Contribuído por Cristão Antitípico
Índice: 1. O Corpo Governante passou a negar a profecia inspirada? 2. Como o protestantismo interpreta a profecia de Joel 2:1-11? 3. Existe relação entre Joel 2:1-11 e Apocalipse 9:1-11? 4. Quem é “aquele que vem do norte”? (Joel 2:20) 5. Os gafanhotos são “aquele que vem do norte”? 6. Os gafanhotos proféticos são da parte de Deus, não do Diabo 7. Conclusão |
No presente artigo discuto o ajuste que foi apresentado em A Sentinela de abril de 2020, no artigo intitulado “Um ataque que vem do norte”, pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. Discuto também a força motriz de tal mudança, a saber, uma nova forma de enxergar os escritos sagrados. Apresento também algumas interpretações do protestantismo; por fim, mostro porque creio fortemente que o entendimento que foi anulado pelo Corpo Governante estava correto e que a visão apresentada em 2020 está completamente errada.
O Corpo Governante passou a negar a profecia inspirada?
Em anos recentes o Corpo Governante (CG) das Testemunhas de Jeová (TJs) aparentemente deixou de crer que a Bíblia é plenamente inspirada por Deus; isso ocorreu na última década gradativamente, mas essa postura foi oficializada com a nova visão teológica do magistério sobre tipos e antítipos em A Sentinela de 15 de março de 2015.
Durante mais de um século as TJs
defenderam que cada relato na Bíblia é inspirado por Deus e tem sentido
independente para nós; atualmente, porém, o CG ensina que os relatos
veterotestamentários não possuem sentido independente, mas apenas estão ali
para retratar uma visão genérica dos atributos de Deus e algumas lições de fé. O
próprio CG chamou isso de “UM MODO MAIS SIMPLES E
CLARO DE EXPLICAR PASSAGENS BÍBLICAS” em 2015. Em
resultado disso, os estudos de livro de congregação e de A Sentinela se
tornaram repetitivos, infantilizados, desestimulantes, superficiais e triviais.
A consequência disso é que se você for às reuniões uma vez ao ano ou toda a
semana no fim das contas o ensino é o mesmo; se você assistir a
todos os discursos bíblicos feitos por anciãos em congressos e em reuniões, a
sensação é que você ouviu sempre o mesmo discurso. O ensino atual não apela à interatividade, o que o torna desestimulante e tedioso. Não é por menos que há uma onda de irmãos desanimados.
Muitas mudanças descabidas têm sido feitas pelo CG na última década. Listo algumas delas:
1. O novo entendimento absurdo sobre a ‘geração que não passará’;
2. O novo entendimento sobre “ressurreição de vida” e de “julgamento” em João 5:28, 29;
3. O entendimento de 2013 sobre a identidade do “escravo fiel”;
4. A mudança sobre tipos e antítipos oficializada em 2015;
A mudança sobre tipos e antítipos foi a mais revolucionária da história da Sociedade Torre de Vigia desde a época dos Estudantes da Bíblia – é uma nova forma de olhar para a Bíblia, uma abordagem em relação ao texto sagrado que consiste de enxergar a Escritura como um livro de lições morais. Em resumo, é isso: para o CG, o elemento profético e os detalhes são ignorados, mas os relatos servem apenas para nos dar uma visão geral dos atributos de Deus. Em resultado dessa visão, surgiu em 2020 um novo entendimento sobre a profecia de Joel 2:1-11. (Clique aqui e leia.)
Como o protestantismo interpreta a profecia de Joel 2:1-11?
Conforme sabemos, o protestantismo possui muitas seitas com doutrinas conflitantes; eles não são ‘um só, assim como Jesus e Jeová são um’. (João 17:22) Assim, cada seita protestante dará uma interpretação diferente sobre a profecia bíblica. A seguir apresento alguns entendimentos do protestantismo sobre a profecia de Joel:
1. Segundo alguns seguimentos do protestantismo, essa profecia se relaciona com Apocalipse 9:1-11 e teria se cumprido em 1910 em Jerusalém quando uma nuvem de gafanhotos infestou a cidade;
2. Outros protestantes que também reconhecem a conexão de Joel 2:1-11 com Apocalipse 9:1-11 afirmam que esses gafanhotos são demônios que serão soltos durante a grande tribulação para devastar as propriedades das pessoas que não pagam o dízimo;
3. Outros afirmam que não são demônios e que a profecia de Joel 2:1-11 não tem relação com Apocalipse 9:1-11, mas que a aplicação profética se limita à antiga Judá e não tem sentido escatológico para a igreja/congregação. Estes geralmente identificam “os gafanhotos” com a antiga nação de Babilônia.[1] O atual Corpo Governante das TJs adotou também tal visão.[2] Isso é heresia.
As interpretações variam bastante no protestantismo, embora os escritores clássicos identifiquem os gafanhotos de Joel comumente com a antiga Babilônia e à destruição de Jerusalém pelas mãos dos caldeus.
As TJs por muitos anos entenderam essa profecia em harmonia com Apocalipse 9:1-11, aplicando ambos os relatos ao trabalho de pregação feito pelas zelosas Testemunhas no tempo do fim. Em outras palavras, os gafanhotos de Joel 2:1-11 eram compreendidos como sendo os mesmos de Apocalipse 9:1-11, e isto estava certo; além disso, a organização ensinou que tais gafanhotos representavam as Testemunhas e seu destemido, inaudito e imparável trabalho de pregação, semelhante aos atributos dos gafanhotos. Isso deu muita coragem para todas as Testemunhas por muitas décadas. Visto que esta é uma aplicação profética, não posso estabelecê-la como verdade incontestável, mas parece-me muito plausível e a acho encorajadora e edificante.
Em 2020, o CG anulou esse entendimento e não mais enxerga uma aplicação antitípica na profecia de Joel 2:1-11, tampouco a relaciona com Apocalipse 9:1-11. Isso torna os membros do CG culpados de heresia e eles devem ser desassociados.
Fato: |
Os gafanhotos de Joel 2:1-11 são relacionados com Apocalipse 9:1-11. |
Hipótese: |
Eles representam as TJs em seu destemido e impávido trabalho de pregação. |
Heresia: |
O atual CG nega a relação entre Joel e Apocalipse, anulando o elemento profético. |
Existe relação entre Joel 2:1-11 e Apocalipse 9:1-11?
Veja estas duas possibilidades:
1. (Entendimento de 2020) A similaridade na descrição dos gafanhotos entre Joel 2:1-11 e Apocalipse 9:1-11 é coincidência pura e, portanto, os relatos são distintos em essência;
2. (Entendimento anterior) A similaridade é intencional e, portanto, os relatos são interconectados profeticamente;
Se a similaridade não foi intencional, foi coincidência; e se não foi coincidência, é porque há relação profética entre os dois relatos. Não sei como eu poderia usar um argumento mais persuasivo do que este. Seguramente essas profecias estão interligadas, e esta conclusão é a mesma de muitos comentaristas bíblicos, embora o atual CG não mais reconheça isso porque não acredita mais na inspiração plena da Bíblia.
Qual o argumento usado pelo CG para separar Joel 2:1-11 de Apocalipse 9:1-11? O CG apontou que há certas diferenças nas descrições do povo semelhante a gafanhotos nos dois relatos. Veja abaixo a citação de A Sentinela de abril de 2020 onde o CG compara o povo semelhante a gafanhotos nos dois relatos:
Joel |
Apocalipse |
Eles vêm do norte [x] |
Eles saem de um abismo √ |
Eles devastam a vegetação √ |
Eles não atacam a vegetação √ |
Eles são afastados por Jeová [x] |
Eles terminam seu trabalho √ |
Eles representam o exército de Babilônia que invadiu Jerusalém em 607 antes de Cristo [x] |
Eles representam os cristãos ungidos, que proclamam com coragem os julgamentos de Jeová. √ |
Três das diferenças apresentadas são erros de interpretação; apenas uma diferença está correta na coluna da esquerda, a saber, que o povo semelhante a gafanhotos de Joel “devasta a vegetação”, mas os gafanhotos de Apocalipse não. Entretanto, essa diferença não indica que os relatos não estariam interligados com elementos proféticos. Por quê? Porque muitos relatos tipológicos que se cumprem em Apocalipse recebem descrições adicionais com variações em relação ao relato veterotestamentário.[3] A profecia pode ser apresentada com novos detalhes em Apocalipse. João descreve a alegoria profética com algumas diferenças e nem por isso deixa de ser interligada ao relato de Joel – isto é perfeitamente possível, conforme provarei.
Ambos os relatos descrevem gafanhotos com características equinas, dentes de leão, barulho de carros em batalha, que causam danos, com características antropomórficas e buzina/trombeta. A conclusão do CG de que toda essa magnífica semelhança é não intencional, mas uma mera coincidência desconexa, é obviamente falsa. Isto está abaixo da linha do ridículo.
Assim, quando o CG conclui que todas essas semelhanças não significam nada, esta é uma guinada estranhíssima. Se tal ensino tivesse sido introduzido na década de 1970, irmãos em todo o globo se dissociariam da Torre de Vigia, mas visto que hoje o CG conseguiu poder absoluto sobre tudo e todos, os irmãos não têm mais coragem nem capacidade espiritual ou intelectual para confrontar qualquer diretriz da organização.
O ponto é que o CG ignora que paralelos proféticos não são idênticos em tudo. Vejamos alguns exemplos:
1. Jonas desobedeceu a Jeová e foi parar no ventre de um peixe. Ele não morreu de verdade, mas ficou vivo lá por 3 dias de forma milagrosa, assim como os 3 hebreus ficaram vivos na fornalha por direta interferência de Jeová nas leis da física. Isso prefigurou os 3 dias em que Jesus ficou morto. Entretanto, Jesus não ficou na sepultura vivo assim como Jonas ficou vivo no ventre do peixe, nem desobedeceu a Jeová para que isso resultasse na sua morte assim como Jonas desobedeceu à ordem de ir à Nínive. (Jonas 1:2, 3) Ainda assim, a tipologia é exata. (Mateus 12:40)
2. O reinado próspero de Salomão tipificou o reinado milenar de Cristo. Entretanto, Salomão traiu a Jeová ao cometer idolatria, mas Jesus não. Ainda assim, a representação profética é exata. (Mateus 12:42)
Há ainda muitos outros exemplos assim. Portanto, a premissa do CG, de que se todos os paralelos não forem idênticos é porque não há relação entre eles, é falsa. O CG conclui:
Quer dizer então que os gafanhotos de Joel não são os mesmos gafanhotos de Apocalipse? Isso mesmo. De vez em quando, a Bíblia usa o mesmo símbolo para representar coisas diferentes. O significado vai depender do contexto. Por exemplo, Apocalipse 5:5 chama Jesus de “o Leão da tribo de Judá”. Mas 1 Pedro 5:8 se refere ao Diabo como “um leão que ruge”.[4] [O grifo em vermelho é meu.]
Essa conclusão é inepta. A Bíblia diz que o Diabo é “como um leão que ruge”, mas isso é um símile, não um símbolo profético; quer dizer, um leão comum ruge e está buscando sua presa; da mesma forma o Diabo busca presas. Isto não é alegoria profética, mas um símile. Entretanto, afirmar que dois relatos que usam alegorias proféticas detalhadas durante o julgamento de Deus, a saber, gafanhotos que se assemelham a cavalos e com dentes de leão, são fruto de coincidência linguística é de moer o fígado.
Quem é “aquele que vem do norte”?
Em A Sentinela de abril de 2020, o CG ensinou que os gafanhotos são “aquele que vem do norte” (Joel 2:20), e que este representava o exército babilônico, e isto é geralmente apoiado por certos eruditos bíblicos.
O atual Corpo Governante pensa que: Os gafanhotos = “aquele que vem do norte” = os babilônios. |
Entretanto, tal entendimento gera um problema, pois Joel 2:20 diz:
Afastarei para longe de vocês aquele que vem do norte; Eu o dispersarei por um deserto árido e desolado.
A história e a Bíblia mostram, entretanto, que o exército babilônico não foi ‘afastado para longe’ de Jerusalém por Jeová, mas de fato tal exército destruiu a cidade; assim, vemos que é problemática a identificação de Babilônia com “aquele que vem do norte”, pois isso resulta em promessa não cumprida. Entretanto, o rei assírio Senaqueribe de fato atacou Jerusalém em 732 AEC e seu exército foi ‘afastado para longe’ quando um anjo de Jeová matou 185.000 assírios. Ademais, a Bíblia diz claramente:
(Sofonias 2:13) 13 Ele estenderá a mão para o norte e destruirá a Assíria, E deixará Nínive desolada, tão seca quanto um deserto.
Portanto, concluo com convicção que “aquele que vem do norte” é uma referência aos assírios ao invés de aos babilônios. E isso é apoiado por alguns eruditos clássicos.[5]
Os gafanhotos são “aquele que vem do norte”?
Comentaristas bíblicos em geral relacionam “aquele que vem do norte” em Joel 2:20 com os gafanhotos de Joel 2:1-11, e o CG fez isso também em A Sentinela de abril de 2020. Admito que se lermos o capítulo 2 de Joel sem atenção aos detalhes tal conclusão parecerá provável e plausível, mas acho que há fortes razões para concluirmos que “aquele que vem do norte” não é os gafanhotos dos versículos 1-11.
O contexto de Joel 2:1-11 é o dia de Jeová, o qual terá seu cumprimento pleno na grande tribulação. Isso por si só prova que o novo entendimento do CG que desconecta Joel 2:1-11 de Apocalipse 9:1-11 é descabido.
A partir de Joel 2:12-27 todavia, o contexto ou pano de fundo não mais é “o dia de Jeová”, mas agora são promessas de restauração pelo estrago que gafanhotos literais haveriam de causar em Jerusalém. O versículo 25 diz:
E vou compensar-lhes os anos, Que foram comidos pela nuvem de gafanhotos, pelo gafanhoto sem asas, pelo gafanhoto voraz e pelo gafanhoto devorador. (TNM15)
Estes eram gafanhotos literais que devastariam a produção de alimentos em Judá. Assim, o relato é transferido para os dias de Joel a partir do v.12, quando Jeová falou para as pessoas vivas na época de Joel, admoestando os sacerdotes a demonstrarem arrependimento junto do povo. (v.13-17) Lemos na promessa de restauração após a devastação de gafanhotos literais:
(Joel 2:18-20) 18 Então Jeová será zeloso para com a sua terra, E terá compaixão do seu povo. 19 Jeová responderá ao seu povo: ‘Estou lhes enviando cereal, vinho novo e azeite, E vocês ficarão plenamente satisfeitos; Não farei mais de vocês um alvo de insultos entre as nações. 20 Afastarei para longe de vocês aquele que vem do norte; Eu o dispersarei por um deserto árido e desolado,. . . (TNM15)
Note que a promessa de afastar “aquele que vem do norte” para longe de seu povo é em sequência à promessa de Jeová ‘não fazer mais de Judá alvo de insulto entre as nações’, e isso tudo faz parte da promessa de restauração após a devastação de gafanhotos literais. Assim, “aquele que vem do norte” não é os gafanhotos.
A promessa de afastar “aquele que vem do norte” para longe de seu povo faz parte da promessa de restauração após a devastação de gafanhotos literais. |
Em adição a isso, lemos na obra Jamieson, Fausset and Brown Commentary (1871): “O país nativo dos gafanhotos não é o norte, mas o sul. . .” Portanto, parece-me claro que “aquele que vem do norte” não possui relação alguma com os gafanhotos proféticos, mas Jeová prometeu que afastaria de seu povo o exército assírio como parte da benção de restauração após gafanhotos literais (v.25) terem feito o estrago em Judá.
Os gafanhotos proféticos são da parte de Deus, não do Diabo
Uma interpretação comum entre eruditos protestantes é que os gafanhotos representam um exército de demônios que serão libertados para atormentar a humanidade por cinco meses durante a consumação das eras. Alguns comentaristas relacionam esse exército de demônios com eventos históricos, como a invasão mongol no século XIII, enquanto outros veem isso como uma referência a eventos futuros.
Entretanto, Joel 2:11, que é a conclusão do relato profético, nos diz:
· (Tradução do Novo Mundo 1986) “E o próprio Jeová certamente fará [ouvir] a sua voz perante a sua força militar, pois o seu acampamento é muito numeroso.”;
· (American Standard Version) “E Jeová faz ouvir a sua voz diante do seu exército; pois seu acampamento é muito grande”;
· (Literal Translation of the Holy Bible) “E Jeová dará a sua voz diante do seu exército, porque o seu acampamento é muito grande.”.
Note que Joel conclui o relato por afirmar que os gafanhotos são o exército que obedece à voz de Jeová. Em Apocalipse eles são ditos como tendo uma “coroa de ouro” na cabeça e que têm um rosto humano. Isso significa que representam cristãos vencedores com uma mensagem pungente “às pessoas que não têm o selo de Deus na testa” durante o tempo do fim. (Apocalipse 9:4; compare 9:7 com 2:10 e 4:4) Toda a descrição dos gafanhotos em Joel 2:1-11 é belíssima demais para ser atribuída a inimigos do povo de Deus. Os gafanhotos são formidáveis, destemidos, impávidos, focados. Esses são atributos desejáveis aos destemidos cristãos que enfrentam o mundo com uma mensagem pungente do julgamento de Jeová.
Em Apocalipse 9:4 lemos que os gafanhotos obedecem à voz de Deus e recebem autoridade de Deus; eles têm um rei sobre si, que é o anjo do abismo. Esse anjo é “destruidor”, e possui um nome em hebraico e em grego – o que mostra a relação do relato com as escrituras hebraicas.
Faz muito sentido interpretar os gafanhotos de ambos os relatos bíblicos como sendo os destemidos pregadores do intrépido povo de Jeová. Não apenas isso, tal entendimento nos dá coragem em levar as boas novas de forma destemida às pessoas das nações, assim como os gafanhotos são invencíveis porque obedecem a voz de Jeová.
Conclusão
O protestantismo tem inúmeras interpretações conflitantes sobre a profecia, pois não são ‘um, assim como Jesus e Jeová são um’. (João 17:22)
As TJs durante muitas décadas defenderam que os gafanhotos de Joel 2:1-11 e de Apocalipse 9:1-11 são o mesmo grupo, pois entenderam corretamente que uma descrição tão peculiar não é coincidência, mas providência.
Entretanto, em resultado da nova visão da Bíblia oficializada em 2015, em que o CG não enxerga mais a Escritura como um livro plenamente inspirado por Deus, o magistério desvinculou o relato de Joel 2:1-11 de Apocalipse 9:1-11, anulando o elemento profético; e a conclusão disso é que para o CG as semelhanças são meras coincidências. Isso é de moer o fígado.
Evidentemente os relatos são interconectados, pois o contexto em Joel 2:1-11 é o grande dia de Jeová, além do fato de que as descrições são muito peculiares para serem mera coincidência – não encontramos gafanhotos que parecem cavalos e com dentes de leão em nenhum outro relato profético; isso é claramente proposital.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
[1] Veja o comentário de Albert Barnes em Notes on the Bible.
[2] A Sentinela de abril de 2020, p. 4 disse: “Eles representam o exército de Babilônia que invadiu Jerusalém em 607 antes de Cristo.”
[3] Compare Isaías 66:22-24 com Apocalipse 21:1-4.
[4] A Sentinela de abril de 2020, p. 5, par. 10.
[5] Por exemplo, John Gill e John Wesley relacionam “aquele que vem do norte” com o exército da Assíria.
Comentários
A Sentinela de abril de 2020
"Eles representam os cristãos ungidos, que proclamam com coragem os julgamentos de Jeová."
1 - Temos aqui um autoenaltecimento, fato.
2 - Onde que os cristãos ungidos 'proclamam com coragem os julgamentos de Jeová'?
- Não saem (os ungidos de Walkhill) no trabalho de pregação; os tópicos de abordagem para o campo são simplórios, não vamos negar;
- Toda informação/'brados de guerra' e palavras de ordem são focadas para uso dentro da 'bolha'; por exemplo, no site não vejo 'proclamações de julgamento' para quem quer que sejam. Antigamente víamos isso, mas o mundo mudou, as sensibilidades aumentaram, os riscos de processos aumentaram, a liberdade de pensamento religioso é altamente observada tanto por eles (da sede) quanto por outras denominações.
Para os de fora, não vejo absolutamente, nos últimos 10 ou 15 anos qualquer mensagem corajosa dos Julgamentos (da parte de) de Jeová.
Belo comentário.
Apocalipse 7:2, 3
• 2 E eu vi outro anjo subir do nascente, com um selo do Deus vivente, e ele gritou em alta voz para os quatro anjos aos quais havia sido concedido fazer dano à terra e ao mar:
• 3 “Não façam dano à terra, nem ao mar, nem às árvores, até termos selado na testa os escravos do nosso Deus.”
O livro Clímax de Revelação cap. 19 pp. 113-119 diz:
A selagem do Israel de Deus - Portanto, aqui na Terra, a prova e a peneiração dos remanescentes filhos de Deus, gerados pelo espírito, têm de prosseguir até que Jesus e seus anjos acompanhantes tenham firmemente aposto o selo ‘na testa’ de todos esses, identificando-os conclusiva e irrevogavelmente como provados e fiéis “escravos de nosso Deus”.
Pergunta? Se os ‘selados na testa’ são o Israel de Deus - (o autointitulado Corpo Governante e responsável pela (suposta) divulgação mensagem de julgamento hoje, no momento corrente) - logo aos não-selados – entendo que a mensagem de julgamento se dirige às pessoas que não tem o selo de Deus na testa, logo, nós não temos esse selo (pois não somos ‘ungido’ e não somos o Israel de Deus) e estamos debaixo do julgamento da mesma forma que as pessoas que não aceitaram as boas novas? Ou seja, subliminarmente estamos excluídos de ser o povo de Deus? O contexto do livro Clímax dá margem para essa interpretação.
Anciãos, sejam corajosos e defendam as ovelhas de Jeová compradas com o sangue de Cristo. Digamos basta a este magistério herege.
Seu comentário trata de um assunto interessante e relevante. Apenas tenha em mente que, embora eu tenha minha luta contra os membros do CG e contra o CG como grupo, devo admitir que o próprio CG não afirma que o "Israel de Deus" seja apenas o CG, mas eles afirmam que são todos os 144.000. Se isso é certo ou não, é outro assunto.
Seja como for, seu comentário foge do tema do artigo. Se desejar escrever um artigo de nível acadêmico sobre o tema que propôs, poderá enviá-lo a mim aqui mesmo nos comentários, ou poderá subir o artigo em um link temporário e me passar o link. Se o artigo for bem escrito e bem embasado, eu posso publicá-lo. Abraço.