Neste
artigo vou dissertar brevemente sobre duas festividades: o Natal e o Halloween;
e sobre dois costumes: o aniversário de nascimento e o brinde.
O que a Bíblia diz?
Os cristãos
verdadeiros não permitem que as tradições de uma corporação religiosa se sobreponham
às Escrituras; tampouco permitem que a uma corporação religiosa seja outorgado o
direito de criar regras para assuntos em relação aos quais a Bíblia não
apresenta uma lei. Portanto, cada cristão deve analisar somente o que a Bíblia
diz, sem adições nem subtrações.
Apresento a
seguir três leis bíblicas que servirão de bússola para uma análise objetiva dos
assuntos aqui abordados.
A primeira lei
bíblica, e talvez a mais importante de todas, é esta:
(1 Coríntios 4:6) . . . “Não vão além das coisas que estão escritas”, a fim de
que não fiquem cheios de orgulho, tomando o partido de um contra o outro.
Por que não
devemos ir além das coisas escritas? O escritor inspirado explicou o motivo:
porque ir além do que a Bíblia diz torna as pessoas orgulhosas e partidárias. Logo,
somente o que tem sólida base bíblica deve ser estipulado como doutrina e regra.
Há divisões de pensamentos entre os irmãos? Se sim, a causa disso é que alguém
está indo ‘além das coisas escritas’.
Outra lei é:
(Romanos 14:1-5) . . . não façam julgamentos sobre opiniões divergentes. 2 Um
homem tem fé para comer de tudo, mas o homem que é fraco só come verduras. 3 Quem
come não menospreze aquele que não come, e quem não come não julgue aquele que
come, pois Deus o acolheu. 4 Quem é você para julgar o
servo de outro? [...] 5 Uma pessoa considera um dia mais importante que
outro, ao passo que outra pessoa considera todos os dias iguais; que cada um
esteja plenamente convencido na sua própria mente.
Não devemos
fazer julgamento entre “opiniões divergentes”, isto é, decisões pessoais sobre
assuntos para os quais não há regras claras nas Escrituras. O apóstolo menciona
dois pontos de divergências entre os cristãos: alimentos que outrora haviam
sido oferecidos a ídolos;[1]
e a observância de dias específicos.
A terceira lei
bíblica que apresento é a seguinte:
(2 Coríntios 6:14-17) 14 Não se ponham
em jugo desigual com descrentes. Pois que afinidade a justiça tem com o que é
contra a lei? Ou o que a luz tem em comum com a escuridão? 15 Além
disso, que harmonia há entre Cristo e Belial? Ou o que o crente tem em comum
com o descrente? 16 E que acordo há entre o templo de Deus e os
ídolos? Pois nós somos templo de um Deus vivente, como Deus disse: “Residirei
entre eles e andarei entre eles, e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu
povo.” 17 “‘Portanto, saiam do meio deles e separem-se’, diz Jeová, ‘e parem de tocar em coisa impura’”; “‘e eu os
acolherei’”.
Cristãos
verdadeiros não misturam a verdadeira fé – o verdadeiro conhecimento sobre Deus e Cristo – com práticas e superstições ou crendices religiosas; não ‘tocam em
coisas impuras’. Não podemos ir nem além, nem aquém desta lei bíblica.
Agora que
estão estabelecidas essas três doutrinas escriturísticas, analisarei a
festividade do Natal e depois a do Halloween. Em seguida, farei uma
análise do costume de brindar e de celebrar aniversários.
O Natal
Os leitores
deste site já estão à par das origens pagãs do Natal. Logo, faz-se
desnecessária uma exposição detalhada das origens da festividade.[2]
Definindo
o Natal
Antes de
explicar se é permissível aos cristãos celebrar o Natal, temos de definir o
Natal. Famílias de culturas diferentes talvez tenham celebrações variadas.
Assim, é relevante uma definição de “Natal” neste artigo. Por “Natal”, neste
artigo, refiro-me à celebração que, no mundo ocidental, ocorre na noite de 24
para 25 de dezembro e que contém três símbolos principais: árvore de natal, o
nascimento de Jesus Cristo e o Papai Noel. Também são colocados enfeites na
árvore (decorações com bolinhas coloridas, estrelas, luzes, etc.), e presentes
e presépios (imagens religiosas) próximos a ela.
O problema
do Papai Noel (Pai Natal)
O Papai Noel
é, em realidade, uma substituição de Jesus Cristo e de Deus. Alguns dos atributos
do Papai Noel são:
·
Imortal;
·
Juiz bondoso;
·
Onisciente;
·
Eterno;
·
Onipresente;
Estes são
atributos divinos, e é impróprio que cristãos glorifiquem um personagem
mitológico por atribuir a ele a natureza de um deus. Certa cantiga natalina (em
inglês) tem as seguintes palavras sobre o Papai Noel:
Ele sabe quando você está dormindo,
Ele sabe quando você está acordado,
Ele sabe se você foi bom ou mau,
Então, pelo amor de Deus, seja bom.[3]
Esses são
louvores que deveriam ser direcionados apenas a Jesus Cristo e a Deus.
Portanto, cristãos verdadeiros não ensinam o Papai Noel aos seus filhos nem participam
em louvar tal personagem. (Isaías 42:8)
A inclusão
imprópria de Jesus Cristo no Natal
Sobre a
inclusão de Jesus Cristo no Natal, isso também é ir ‘além das coisas
escritas’. É de conhecimento geral entre os cristãos que Bíblia não
menciona a data do nascimento de Jesus, tampouco ordena que uma data arbitrária
seja estipulada para isso. Ademais, Jesus instituiu apenas uma celebração: a
ceia do Senhor, que é onde todos os cristãos devem participar do pão e do vinho
como símbolos do novo pacto, que proporciona o perdão de pecados pela morte de
Jesus Cristo. (Jeremias 31:31-34) Portanto, cristãos verdadeiros não vão além
das Escrituras, não atribuem a Jesus uma celebração que se mistura com
elementos mitológicos como o Papai Noel.
O problema
da árvore de Natal
A árvore de
Natal também é outro problema sério. As pessoas usualmente compram uma árvore e
a trazem para dentro de casa, decoram a árvore com luzes, fotografias,
estrelas, presépios e presentes. Em algumas culturas, sentam-se ao redor da
árvore e cantam cantigas natalinas que louvam a árvore, a Jesus Cristo e ao
Papai Noel. Isso se assemelha bastante a um culto religioso e aproxima-se
demais de um ato idólatra, para dizer o mínimo. Em verdade, é muito difícil
defender que isso não é idolatria, pois a árvore é, de uma forma ou de outra,
adorada.
Certo site evangélico diz sobre o
formato triangular da árvore de Natal:
A árvore de Natal,
tendo a forma triangular, foi pensada para representar a Santíssima Trindade do
Pai, Filho e Espírito Santo.[4]
Cristãos
verdadeiros devem evitar símbolos que tenham sido atribuídos tais superstições.
Não que o pinheiro de forma geral signifique isso, mas traz esses significados
na forma como é usado no Natal.
Portanto, com
base no que foi analisado, por causa dos elementos natalinos modernos, é
dificílimo fugir da conclusão de que é impróprio que cristãos celebrem o
Natal.[5]
O Natal
social
Entretanto,
o Natal é não apenas uma cerimônia religiosa, mas também contém um lado social
e até comercial bastante presente. Alguns cristãos que trabalham com o comércio
talvez contem com as vendas de Natal como parte fundamental da renda das
empresas e dos salários dos empregados. Se o lado religioso for deixado de lado
e apenas restar o lado social, o cristão deve decidir com base em sua
própria consciência, sem represálias, o que deve fazer.
A via de
exemplo, alguns cristãos aproveitam o feriado do Natal para ver os parentes,
pais, irmãos, avós e amigos de infância. Nestas ocasiões, alguns talvez desejem
levar presentes ou mesmo participar de um amigo secreto; talvez desejem tomar a
ceia de Natal com seus parentes e amigos descrentes ou de outras denominações
cristãs. Este é o lado social do Natal. Caberá a qualquer cristão
decidir o que deve fazer. Sempre é relevante, entretanto, lembrar que devemos
respeitar cada decisão e não devemos impor nossas opiniões sobre ninguém.
Felicitações
E quanto a
desejar “feliz Natal”? Não podemos fazer regra quanto a isso. Certamente,
muitos cristãos se sentiriam desconfortáveis em desejar “feliz Natal” a pessoas
que concebem a ideia de Natal como algo religioso, pois seria a mesma coisa que
desejar “Happy Halloween” a alguém. Outros talvez entendam que, nas suas
circunstâncias específicas, desejar “feliz Natal”, ou responder “para você
também” quando se lhe for desejada tal felicitação, apenas se refere ao Natal social,
que significa desejar que alguém tenha um feliz feriado junto de sua família.
Cada cristão deve decidir o que fazer; não há regras bíblicas para isso. Algumas
felicitações neutras que posso sugerir e que evitam discórdias são: “Tenha um
bom feriado”; “Boas festas”; “Aproveite seu feriado com sua família”; “Desejo
tudo de bom para você”.
O Halloween
O princípio
por trás do Halloween é o mesmo do Natal. Visto que tal celebração
possui claros elementos contrários ao ensino bíblico, os cristãos devem evitar
tal festividade.[6] Se um
cristão se envolver ativamente e vergonhosamente em atos idólatras, tais como
colocar Jack-o’-Lanterns (abóboras com faces de monstros) na varanda de
sua casa e vestir fantasias de esqueletos, zumbis, bruxas e outras fantasias
semelhantes; fazer trick or treat
(doces ou travessuras) de casa em casa; participar de alguma cerimônia com teor
macabro (que talvez contenha velas e objetos religiosos) mesmo que em tom de
brincadeira, ele poderá ser desassociado da congregação por idolatria.[7]
Isso não significa
que o cristão não possa aceitar um doce, um cartão, ou qualquer outro presente
de caráter neutro.[8]
Certo cristão
que trabalha com eventos conta que é regra da empresa que todos os funcionários
usem fantasia no Halloween. Visto que a festividade do Halloween
faz parte do serviço prestado pela empresa, esse irmão relata que veste apenas
terno e gravata e gerencia os serviços durante a noite de Halloween, mas
recusa-se a usar fantasias.
Visto que é
parte do trabalho dele, ele se sente com a consciência tranquila em executar
sua função como promotor de eventos, planejando até mesmo jogos e atividades durante
o Halloween para os clientes, desde que fique claro que ele está exercendo
sua função como empregado, não celebrando a festividade.
Outros
cristãos talvez não queiram ter nada que ver com isso; é possível que decidam
faltar ao trabalho em uma situação similar à citada acima. Cada um decidirá
sobre esses detalhes e todas as consciências devem ser respeitadas, seguindo a
ordem bíblica de Romanos 14:1.
O brinde
A Bíblia menciona o brinde de forma
indireta. Lemos no livro de Daniel que Belsazar trouxe as taças de ouro que haviam
sido tomadas do templo em Jerusalém, e fez o que parece ser uma espécie de
brinde aos deuses.
(Daniel 5:4) Beberam vinho e
louvaram os deuses de ouro e de prata, e os de cobre, de ferro, de madeira
e de pedra.
O costume de
brindar em alguns povos tem origens em cerimônias religiosas, onde as taças
eram erguidas em homenagem a deuses.[9]
Porém, isso não resulta automaticamente em o cristão estar proibido de brindar.
A lógica é a mesma do Natal: pode existir um lado religioso que deve ser
evitado; mas quanto ao lado social, não há proibições nas
Escrituras.
Se o cristão
estiver tomando uma refeição próximo a alguém que segue uma religião pagã,
talvez em um restaurante ou na casa de um parente, e tal pessoa propor um
brinde em homenagem a seus deuses, santos, orixás ou entidades
sobrenaturais em geral, certamente o cristão deverá evitar isso. Participar em
tal atividade é idolatria; é semelhante a oferecer incenso a um ídolo.
Contudo, até
onde minhas experiências como cidadão brasileiro me mostraram, o exemplo acima
citado é obsoleto na sociedade ocidental. A verdade é que na totalidade dos
casos na sociedade ocidental o brinde é nada além de um costume sem qualquer
relação com religiosidade, assim como usar uma aliança. Se você usa uma
aliança, isso significa que você é casado, não que é adorador de Buda; a mesma
coisa é quando alguém brinda com você.
Ninguém comete um ato idólatra ao ser
educado e tocar o copo ou a taça no copo ou taça de alguém que propõe um brinde.
Já vi casos de irmãos que se recusaram tocar o copo ou taça em um restaurante e
isso criou uma situação constrangedora onde as pessoas os acharam extremistas e
puritanos demais. Foi até mesmo um mau testemunho. Eu mesmo estava presente e
fiquei constrangido com a situação.
Portanto, o costume de brindar somente é
errado se tiver uma referência religiosa presente no ato. Pelo menos na
sociedade ocidental, até onde pude perceber com base em minhas circunstâncias,
tal referência é obsoleta.
O aniversário natalício
A fim de
sermos consistentes, precisamos seguir a mesma lógica de tudo mais; afinal, a
verdade tem de ser coerente.
Não vou entrar
em detalhes sobre as origens da celebração de aniversário, pois elas não são
essenciais para determinar se é correto ou não celebrar aniversários
natalícios.
O ponto é: existem
superstições pagãs na celebração? Se sim, evite-as. Alguns evitam a
celebração por completo, outros apenas removem os elementos supersticiosos.
Ambos devem ser respeitados, foi isso que o apóstolo Paulo ensinou. (Romanos
14:1)
Tenhamos em
mente os seguintes textos:
(1 Coríntios 8:10)
Pois, se alguém vir você, que tem conhecimento, tomando uma refeição no templo
de um ídolo, será que a consciência daquele que é fraco não ficará ousada a
ponto de ele comer alimentos oferecidos a ídolos? (Leia também Atos
15:29.)
(1 Coríntios 10:18)
Não são participantes com o altar os que comem dos sacrifícios?
Esses textos
mostram que participar em uma cerimônia com elementos religiosos é errado.
Contudo, se os elementos religiosos não existirem e apenas restar o caráter social,
não há proibição bíblica. (Sugiro que leia 1 Coríntios, do capítulo 8 até o
10.)
Quais seriam
as superstições pagãs em uma celebração de aniversário? O bolo com velinhas, o
pedido supersticioso, o assoprar as velinhas; todas essas práticas são
supersticiosas e os cristãos fazem bem em evitá-las.
É essencial o
respeito bilateral às opiniões. Fala-se muito entre as Testemunhas de Jeová que
‘se deve ser submisso e respeitar aqueles que tomam a dianteira’, tais como os
anciãos. Isso é verdade, mas o respeito não deve ser o “venha a mim”.
Pergunte-se: “Será que, assim como
devo respeitar a minha religião, a minha religião também me respeita?” E se
algum irmão achar que não há problemas em celebrar seu próprio aniversário, ou
se ele não vir problema em ir a um aniversário, deve ser desassociado por isso?
Não há base bíblica para que tal irmão seja sequer repreendido, quanto menos
desassociado, pois a Bíblia não proíbe de forma clara a celebração de
aniversários.[10]
As duas menções de aniversários natalícios nas
Escrituras Apenas duas celebrações de aniversários
natalícios são mencionadas na Bíblia. A primeira é de Faraó em Gênesis 40:20;
a segunda é de Herodes em Mateus 14:6 e Marcos 6:21. Ambas são de pessoas que
não serviam a Deus e também pessoas inocentes são decapitadas. Significa isso que os cristãos estão
proibidos de celebrar aniversário? Não, nem de longe. Isso não equivale a uma
proibição. Significa isso que a Bíblia apresenta aniversários natalícios sob
uma “luz desfavorável”? Pode ser que sim; ainda assim, isso não corresponde a
uma proibição. Vale ressaltar que a lei mosaica não
proibiu a celebração de aniversários aos israelitas, e é irrelevante se
eles tinham ou não tal costume. É razoável concluir que, se fosse proibido
celebrar aniversários para os israelitas, Deus teria deixado isso escrito na
lei mosaica. Deus não pode punir uma pessoa por descumprir uma lei que Ele
não estipulou; tampouco exige Ele que as pessoas cumpram uma lei que Ele não
deu. A lei mosaica contém inúmeras proibições de práticas relacionadas à atos
religiosos impuros, mas não possui qualquer proibição de celebração de
aniversários. O que esta análise objetiva revela? Que
o fato de a Bíblia mencionar apenas dois aniversários celebrados por pessoas
que não serviam a Deus não resulta em nenhuma conclusão categórica para os
cristãos. Portanto, não podemos criar regras com base em argumentos
inconclusivos. É claro que, se algum cristão desejar
evitar tudo relacionado a aniversários, ele deve ser respeitado; o mesmo
ocorre se um cristão desejar celebrar seu próprio aniversário tendo removido
os elementos supersticiosos da ocasião. (Leia Romanos 14:5.) |
Certamente muitos irmãos se sentiriam
desconfortáveis se soubessem que um irmão foi a uma festa de aniversário ou que
celebrou seu próprio aniversário, mas isso não deve ser, segundo a Bíblia,
motivo nem de repreensão congregacional, muito menos de desassociação. Em
realidade, é inadmissível, absurdo, prepóstero que alguém seja desassociado por
isso. Apenas “o homem mau” deve ser desassociado. (1 Coríntios 5:11, 12) Se um
irmão for desassociado por ir a um aniversário ou por celebrar seu próprio
aniversário, os anciãos que o expulsaram incorrerão em erro sério que resultará
no desfavor de Jeová, comprometendo a própria salvação deles; se a congregação
apoiar tal desassociação, compartilhará da culpa coletiva e do desfavor de
Jeová. Lembre-se: apenas o “homem iníquo” deve ser removido da congregação.
(1 Coríntios 5:11-13)
O ponto que quero fazer aqui é o
seguinte: não estou defendendo celebrações de aniversários para os cristãos, e
há evidência histórica que mostra que quem deseja evitar comemorar aniversários
não exagera; mas não há evidência suficiente para desassociar alguém que
celebrou aniversário, nem mesmo para que alguém seja repreendido
congregacionalmente. (1 Coríntios 5:9-13; 2 Tessalonicenses 3:14-15)
Paulo comia carne que outrora tinha sido
oferecida ao ídolo, e ele não deixou de ser superintendente só porque isso
talvez incomodasse alguns irmãos. Em outras palavras, celebrar aniversários
não é idolatria. Existem culturas variadas ao redor do globo, e talvez em
algumas delas exista algo idólatra em celebrar aniversários, mas nesse caso a
prática idólatra deve ser analisada por si só. Vou explicar melhor.
Suponhamos que, em uma localidade na Índia, a celebração de aniversários seja feita porque os membros da localidade creem
que o aniversariante possua demônios que devam ser exorcizados; a fim de
expulsar tais demônios, eles estouram fogos de artifícios e batem com os
sapatos na cabeça do aniversariante; depois disso, eles levam o aniversariante
até um rio e fazem uma espécie de purificação; então, todos comem um banquete
porque o aniversariante já não possui mais demônio. É evidente que tal
celebração hipotética seria errada para um cristão, pois está cheia de
elementos religiosos contrários aos apresentados na Bíblia. Então, o ponto
principal é que cada pessoa deverá analisar por si mesma o que significa
“celebrar aniversário” e decidir se apegar às Escrituras Sagradas.
Vou relatar uma experiência real. Um
jovem ex-testemunha de Jeová passara a viver junto com uma moça sem estar
devidamente casado com ela. Ela tinha uma filha de um relacionamento anterior,
mas ele passou a amar a enteada, tratando-a como se fosse sua própria filha.
Por fim, ele percebeu que aquele relacionamento não era promissor e desejou
retornar à congregação após vários anos. Então, ele terminou o relacionamento e
também foi readmitido à congregação. Porém, o carinho pela sua anterior família
ainda existia, e a enteada já estava com quase 15 anos de idade. Na região onde
isso aconteceu, o aniversário de 15 anos de uma moça é um evento nobre e muito
importante. Então, o ex-padrasto, agora já readmitido à congregação, foi
convidado e esperava-se muito que ele fosse ao evento. O que ele poderia fazer?
Ele decidiu ir ao aniversário da moça. A consciência dele o permitiu fazer isso
porque ele entendeu que ir ao aniversário não era algo antibíblico, era apenas
uma demonstração do carinho e do respeito que ele tinha por aquela gente. Ele
não se envolveu com nada idólatra ou imoral. Se a consciência dele o permitiu
fazer isso, quem sou eu para dizer que ele pecou?
Veja uma situação hipotética: uma irmã
tem um filho pequeno e no dia do aniversário dele ela talvez decida convidar
uns coleguinhas dele para ir comer e brincar na sua casa. Ela faz um bolo,
pasteizinhos, e outras comidas festivas. Ela não faz nada idólatra, afinal
muitos irmãos fazem exatamente isso em dias variados. A única diferença é que a
irmã fez isso no dia do aniversário do próprio filho. Quem sou eu para condená-la
pelo que fez? Ela pecou contra Deus?
Quando um amigo meu me avisa que está de
aniversário, eu sempre lhe digo: “Felicidades”. Estou pecando? É errado desejar
felicidades às pessoas? Temos de saber separar ensinos e princípios bíblicos de
regras feitas por corporações que outorgaram a si mesmas a autoridade de
produzir um Talmud a fim de criar regras sobre situações para as quais a
Bíblia não apresenta regras. Quando atingirmos tal madureza espiritual, nossas
diferenças com o nosso próximo serão reduzidas, passaremos a enxergá-lo como nosso
semelhante e nossa carga será muito mais leve.
Conclusão
Não é a origem das coisas, ou as práticas
que as pessoas tinham há milênios em uma celebração específica que determinam
se podemos ou não fazer algo, mas o real sentido da festividade hoje. Se ela
tiver sentido religioso contrário à Bíblia, devemos evitar tais práticas e
superstições.
Pode ser também que a mesma festividade
seja celebrada de formas díspares em continentes e culturas diferentes; assim,
o que deve ser analisado não é o nome da festividade, mas as práticas nelas. Se
houver práticas supersticiosas e religiosas, tais práticas devem ser evitadas.
Seja como for, tenhamos em mente as três
ordens bíblicas nos seguintes textos:
· 1 Coríntios 4:6
· Romanos 14:1-5
· 2 Coríntios 6:14-17
Notas:
[1] Esta é uma referência ao alimento vendido no açougue, após a cerimônia no templo, onde o animal era abatido em oferta a um ídolo, ser concluída. Tal conceito não se aplica à participação de uma cerimônia idólatra onde se come carne.
[2] O seguinte artigo pode conter informações úteis para o leitor. A verdade sobre o Natal.
[3] Disponível em: https://www.pocketlyrics.com/2022/02/you-better-not-cry-lyrics-christmas-song.html
[4] Disponível em https://www.crosswalk.com/special-coverage/christmas-and-advent/what-does-the-bible-say-about-christmas-trees.html
[5] Se um cristão estiver envolvido com atos religiosos idólatras próximos à árvore de Natal, ele poderá ser desassociado da congregação por idolatria. (1 Coríntios 5:11)
[6] Para saber mais sobre o Halloween, assista a este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=deco8VLaM9c
[7] Evidentemente, a desassociação não teve ocorrer por um mero ato que os anciãos talvez julguem idólatra ou que se aproxima da idolatria, mas apenas quando a pessoa estiver permeada por um estilo de vida vergonhoso para alguém que leva o nome de Cristo.
[8] Evidentemente o cristão rejeitaria presentes de significado ocultista, como amuletos, ídolos, ou objetos que foram usados em cerimônias religiosas.
[9] Caso deseje ler mais sobre o assunto, acesse este artigo. https://chapiuski.com.br/origem-do-brinde/
[10] É inaceitável que pessoas sejam desassociadas de forma arbitrária e por razões fúteis, conforme tem acontecido cada vez com mais frequência entre as TJs. Apenas quando a Bíblia diz quem alguém deve ser desassociado, então tal pessoa deve ser expulsa da congregação. (Leia 1 Coríntios 5 e 6.)
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
Os artigos deste site podem ser citados ou
republicados, desde que seja citada a fonte: o site
www.oapologistadaverdade.org
Comentários
Habrá uno que hable sobre Génesis 1:6.
Últimamente hay muchos seguidores de que la Tierra es plana o una cúpula.
Gracias por la atención.
Alguno sobre la traducción de Juan 1:18 ?
Bendiciones
Veja a série de artigos "'Deus unigênito' em João 1:18 – um dilema para os trinitaristas!' (Partes 1 a 8).