele “por certo se referia aos seus discípulos”.
Notamos aqui um salto grande do entendimento anterior para o entendimento do CG. O CG foi de ‘muitos textos provam que Jesus não se referia aos seus discípulos’ (anterior) para ‘por certo Jesus se referia aos seus discípulos’ (atual). Esta comparação por si só prova que não podemos ter qualquer segurança de que este entendimento esteja certo.
As conclusões antagônicas do Corpo Governante |
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1997 |
‘muitos textos bíblicos comprovam que Jesus não se referia aos seus discípulos’. |
2008 |
‘Jesus por certo se referia aos seus discípulos'. |
Entretanto, o problema ainda persiste, pois a geração de cristãos vivos em 1914 (ano em que os sinais do fim aparentemente começaram a se cumprir)[3] também já passou. Por causa disso, o CG inventou a teoria absurda da “geração sobreposta”, a qual consiste em alegar que pessoas que nasceram muito depois de 1914 fazem parte da geração de 1914 porque conviveram com pessoas que fizeram parte da geração de 1914 – isso não tem cabimento.
A “geração sobreposta” e o exemplo de José – uma escolha arbitrária
A suposta “base” para a geração sobreposta do CG é o texto de Êxodo 1:6, o qual diz:
Por fim José morreu, bem como todos os seus irmãos e toda aquela geração.
O CG argumenta que qualquer pessoa que tenha nascido logo antes de José morrer fazia parte da “geração de José”; da mesma forma, qualquer cristão “ungido” que esteve vivo antes do último “ungido” da geração de 1914, faz parte da geração de 1914. Isso é evidentemente forçado demais, e o paralelo com Êxodo 1:6 nem mesmo é transferível para o entendimento do CG.
A expressão “geração” tem sentido cronológico, conforme usada por Jesus em Mateus 24:34, não étnico; assim, na expressão “a geração de José”, o núcleo referencial está em José, e todas as pessoas que estavam vivas na época de José eram parte da “geração de José”. Na expressão “a geração de 1914”, a mesma lógica deve se aplicar, e somente quem estava vivo em 1914 poderia fazer parte da geração de 1914, pois o núcleo referencial tem de ser apenas o ano de 1914. Por exemplo, se alguém nasceu em 1913, fez parte da “geração de 1914”, mas se nasceu em 1920, não pode fazer parte da geração de 1914, embora conviva com quem viveu em 1914 – não sei como isso poderia ser mais claro. Portanto, não existe uma “geração sobreposta” no sentido que o CG usa a expressão. A única sobreposição possível é de que pessoas que estavam muito velhas em 1914 e pessoas que eram bebês em 1914 façam parte da “geração de 1914” – esta é a única sobreposição logicamente aceitável.
Além do paralelo com a geração de José ser errado, devo deixar claro que o termo “geração” possui algumas referências na Bíblia, conforme mostro em seguida; assim, com que base o CG opta justamente por Êxodo 1:6, sendo que não possui relação alguma com Mateus 24:34? Esta é uma escolha arbitrária, além de imprecisa.
O que a Bíblia diz sobre geração é o seguinte:
(Gênesis 15:13-16) E Ele disse a Abrão: “Tenha certeza de que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não é deles, e o povo ali os escravizará e afligirá por 400 anos. 14 Mas eu vou julgar a nação a que eles servirão, e depois disso eles sairão com muitos bens. 15 Quanto a você, irá em paz para os seus antepassados; será enterrado numa boa velhice. 16 Mas, na quarta geração, eles voltarão para cá, porque o erro dos amorreus ainda não atingiu a plena medida.”
Quantas gerações são 400 anos? Veja que o texto equipara 400 anos a quatro gerações. Ou seja, cada geração, segundo esse texto, tem em média 100 anos. (400/4=100) A Bíblia também diz:
(Deuteronômio 5:9) eu, Jeová, seu Deus, sou um Deus que exige devoção exclusiva e traz punição pelo erro dos pais sobre os filhos, sobre a terceira geração e sobre a quarta geração daqueles que me odeiam.
(Jó 42:16-17) Depois disso, Jó viveu 140 anos, e viu seus filhos e seus netos, até a quarta geração. 17 Por fim, Jó morreu, depois de uma vida longa e satisfatória.
Nesses textos a palavra “geração” tem a ver com filiação. 1) O pai; 2) O filho; 3) O neto; 4) O bisneto – quatro gerações que correspondem a 140 anos no livro de Jó. Então só existem duas referências cronológicas na Bíblia para a “geração”: 1) Referência numérica de 100 anos; 2) Referência à prole; tudo que for além disso é invenção de homens.
Portanto, aqui temos provado falso o entendimento do CG da “geração sobreposta”.
Quando começou a última geração nos tempos de Jesus?
Devo esclarecer que Jesus não disse: “a geração que começar a ver os sinais não passará até que todas as coisas ocorram”. Antes, ele disse claramente: “Esta geração não passará”. Ou seja, a geração começou a ser computada naquele momento. Isso não significa que cada e toda pessoa que estava viva naquela época viu a destruição de Jerusalém em 70EC, mas pelo menos alguns sobreviveram até tal ano.
Se dermos uma aplicação antitípica para isso, da mesma forma como muitas profecias em Mateus 24 possuem aplicação antitípica em nossa era, teremos um problema sério: não sabemos quando a última geração começa a ser computada. Por quê? Porque não temos uma referência cronológica antitípica. A liderança das TJs usa os sinais (no caso, as “guerras”) como referência cronológica; entretanto, as palavras de Jesus não devem ser computadas a partir do início dos sinais. Lembre-se de que Jesus não disse aquilo que o CG vive dizendo que Jesus disse, a saber, que a geração que “começaria a ver os sinais não passaria”; antes, Jesus disse: “Esta geração [“que está viva agora”] não passará” – a geração começou quando as palavras foram proferidas, não quando os sinais começaram a acontecer; pois quando os sinais começaram a acontecer, a geração já estava sendo computada. Assim, não temos paralelos modernos para saber quando começa a última geração.
Conclusão
No século passado, fazia total sentido acreditar que as pessoas vivas em 1914 veriam o fim deste sistema; portanto, não critico tal erro. Visto que tal entendimento provou-se errado, o CG teve de alterá-lo. Assim, o CG deu um salto grande: o magistério foi ‘muitos textos provam que Jesus não se referia aos seus discípulos’ para ‘Jesus por certo se referia aos seus discípulos’.
A única sobreposição aceitável é de pessoas que já estavam em idade avançada em 1914 com aqueles que eram bebês naquele ano. Não existe essa “geração sobreposta” após 1914 inventada pelo CG.
O início da geração que veria a destruição de Jerusalém em 70EC começou a ser computado a partir do momento em que Jesus proferiu a profecia, não a partir do início dos sinais que precederiam a destruição da cidade. Portanto, não podemos saber quando será o início da última geração da igreja caso façamos uma aplicação antitípica dessa profecia.
A escolha pelo texto de Êxodo 1:6 como referência para “geração” é totalmente arbitrária e está mal interpretada, pois nem mesmo este texto abre margem para a interpretação atual do CG. O máximo de anos que uma geração possui na Bíblia como referência é 100 anos, e esta é uma referência bastante clara. Tudo que for além disso é invenção de homens. Portanto, concluo que não há dúvidas de que o entendimento do CG está errado. Ele é, na mais pura verdade, um tiro na lua.
A mais pura verdade é que o CG ensina isso porque tal ensino significa que os membros do CG estarão vivos até a grande tribulação, pois eles mesmos (ou alguns deles pelo menos), acreditam ser essa “segunda parte” da geração de 1914. Assim, este ensino é perigoso, pois dá poder absoluto aos membros do CG, tornando-os o próprio cumprimento a profecia.
Este entendimento deve ser anulado. No próximo artigo, mostro qual parece-me ser o entendimento mais plausível em conexão com as Escrituras.
Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
[1] A Sentinela de 15 de novembro de 1965, pp. 678-679:
[2] A Sentinela de 15 de abril de 1981, p.31.
[3] Eu concordo com o entendimento de que Mateus 24 e Apocalipse 12 começam a se cumprir a partir de 1914, e que este ano seja especial na história. Não tenho certeza de todos os detalhes nem de todas as alegações feitas, mas de forma geral, considero conciso o entendimento das TJs.
Comentários
Sobre os dois comentários acima, o foco não é “senso de urgência”, o foco é seguir o exemplo de Cristo, viver a vida Cristã que Jeová espera de nós pois Jeová não é o Deus da ansiedade nem o Deus do medo, ele é o Deus feliz! Mudemos o foco dentro de nós mesmo baseado nessa promessa de nosso Senhor Jesus:
João 11:25:
𝐃𝐢𝐬𝐬𝐞-𝐥𝐡𝐞 𝐉𝐞𝐬𝐮𝐬: "𝐄𝐮 𝐬𝐨𝐮 𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐬𝐮𝐫𝐫𝐞𝐢çã𝐨 𝐞 𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚. 𝐀𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐜𝐫ê 𝐞𝐦 𝐦𝐢𝐦, 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐦𝐨𝐫𝐫𝐚, 𝐯𝐢𝐯𝐞𝐫á; - ACF
Exercendo fé em Jesus (TNM) somos a escatologia de nós mesmos!
Paulo e Pedro em algumas de suas cartas esperavam (vivamente) a parusia de Jesus para seus dias, em suma, sua geração e, o próprio contexto de Mateus 23, no meu entender, refere-se exclusivamente àquela geração.
E qual o problema de aceitar isso?
Por que temos de “escatologizar”, aceitar tipos e antítipos, cumprimento menor e cumprimento maior de absolutamente tudo o que Jesus disse (incluo aqui todos os profetas também)?
A organização, ao inventar a “geração sobreposta”, nada mais fez que dar sobrevida, cuidar paliativamente de um dogma que agora já se mostra morto (para quem tem o mínimo de entendimento). Se ela puxar os fios do aparelho e encerrar de vez esse dogma da “geração” isso afetaria os irmãos hoje? Não sei – por isso esse assunto está sendo levado em banho-maria até que se caia no esquecimento em paralelo ao processo de infantilização dos irmãos. Se a geração de 1914 já não é uma doutrina mais válida, (e não é) – pois a famigerada Despertai afirmava: “não passará!” Mas passou –, como fica a entronização de Jesus? Pois ambas as interpretações ‘se cumprem’ [sic] começam a partir daí? Pode uma subsistir sem a outra? No mínimo, interessante. No aguado do próximo post!
Permita-me com todo respeito fazer um comentário sobre a questão da geração.
Eu li em outras postagens suas que o entendimento das escrituras ocorre progressivamente mesmo que os pesquisadores estejam recebendo a orientação do espírito santo. Eu até posso concordar com isso desde que tais pesquisadores não tornem aquilo que entendem sobre determinado assunto em um dogma a ser seguido pelos fiéis, como “sempre” foi o caso do corpo governante, por exemplo na questão da “geração de 1914 que não passaria”, eu mesmo deixei de fazer faculdade porque acreditei sinceramente nisto, afinal de contas foi estabelecido como ensino claro e correto pelo corpo governante, eu conheço pessoas da minha época que não se casaram e portanto não constituíram família por observar de perto tal “doutrina estabelecida” sobre a geração.
Eu fico me perguntando aonde estava a direção do Espírito Santo? Será que a direção do Espírito Santo levaria homens a estabelecerem ensinos que “prejudicaram” pessoas sinceras e honestas??
Agradeço desde já sua compreensão.
Abraço
Obrigado por seu comentário. Não sei se me expressei mal; eu concordo com você. (Uma OBS: "espírito santo" se escreve com letra minúscula, visto que não usamos isso como título de pessoa.)
Quando há erro, é porque não houve direção do espírito santo, mas as pessoas foram enganadas pela própria crença de que são especiais. O espírito santo não direciona ninguém ao erro.
A direção do espírito santo não é o que o CG diz que é, a saber, não é a crença de que o eles oram em conjunto e, quando todos chegam à mesma conclusão, é o espírito santo agindo. Isso aí é credulidade, não orientação.
A orientação é outra coisa. (Leia Atos 8-11 e verá um belo exemplo de orientação.)
Abraço.