Contribuído por Cristão Antitípico
O presente artigo é uma continuação do artigo anterior, onde duas perguntas foram propostas:
1. Qual é o sentido da ilustração sobre o escravo fiel?
2. Como é possível que, sendo este o povo de Jeová, Deus permita a existência de falsos instrutores entre seu povo?
A
resposta simples e clara para esta pergunta pode ser encontrada em Jeremias 5:31.
As TJs são a única fraternidade cujas doutrinas principais são baseadas na Bíblia, e a única fraternidade que porta o nome de Jeová como identidade. Em resultado disso, os irmãos têm sido doutrinados a pensar vez após vez que, visto que esse é o “povo de Jeová”, tudo que dimana da liderança deve provir de Jeová e tem de ser obedecido; ensina-se que, embora a organização seja falível ou errante, no fim das contas, tudo se consertará a partir da própria liderança, e a nós só compete, em harmonia com a vontade de Jeová, a obediência irrestrita e silenciosa.
Todavia, não há absolutamente nada na Bíblia que se quer remonte a tal conceito.
Paulo escreveu:
(1 Coríntios 11:19) Pois certamente haverá seitas entre vocês, para que também fique claro quais de vocês são aprovados.
Pedro escreveu:
(2 Pedro 2:1) 2 No entanto, houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá falsos instrutores entre vocês. Esses introduzirão sutilmente seitas destrutivas e negarão até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si mesmos uma destruição rápida.
João escreveu:
(Apocalipse 2:2) 2 ‘Conheço as suas ações, o seu trabalho árduo e a sua perseverança, e sei que você não tolera homens maus e que pôs à prova os que se dizem apóstolos, mas não são, e constatou que eles são mentirosos.
Portanto, é antibíblico acreditar que, visto que “este é o povo de Jeová”, temos de obedecer a tudo que vem da Sociedade Torre de Vigia e do Corpo Governante. Esta postura autoritária e totalitária surgiu quando Rutherford passou a entender as “autoridades superiores” de Romanos 13 como sendo Jeová e Jesus, este como cabeça da igreja.
Em resultado disso, passou-se a exigir obediência absoluta à assim chamada “Sociedade” porque esta seria a “organização sob Cristo”, a “autoridade superior” a que cada membro da igreja deveria ser submisso. Em 1962 o entendimento foi anulado, mas a autoridade absoluta obtiva pela Torre de Vigia não foi cancelada junto com o entendimento. Ou seja, criou-se um entendimento que deu poder absoluto à organização em 1929; após a organização ter obtido tal poder absoluto, o entendimento foi anulado, mas o poder permaneceu.
Russell repudiaria isso e se oporia ferozmente a esta organização. Em verdade, a organização Torre de Vigia hoje é exatamente o motivo de Russell ter iniciado um caminho independente.
É um dever de cada cristão se posicionar contra falsos instrutores e expô-los, conforme tenho feito nesta página. Tenho um grande carinho e apreço pela Torre de Vigia em vista de tudo que essa organização me ensinou; e me dói no coração ver o que ela se tornou, mas não posso mais me calar diante do que está acontecendo.
Muitos têm me criticado por isso, dizendo que sou culpado de “apostasia” ou mesmo de “causar divisões”. Fui apedrejado como uma iraniana adúltera. Conforme dissertei já sobre isso, tais acusadores se quer compreendem o sentido de “apostasia”, e tampouco sabem o sentido de “causar divisões”; repetem expressões e frases prontas do CG, frases estas que se quer são baseadas nas Escrituras. Estou na realidade tentando consertar os erros.
Creio que as duas perguntas tenham sido respondidas de forma bastante clara. Se ainda restou perguntas a serem feitas, não hesite em postá-las nos comentários. Apenas peço que os comentários sejam de nível acadêmico, a fim termos uma discussão culta e solene.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
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Comentários
Pedro disse: “Pois chegou a hora de começar o julgamento pela CASA DE DEUS; e, se começa primeiro CONOSCO, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?” – ARA - Aquilo que a Torre de Vigia se tornou não é o que Jesus tencionou, de fato!