Contribuído por Cristão
Antitípico.
Este artigo é uma resposta a certo leitor teceu a
seguinte indagação.
Olá,
Cristão Antitípico. Poderia explicar, por favor, qual é a sua visão sobre quem
é o “escravo fiel”, qual seria o alimento que ele daria e quem seriam os
alimentados por tal escravo?
Se
desde Russell temos entendido que a organização Torre de Vigia é a única que
tem tido, de uma certa forma, a aprovação de Jeová. Então, como é possível que
Jesus e seu Pai deixassem por tanto tempo supostos usurpadores tomar a
dianteira da congregação e continuarem a ensinar supostos ensinos falsos?[1]
Essa
indagação é bastante relevante, prezado leitor. Para fins de clareza,
dividi-la-ei em 2 perguntas distintas:
1. Qual é o sentido da ilustração sobre o escravo fiel?
2. Como é possível que, sendo este o povo de Jeová,
Deus permita a existência de falsos instrutores entre seu povo? (Próximo
artigo)
O escravo/servo fiel segundo Russell e os Estudantes
da Bíblia
Antes de
tudo, é justo informar ao leitor que nenhuma doutrina das TJs foi alterada
tantas vezes e passou a ter tanto destaque quanto a do “escravo fiel”. Nos
tempos de Charles Taze Russell e dos Estudantes da Bíblia, o “escravo fiel” era
um entendimento periférico, não central, das TJs. Desde Rutherford, entretanto,
o “escravo fiel” sofreu uma metamorfose, sendo transformado em doutrina.
Desde o
final do século 19, os cristãos em conexão com essa fraternidade têm entendido
as palavras do Senhor em Mateus 24:45 sobre o escravo ou servo fiel como uma profecia, isto
é, um componente do conjunto de profecias em Mateus 24 sobre o tempo do fim.
Foi a
esposa de Russell que inventou e disseminou a tese de que o “escravo fiel” seria
apenas ele, mas o problema disso era que criaria uma elite clerical dentro da
igreja, assim como o Corpo Governante (CG) das Testemunhas de Jeová (TJs)
entende atualmente. A sra. Russell tinha planos ambiciosos, assim como o CG, ao
criar uma separação entre “o servo fiel” e os demais.
No
entanto, Russell entendeu corretamente que a interpretação de sua esposa, que segue
o mesmo padrão da interpretação do atual CG desde 2013, resultava na criação de
uma classe clerical para a congregação, um colegial/magistério. Russell não se
comportava como um colegial, apenas como um pesquisador e instrutor bastante
diplomático da palavra, pois as congregações eram independentes de um governo
central na época. Queira ler com detida atenção a explicação apresentada no
livro Proclamadores do Reino de Deus sobre isso. Se isso remete sua
mente ao Corpo Governante, não é por acaso:
[...] a esposa
do irmão Russell expressou publicamente a idéia de que o próprio
Russell era o servo fiel e prudente. O conceito
que ela expressara sobre a identidade do ‘servo fiel’ chegou a ser sustentado
de modo geral pelos Estudantes da Bíblia por uns 30 anos. O irmão
Russell não rejeitou o conceito deles, mas pessoalmente evitou fazer tal
aplicação do texto, o que salientava a sua
oposição à idéia de uma classe clerical comissionada a ensinar a Palavra de
Deus em contraste com uma classe leiga não comissionada assim.[2] [Lembra o
que o CG fez em 2013?]
Muitos [...] naquele
tempo agarravam-se ao conceito que uma pessoa única, Charles Taze Russell, era
o “servo fiel e prudente” predito por Jesus em Mateus 24:45-47 (Almeida),
servo este que distribuiria alimento espiritual à família da fé. Em especial
depois de sua morte, a própria revista Watch Tower expressou esse
conceito por vários anos [...] parecia aos Estudantes da Bíblia daquela época
que este era o caso. [Russell] não promoveu pessoalmente essa idéia
[...] Ele também frisava, porém, que quem quer que o Senhor usasse nesse papel
tinha de
ser humilde bem como zeloso em trazer glória para o Amo, e que
se o escolhido do Senhor falhasse, seria substituído por outro.
[...] Em 1881,
o próprio irmão Russell expressara o conceito de que esse
“servo” se compunha do inteiro corpo de fiéis cristãos ungidos pelo espírito. Ele achava que se tratava de um servo coletivo, uma classe de pessoas
unidas em fazer a vontade de Deus. (Compare com Isaías 43:10.) Este
entendimento foi reafirmado pelos Estudantes da Bíblia em 1927.
Quando o
orgulho se interpunha
Houve ocasiões, porém, em que pessoas
que ocupavam cargos de responsabilidade vieram a encarar a si mesmas como o
canal de luz espiritual, de modo que se opunham ao que era
suprido pela organização. Outros simplesmente cederam ao desejo de exercer
maior influência pessoal. [Lembra de 2013?] Procuraram fazer com que outros os
seguissem, ou, como se expressou o apóstolo Paulo, “atrair a si os discípulos”.
(Atos 20:29, 30)[3]
Não há
como pensar em nada que exponha de forma tão viva as atitudes e posturas do CG
quanto as palavras citadas do livro Proclamadores.[4] Se
compararmos as palavras acima com a citação de A Sentinela de 2009 mais
adiante, veremos uma discrepância assustadora em relação ao que ocorreu em
2013.
3 Para muitos comentaristas da cristandade, essas
palavras de Jesus se referem àqueles que exercem cargos de responsabilidade
entre os cristãos professos. [Foi
exatamente isso que o CG fez em 2013!] Mas Jesus, o
“amo” na ilustração, não disse que haveria uma multidão de escravos espalhados
pelas várias seitas da cristandade. Ele disse claramente que haveria apenas um
“mordomo”, ou “escravo”, a quem ele designaria sobre todos os seus bens.
Como esta
revista já explicou várias vezes, o mordomo obviamente simboliza o “pequeno
rebanho” de discípulos ungidos como corpo, ou grupo. No contexto do Evangelho
de Lucas, Jesus tinha acabado de falar deles. (Luc. 12:32) O “corpo de assistentes”, ou “domésticos”, refere-se a esse mesmo grupo,
mas destaca seu papel como indivíduos. Surge uma intrigante pergunta: Será que
todo membro individual dessa classe-escravo participa em prover alimento
espiritual no tempo apropriado? (A Sentinela de 15 de junho de 2009,
p. 21, par. 3)
Antes de
2013, o próprio CG refutava e repudiava a interpretação que adotou em 2013, mas
o colegial realmente arrebatou o título de “escravo fiel” na década passada, tomando
a interpretação da esposa de Russell e tornando-se “uma classe clerical” que se
autodeclara comissionada para explicar a Bíblia aos “leigos”, separando/causando
divisões entre o povo de Jeová e eles oito; entre o servo/escravo fiel, e os
demais cristãos, a quem só caberá a classe de escravos “maus”, são os
“infiéis”; assim ‘cedendo ao desejo de exercer maior influência’ sobre os
irmãos, exatamente como fora exposto no Proclamadores.
Com base
no que foi expresso belamente em A Sentinela de junho de 2009, isso é heresia/promoção
de seita e os membros do CG devem ser desassociados imediatamente. Russell,
Rutherford e Knorr, apesar de terem cometido erros sérios, gravíssimos,
repudiavam tal estrutura organizacional; o próprio CG refutava tal ideia antes
de 2013.
Em
resumo, o Corpo Governante e a Sociedade Torre de Vigia são atualmente tudo
aquilo contra o qual Russell lutara. Eu realmente não sei o que falta para que,
por assim dizer, “a ficha caia” para os irmãos. Será que não passou da hora de
nos unirmos e darmos um ultimato nesses homens? (1 Coríntios 16:13)
O sentido da ilustração do servo/escravo fiel
O servo/escravo
fiel não deve ser entendido como uma profecia, mas como uma ilustração
de alerta a todos os indivíduos cristãos, assim como também é o caso da
ilustração das “dez virgens” e da ilustração do “escravo bom” que multiplica os
talentos. (Leia Mateus 24:43-51; 25:1-13; 14-30) Em resumo, é
isto: não há representações proféticas em forma de ilustrações em Mateus
24:43-46 e em Mateus 25:1-30; estas são ilustrações de atributos desejáveis e
atributos indesejáveis – aqueles devem ser imitados, estes devem ser evitados.
A fim de
entendermos as palavras de Jesus sobre o escravo fiel, precisamos entender o
contexto. Jesus faz primeiro a ilustração do “ladrão”, e esta lança a
fundação/alicerce em relação a como a ilustração do escravo fiel deve ser
entendida.
(Mateus 24:43-44) 43 “Mas entendam isto: se o dono da casa
soubesse em que vigília o ladrão viria, ficaria
acordado [imprevisibilidade] e não permitiria que sua
casa fosse arrombada. 44 Por essa razão, vocês também mostrem-se
prontos, [prontidão] porque o Filho do Homem vem numa hora
que vocês não imaginam.
A primeira pergunta a ser feita é: isso é uma representação profética
ou um alerta? Evidentemente, é um alerta de atributos. Será que o
“ladrão” representa a Jesus? Não. Ao contrário do que você talvez pense, o
“ladrão” não é uma representação profética do Senhor, mas o personagem imoral
possui um atributo, a saber, a imprevisibilidade – este atributo
o Senhor também possui, mas o Senhor não é o ladrão. O sentido é: o Senhor é imprevisível
assim como um ladrão é imprevisível, mas o Senhor não é o ladrão em
sentido profético porque o ladrão é imoral. E qual é o alerta? O alerta é:
esteja pronto assim como o dono da casa está pronto para confrontar o ladrão. (Leia
Mateus 25:13) Evidentemente, o cristão não confrontará o Senhor assim
como o dono da casa confrontará o ladrão, mas a mensagem para cada cristão é o
atributo da prontidão. O sentido é: esteja pronto para a vinda do Senhor
assim como o dono da casa deve estar pronto quando o ladrão chegar.
A ilustração do ladrão |
|
Personagens |
Atributos |
O ladrão |
A imprevisibilidade |
O dono da casa |
A prontidão |
Agora que isso ficou claro, ficará evidente o sentido da ilustração que
Jesus fez em seguida:
(Mateus 24:45-50)
45 “Quem é realmente o escravo fiel e prudente,
a quem o seu senhor encarregou dos seus domésticos, para lhes dar o alimento no
tempo apropriado? 46 Feliz aquele escravo se o seu senhor,
quando vier, o encontrar fazendo isso! [prontidão] 47 Digo a verdade a vocês: Ele o encarregará de
todos os seus bens. 48 “Mas, se aquele escravo mau
disser no coração: ‘Meu senhor está demorando’, 49 e
começar a espancar seus coescravos, e a comer e beber com os beberrões, 50 o senhor
daquele escravo virá num dia em que ele não espera e numa hora que ele não
sabe; [imprevisibilidade] 51 ele o punirá com a maior severidade e lhe
designará um lugar entre os hipócritas. Ali é que haverá o seu choro e o ranger
dos seus dentes.
Perceba
que a ilustração do escravo/servo fiel tem em essência a mesma mensagem da
ilustração do ladrão. Não é uma profecia sobre o modus operandi da
“organização de Jeová”, mas é uma ilustração baseada na sociedade da época que
funcionaria como alerta e sua mensagem é: esteja pronto e seja diligente, pois
você não sabe a hora que o Senhor voltará.
Nos
tempos bíblicos era muito comum que existissem casas grandiosas onde vários escravos/servos
cumpriam muitas tarefas. Quando o amo, isto é, o dono da casa, viajava ou tinha
de se retirar da casa por um tempo, os servos/escravos tinham de assumir
maiores responsabilidades, e uma dessas era cozinhar para os demais, dando-lhes
comida/carne no horário certo, isto é, na hora das refeições. Assim, quando o
amo voltava, ele avaliava quais servos/escravos tinham cumprido suas funções e
quais tinham sido preguiçosos; ele promovia os servos/escravos “fiéis” ou
“bons”, e punia os preguiçosos ou maus.
É neste
cenário que Jesus faz a ilustração sobre o “escravo fiel”. O “amo” não é uma
representação profética de Jesus assim como o ladrão tampouco é; em verdade,
tais personagens não refletem a personalidade nem o caráter de Jesus
corretamente; mas o ponto é que o amo tem atributos, a saber, a
imprevisibilidade e também a dureza e a justeza– ele pune os
maus e promove os bons. Jesus também possui esses atributos, a saber, sua
chegada é imprevisível e ele punirá os cristãos inertes e salvará os cristãos diligentes.
E o
escravo/servo, a quem representa? A resposta é: a ninguém, isso não é uma
representação profética dos cristãos fiéis, mas um alerta de atributos almejáveis.
O escravo/servo é fiel porque ele é diligente, isto é, ele dá comida/carne aos
demais na hora do almoço e do jantar – “no tempo apropriado”; assim também os indivíduos
cristãos devem ser fiéis e diligentes, mas a “comida” é apenas um elemento da ilustração,
não um símbolo profético para “alimento espiritual”. O sentido da ilustração é
a diligência que revela prontidão em base individual, não o modus
operandi do sistema congregacional.
O “amo” na ilustração do escravo fiel não representa Jesus Cristo, e o
“escravo fiel” não representa os cristãos. O foco da ilustração está nos
atributos dos personagens. |
Em
realidade, não há nenhuma relação contextual nem intertextual entre a
ilustração de Jesus e o sistema congregacional. Portanto, Jesus não está
falando de um “Corpo Governante” nem para um grupo de instrutores da Bíblia ou
uma elite dentro da congregação, mas a cada cristão singular, isto é, a cada
indivíduo, e é por isso que ele usa a palavra “escravo” no singular.
A ilustração do escravo fiel |
|
Personagens |
Atributos |
O senhor/amo |
Imprevisibilidade, dureza, justeza. |
Escravo/servo fiel |
Diligência, prontidão. Receberá a promoção. |
Escravo/servo mau |
Preguiça, displicência. Receberá a punição. |
Assim, nunca houve um “escravo
fiel” no sentido de um grupo de instrutores que dá “alimento espiritual no
tempo apropriado” sob a designação de Jesus. Se fosse assim, este escravo seria
equiparável a um profeta inspirado. Em outras palavras, o escravo fiel não é
uma profecia sobre um magistério de ensino, um colegial, uma classe clerical
tal qual o CG se apresenta.
Não que eu pense que há um
problema sério em ver tal ilustração como representação profética. Entretanto,
se o “escravo fiel” fosse de fato uma representação profética, este teria
obrigatoriamente de ser a igreja como corpo (conforme era o entendimento até
2013), a qual há de ser designada sobre “todos os bens do amo”, jamais um grupo
de apenas 8 (agora 10) homens que coordenam a produção de artigos para A
Sentinela e se comportam como ditadores.
Se o escravo fiel fosse uma
profecia apenas sobre os oito membros do CG, então somente os oito membros do
CG seriam de fatos “ungidos” e servos fiéis, ou o “corpo de Cristo”, e só eles
seriam salvos e reinariam com Cristo; afinal, apenas o escravo fiel será salvo.
Se você não é o escravo fiel, você vai ser punido, não promovido. Não sei como
isto poderia ser mais claro do que o modo como estou expondo aqui.
Em verdade, os membros do CG são
escravos maus que espancam seus coescravos, que difamam irmãos inocentes com
desassociações totalmente arbitrativas,[5]
que têm colocado uma pesada carga sobre nossos irmãos. Temos regras para tudo
hoje, regras que são dificílimas de serem seguidas. Em realidade, o CG criou um
Talmud para as TJs que é tão sagrado quanto a Bíblia, ou ainda mais.
Duvide da Bíblia e você será orientado, ajudado e esclarecido; duvide das
publicações e regras do CG e você será desassociado e difamado.
Os irmãos vivem em constante pavor
de tomar decisões “erradas” em sentido financeiro, em relação ao emprego, aos
estudos, as quais supostamente os afetariam negativamente ou os “afastariam de
Jeová”. Eles são ensinados que qualquer deslize poderá afastá-los do amor de
Cristo e resultar na perda de sua salvação. Isso é uma afronta a Jesus Cristo.
(Leia Romanos 8:38, 39) Nos tempos de Russell, esta era a crítica feita em
relação às outras religiões.
Ser uma TJ hoje em dia é algo difícil demais para muitos, é uma pressão psicológica pesada demais. Não é por menos que há uma onda de deprimidos entre nossos irmãos. A via de exemplo, meus cálculos são que em média 40% dos irmãos e irmãs pioneiros (as) sofrem de algum nível mais intenso de depressão, ao ponto de ter de tomar medicação. Embora este percentual seja subjetivo, você mesmo pode computar os números por consultar as congregações circunvizinhas e verificar a veracidade do que falo – há uma onda espantosa de deprimidos entre irmãos e irmãs, principalmente entre os que estão ou estiveram no serviço de tempo integral. O infortúnio é que os irmãos ainda não se aperceberam do vínculo entre isso e o Talmud do Corpo Governante.
[1] O comentário
teve correções gramaticais. A mensagem, porém, é idêntica à original.
[2] Capítulo 10, página 143.
[3] Capítulo 28, pp. 626-627.
[4] Se algum irmão for enquadrado em uma
comissão judicativa por um corpo de anciãos locais, creio que a apresentação
dessa citação seria uma forte armadura contra quaisquer acusações de
“apostasia” da parte dos anciãos. Em verdade, os anciãos não teriam
contra-argumentação.
[5] Isto é, desassociações tomadas com base na
inteira vontade de quem julga, sem base bíblica.
Comentários
Fico pensando às vezes sobre isso: estar apavorado e não ser capaz de identificar a origem desse pavor. Talvez o peso jogado nas costas dos irmãos os faça mais se concentrar em equilibrar o mesmo, do que entender o que está acontecendo. Ou a ‘nuvem da culpa’ – exaustivamente regada e trabalhada - que obnubila a visão dos irmãos, os impeçam (também) de entender o que está acontecendo.
Incapazes de identificar a origem desse pavor, acabam por potencializar sentimentos negativos e caem em depressão e tristeza. O jugo não está leve – e ainda assim nossos irmãos não entendem que o jugo “não deveria ser pesado”, pois essa capacidade de poder identificar certas coisas, lhes é tirada a cada publicação, a cada reunião. Eventos não só extremamente maçantes, mas infantilizadores em sua linguagem. O – autoproclamado – Corpo Governante (junto com sua comissão de redação e outros) sabem o que estão fazendo e o estão fazendo deliberadamente! As ovelhinhas de Jesus estão sendo maltratadas, o ‘escravo’ está mal e está espancando os seus irmãos.
Jesus, que é Rei e é Guerreiro, o nosso Senhor, não vai deixar isso barato.
Mas a realidade é mais dura meu caro: temos de trabalhar – aceitar – a possibilidade de que não veremos a justiça de Jeová sendo executada, ou seja, podemos viver mais 20/30 anos (falo pela minha idade) e não estar aqui para ver mudanças ou mesmo o dia de Jeová. Ora, muitos profetas não viram o cumprimento das profecias os quais foram instruídos a profetizar e tiveram que conviver com sacerdócios corruptos, Reis desleais e etc – está na Bíblia – até o dia em que Jerusalém caiu. Sim, a capital do povo de Jeová, caiu! Jeová não era Jerusalém, Jeová era (e é) os seus (para com) leais.
Administrativamente falando: Minhas percepções – é a minha opinião – e vou fazer uma miscelânea de assuntos, por favor, junte os pedaços.
REFORMAS?
INDEPENDÊNCIA ADMNISTRATIVA DAS CONGREGAÇÕES?
A Organização ‘confiscou’ os salões do Reino das congregações – para garantir os seus ativos, não vejo outra razão (é assim que eu entendo); e embora as contas financeiras ainda estejam sob controle de acesso das congregações, é a Organização quem dita como cada centavo dever ser usado. E os irmãos, apavorados, obedecem.
INDEPENDÊNCIA ESPIRITUAL DAS CONGREGAÇÕES?
1. O ‘alimento espiritual’ – essa expressão não é bíblica, embora até válida, digamos - fornecido hoje, pelo que vimos no post, o auto proclamado Escravo Fiel não é tão nutritivo assim – é apenas destinado ao implante do medo (causando ansiedade e depressão) e controle dos irmãos. Quem assumiria essa função dentro de uma congregação independente de compartilhar conhecimento? De buscar as aproximações hermenêuticas de entendimento das coisas contidas na palavra de Jeová? Os anciãos? Eles fariam isso? Teriam esse espírito depois de anos recebendo ‘tudo’ mastigado e apenas repassando? Têm inteligência exegética e apologética para tal? Vão copiar, rascunhar assuntos antigos e adaptar? Com o dia a dia corrido com cada qual atrás do seu difícil sustento, haveria disposição mental para assumir tal possibilidade?
Concordo com a declaração e também a vossa mensagem de que os artigos atuais são de fato infantilizados para um propósito específico: diminuir a capacidade de racionalidade dos anciãos para que se tornem mais submissos e dependentes de papinha espiritual.
Apenas discordo da sua colocação de que “alimento espiritual” não aparece na Bíblia. Na verdade, nesse formato não, mas há uma clara referência à “alimento espiritual” na carta aos Hebreus quando menciona-se "alimento sólido".
(𝐻𝑒𝑏𝑟𝑒𝑢𝑠 5:13, 14) “𝑃𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑜𝑚𝑎 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛ℎ𝑒𝑐𝑒 𝑎 𝑝𝑎𝑙𝑎𝑣𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑗𝑢𝑠𝑡𝑖ç𝑎, 𝑝𝑜𝑖𝑠 é 𝑐𝑟𝑖𝑎𝑛𝑐𝑖𝑛ℎ𝑎. 14 𝐎 𝐚𝐥𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐬ó𝐥𝐢𝐝𝐨, 𝑝𝑜𝑟é𝑚, é 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎𝑠, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑒𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑢𝑠𝑜 𝑡ê𝑚 𝑎𝑠 𝑠𝑢𝑎𝑠 𝑓𝑎𝑐𝑢𝑙𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑝𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑒𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑖𝑛𝑔𝑢𝑖𝑟 𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑜 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑜 𝑒𝑟𝑟𝑎𝑑𝑜.”
Embora não diga “alimento espiritual”, o escritor de fato usa o termo alimento para se referir ao “alimento espiritual”. Portanto, dizer que a Bíblia não menciona “alimento espiritual” é uma frase imprecisa, pois de fato a Bíblia faz menção ao “alimento” em sentido espiritual.
Do resto, seu comentário está ótimo. Somos todos gratos. Abraço e que Yehovah esteja contigo.
Ofereço sugestões de assuntos que gostaria que falasse sobre.
1. Pirataria é errado? (Considero que sim, embora use coisas de origem pirata)
2. Diversão, como saber se algo é errado ou não? (Por exemplo muitos jogos, filmes usam categorias de magias, ver gosta ou jogar é errado? Nas A Sentinelas sempre apareceu que é errado, ser tive até um boneco que é um mago tem que jogar fora)
3. Alguns jogos ou filmes tem alguns gaus de violência é errado? A Organização já usou de cenas violentas, mas disse que era para ensinar. Como devemos analisar os jogos e filmes? Afinal, até Xadrez matarmos as peças. (Lembro de ter lido um artigo antigo no site condenado o PAC-MAN.)
4. Uso de armamento é errado? Praticar meios de defesa é errado?
Bom, por enquanto é isso, ficarei na expectativa dos artigos, caso tenha mais ideias adiciono nos futuros comentários. Bom dia.
1. A pirataria é crime. Entretanto, não podemos desassociar pessoas por isso, e algumas coisas são até mesmo toleradas pelas autoridades, tais como baixar músicas e filmes. São poucos os países que multam ou punem por isso. Certamente, o cristão faria bem em evitar comprar produtos piratas, como um CD ou DVD pirata, produtos roubados, pois isso é sério e sustenta o crime organizado.
2. Você deve escolher os jogos que julga próprios. Certa medida de violência existe em muita coisa. Mas o ponto é mais sobre "amar a violência", creio eu. Jogos de tiro em primeira pessoa não são jogos onde eventualmente dá-se um tiro, mas matança é o principal foco do jogo. É diferente, por exemplo, se você joga Tomb Raider (o antigo jogo do Play Station 1), onde você tem armas, e eventalmente ddá uns tiros nos morcegos, tigres, etc. Neste caso, o propósito do jogo é o enigma, achar o artefato perdido, etc.
3) É a mesma resposta para a pergunta anterior.
4) A Bíblia não condena autodefesa armada. O que a organização tem dito sobre isso é ensino de homens. Sobre autodefesa, o melhor artigo já escrito pela organização e baseado na Bíblia é o de 1939. Leia a revista A Sentinela de 15 de setembro de 1939, pp. 279-281. (Clique aqui: https://www.watchtowerwayback.org/jw-wb/English/Magazines/The%20Watchtower/1939%20The%20Watchtower.pdf )
Comece no tópico "Defense" em inglês. Caso não saiba ler em inglês, se vire.
Obrigado pelo seu comentário. Vou ilustrar o que quero dizer com uma diretriz do CG.
O CG ensina que se um irmão foi adúltero por muito tempo em secreto, e quando descoberto, revela grande arrependimento, ainda assim ele deve ser expulso porque, caso estivesse arrependido de verdade, não teria sido adúltero por tanto tempo. Eu concordo com este pensamento, pois é muito fácil demonstrar "arrependimento" quando esta é sua única alternativa. Arrependimento genuíno ocorre quando a pessoa PODE esconder, mas não esconde. Se você não tem escolha, não há nenhuma virtude em agir conforme sua falta de opção. A grande virtude é poder ser mau e ainda assim ser bom.
Em vista disso, o CG teve inúmeros anos, décadas, para consertar os erros. Não foi por falta de tempo que eles não consertaram os erros. Antes, muitos irmãos já apontaram os erros do CG e ordenaram mudança. Mas tais irmãos foram desassociados e a mudança não ocorreu. O CG não deve ser tratado com misericórdia, nem deve ser dado uma chance. Os membros do CG devem ser desassociados porque são hereges há anos, décadas, e já calamos a boca por tempo suficiente. Eles devem ser expulsos do povo de Jeová e nunca mais devem ter cargos de supervisão (anciãos). Ser-lhes-á negado a comunhão do pão e do vinho e da ceia do Senhor.
Sei que Betel não dará importância para as cartas, mas não lute contra o poder de Jeová. Aja, faça sua parte, e deixe que Jeová faça a Dele. Lembre-se de que Jeremias não mudou nada, mas ele fez o que tinha de fazer.
Mas porque este escravo teria que ser comparado a um profeta?
Assim, se Jesus designou alguém para explicar a Bíblia "no tempo apropriado" e fornece espírito santo para guiar tal instrutor ou grupo de instrutores a entender a Bíblia e explicá-la aos outros, isso requer inspiração profética e inerrância. A expressão "no tempo apropriado" requer inerrância - o alimento não pode ser errado, mas no "tempo apropriado". A inerrância requer inspiração profética.
Mas isto tu está se referindo somente no período que se entende quando a " classe fiel " passou a dar o alimento espiritual .....mas como esta classe não vai errar se não recebe manifestações milagrosas de entendimento ?
Com que base tu entende que a inerrância exige entendimento perfeito...se as pessoas que recebem estes entendimentos não são profetas e não tem nenhum dom especial de entendimento ?
O fato de o escravo na ilustração dar alimento literal não se refere a dar um "alimento espiritual", mas significa que o escravo na ilustração se mostra pronto e fiel. Da mesma forma, cada um de nós deve se manter fiel e pronto.