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O que é “lascívia” (asélgeia)?

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Contribuído por Cristão Antitípico.

A Tradução do Novo Mundo 1986 (TNM86) traduz asélgeia por “conduta desenfreada”, ao passo que a TNM15 traduz por “conduta insolente”. Há uma pequena variação de sentido entre algo “insolente” e algo “desenfreado”; insolente significa “desrespeitoso”, “que se opõe as regras”, “arrogante”;[1] desenfreado significa “sem moderação”, “excessivo”, “que não se pode frear”.[2] Essa variação, entretanto, não é substancial para o leitor da TNM; o que importa mesmo são as referências, a saber, a quais ações concretas asélgeia se refere ou se se refere a sentimentos.

A TNM86 é uma das melhores traduções das Escritura Sagradas, se não a melhor que existe em português e em inglês. Ela é, em geral, muito superior à King James (Rei Jaime), às traduções João Ferreira de Almeida, Linguagem de Hoje, Edição Pastoral, Bíblia de Jerusalém e outras. Todavia, neste ponto específico, a tradução “conduta desenfreada/insolente” para a palavra asélgeia não possui base sólida pelos contextos onde o termo aparece, pois assim como akatharsía, asélgeia tampouco se refere a ações específicas, isto é, à “conduta”.

Neste artigo provarei que a melhor tradução para asélgeia é “lascívia”.[3] No artigo sobre akatharsía, mostrei que esta palavra não se refere a ações específicas, e que parece se referir à “impureza de motivos”, que é um conceito abstrato e abrangente, além de se referir ao “estado de impureza” que ocorre após o pecado ter sido cometido. A palavra asélgeia (lascívia) possui sentido ainda mais abstrato que akatharsía e tampouco se refere a ações específicas.  É difícil entender as aplicações da palavra, mas parece se referir à libido descontrolada, não a atitudes ou “conduta insolente”, como verte a TNM15. E assim como akatharsía, asélgeia tampouco é mencionada como pecado de excomunhão/desassociação nas Escrituras.

Ocorrências neotestamentárias de asélgeia, “lascívia”. (“conduta insolente” – TNM15). Todas a citações a seguir são da João Ferreira de Almeida Atualizada (JFAA)

Mar 7:22

“a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.”

Nenhuma ação específica.

Ro 13:13

“Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes;”

Nenhuma ação específica.

2 Co 12:21

“Receio que, indo outra vez, o meu Deus me humilhe no meio de vós, e eu venha a chorar por muitos que, outrora, pecaram e não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram.”

Nenhuma ação específica.

Gál 5:19

“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia. . .”

Não há ações específicas.

Ef 4:19

“os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza.”

Nenhuma ação específica.

1 Pe 4:3

“Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias.”

Está relacionada ao desejo sexual.

2 Pe 2:18

“porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro, 

Está relacionada ao desejo sexual.

2 Pe 2:7

“e livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino (εν ασελγεια αναστροφης) daqueles insubordinados”

Está relacionada à sexualidade.

Jud 1:4

“Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.”

Nenhuma ação específica.

  

A TNM15 verte todas as ocorrências de asélgeia consistentemente por “conduta insolente”, ao passo que a JFAA é inconsistente na tradução, o que dificulta a pesquisa pessoal. A JFAA usa 3, por assim dizer, campos semânticos de traduções para asélgeia:

1.    Lascívia;[4]

2.  Dissolução/dissoluções;[5]

3.  Libertinagem/procedimento libertino, libertinagens;[6]

A lascívia é a “Qualidade do que se destina à libidinagem ou do que possui uma inclinação para a sensualidade; despudor.” O termo “dissolução”, que significa “rompimento”, é uma tradução imprecisa para asélgeia; “libertinagem” é a manifestação da lascívia, quer dizer, uma pessoa lasciva tem práticas libertinas.

Conforme a exposição anterior deixou claro, não há ações concretas no Novo Testamento para asélgeia, assim como tampouco há pra akatharsía. A obra Mounce Concise English-Greek Dictionary define asélgeia como “intemperança; licenciosidade, lascívia”; o dicionário de Strong define como “licenciosidade (às vezes incluindo outros vícios): - imundo, lascívia, libertinagem”, e a obra Thayer’s Greek Definitions define como “luxúria desenfreada, excesso, licenciosidade, lascívia, libertinagem”.  Em todas as definições lexicais, a palavra que mais se encaixa nos contextos bíblicos das ocorrências de asélgeia é “lascívia”. Sobre o termo grego, Ernest De Witt Burton explicou:

“em vista da associação de Paulo em outro lugar com palavras que denotam sensualidade (Ro 13:1, 2Co 12:21; Ef. 4:19) e seu agrupamento aqui com πορνεία [porneía] e ἀκαθαρσία [akatharsía], é provável que se refira especialmente à devassidão nas relações sexuais.”[7] [O grifo é meu]

Asélgeia é uma palavra de significado abstrato e obscuro. A única coisa que se sabe a partir das ocorrências dela no NT é que é usada em conexão com o sexo ilícito, a saber, porneía e também com akatharsía (impureza de motivo). Não sabemos nada além disso com base nos contextos e referências cruzadas. Se nos basearmos apenas nas Escrituras Sagradas, que é o que devemos fazer, poderemos concluir que asélgeia parece se referir à libido descontrolada, isto é, lascívia. Esta palavra não se refere a ações específicas, mas a desejos que se evidenciam em um modo de vida imoral.

A lascívia não se aplica ao desejo natural que um homem sente por uma mulher e vice-versa; antes, refere-se à libido descontrolada, exagerada, um coração que é dominado pelo desejo sexual, e tal desejo se manifesta em outros atos imorais, tal como a prática de porneía (sexo ilícito).

Por exemplo, se um homem casado vai até uma casa noturna para ver, tocar e acariciar mulheres nuas ou seminuas, cedo ou tarde ele se envolverá com fornicação (porneía), isso sem dúvidas evidenciará a lascívia (asélgeia) no íntimo dele. Isto é libertinagem. Ainda assim, a Bíblia não diz em parte alguma que a lascívia é um pecado de desassociação porque não há ações específicas para essa palavra na Bíblia. Pela definição de Ernest De Witt Burton, poderíamos dizer que uma pessoa que mantem relações sexuais libertinas (porneía), com vários (as) parceiros (as), é lasciva. Esta poderia ser a razão de asélgeia e porneía serem mencionadas juntas algumas vezes no NT. Assim, não é a asélgeia o pecado de desassociação, mas porneía.

Em Gálatas 5:19, 20, Paulo cita as “obras da carne”, e dentre elas estão asélgeia (lascívia), akatharsia (impureza) e porneía (sexo ilícito) juntas.

19  φανερα δε εστιν τα εργα της σαρκος ατινα εστιν μοιχεια πορνεια (porneía) ακαθαρσια (akatharsía) ασελγεια (asélgeia)

20  ειδωλολατρεια φαρμακεια εχθραι ερεις ζηλοι (zēlos – “ciúmes”) θυμοι εριθειαι διχοστασιαι αιρεσεις

21 φθονοι (phthonos, “invejas”) φονοι μεθαι κωμοι και τα ομοια τουτοις α προλεγω υμιν καθως και προειπον οτι οι τα τοιαυτα πρασσοντες βασιλειαν θεου ου κληρονομησουσιν 

 

Significa isso que elas são a mesma coisa, ou que as três são pecados de desassociação? Não, pois o escritor também menciona logo em seguida “ciúmes” e “invejas” como obras da carne, e ninguém pode ser excomungado/desassociado por ciúmes e invejas. Ademais, como alguém poderia ser desassociado por asélgeia se a Bíblia não apresenta nenhuma ação específica para tal palavra? Das obras da carne, as únicas que são mencionadas por Paulo como pecados de desassociação são: fornicação/sexo ilícito (porneía); idolatrias (eidōlolatreia), seitas/heresias (hairesis), bebedeiras/intoxicação (methē), que correspondem respectivamente à lista de personalidades descritas por Paulo em 1 Coríntios, 5 e 6 como sendo os passíveis de desassociação, a saber, fornicador, idólatra, herege (Tito 3:10), e beberrão/alcoólatra.

Ainda sobre as obras da carne, podemos categorizá-las nas quatro formas a seguir:

1)               Pecados sexuais – fornicação (sexo ilícito/imoralidade sexual), impureza e lascívia;

2)             Pecados espirituais – Idolatria e ocultismo (farmakía);

3)             Pecados nos relacionamentos - inimizades, brigas, ciúme, acessos de ira, discórdias, divisões, formação de seitas;

4)             Pecados de indulgência – invejas, embriaguez e festas descontroladas/farras;

Sobre o ponto 1), na obra South Asia Bible Commentary lemos:

“A imoralidade sexual refere-se a todas as formas de relações sexuais ilícitas. Impureza refere-se à impureza moral em pensamento, palavra e ação. Devassidão conota uma exibição aberta e desavergonhada desses males.”[8]

Com base neste comentário, porneía se refere ao sexo ilícito, akatharsía se refere ao estado mental impuro e asélgeia se refere ao estilo de vida devasso/lascivo que um fornicador exibe aos expectadores. Ou seja, asélgeia não é uma ação pecaminosa passível de desassociação, mas é a lascívia percebida no estilo de vida de um fornicador. Em outras palavras, é necessário ser um fornicador para ser culpado de lascívia.

A que ações asélgeia (lascívia) não se refere?

             A palavra asélgeia não se refere a:

1.    Manter contato desnecessário com um desassociado, seja este membro da família ou não; (!)

2.  Namorar alguém sem estar biblicamente livre para se casar;

             É claro que cristãos não devem manter contato desnecessário com aquele que foi excomungado da congregação cristã, pois Paulo disse: “nem se quer comam com tal homem”. (1 Coríntios 5:11) Portanto, o distanciamento de um membro da congregação para com um desassociado deve ser maior que o distanciamento para com os descrentes.

             Jesus ensinou que o único motivo bíblico para divórcio em que o cristão está justificado para se casar de novo é porneía, no caso, o adultério. Por isso, se um casal se divorciou por qualquer motivo que não seja este, nenhum dos envolvidos está justificado para se casar de novo e, caso se case novamente, será culpado de porneía. Por causa disto, é obviamente impróprio que tais pessoas comecem um relacionamento romântico, ainda que sem envolvimento sexual, com outra pessoa. O senso comum revela que muito provavelmente alguém que fez isso se envolverá em porneía.

             Entretanto, o que quero destacar é que não há nenhuma relação entre a palavra asélgeia e “manter contato desnecessário com um desassociado”. (!) O fato de um grupo de instrutores da Bíblia ensinar que há relação entre asélgeia e tal conceito revela grande despreparo para instruir as ovelhinhas de Jeová. Muitas pessoas têm suas vidas arruinadas por causa disso. O mesmo se diz da relação entre asélgeia e “namorar sem estar livre para se casar novamente” – não há nada na Bíblia que relacione asélgeia com tal atitude.

Conclusão

O sentido primário de asélgeia é obscuro no NT. Ainda assim, com base nos estudos lexicais e na análise contextual, as melhores evidências apontam para asélgeia como significando “lascívia”, isto é, a libido descontrolada. Esta não é uma ação, mas um desejo descontrolado que resulta em um estilo de vida que se evidencia a partir da prática de sexo ilícito. Podemos concluir sobre as obras da carne que porneía é o sexo ilícito, akatharsía é a impureza de motivo e também o estado de impureza após o pecado ter sido cometido, e asélgeia é a lascívia percebida no estilo de vida de uma pessoa sexualmente imoral, um fornicador.

Destas três obras da carne, apenas porneía é descrita no NT como passível de desassociação.

Não há relação bíblica entre asélgeia e “manter contato desnecessário com um desassociado”.


Notas:

[1] Veja a definição em: https://www.dicio.com.br/insolente/

[2] Veja a definição em: https://www.dicio.com.br/desenfreado/

[3] Definição de “lascívia”: https://www.dicio.com.br/lascivia/

[7]  Disponível em: https://archive.org/details/acriticalandexeg35burtuoft/page/n401/mode/2up?view=theater

[8] South Asia Bible Commentary. Editor geral: Brian Wintle. Publicado em 2015. Editora: Open Doors Publications. ePub Edition © September 2015: ISBN 978-0-310-55962-7 


Contato: oapologistadaverdade@gmail.com

 

Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org

 



Comentários

Anônimo disse…
Irmão apologista, eu quero imensamente agradecer a sua coragem de postar esses assuntos tão relevantes para o povo de Jeová. A gente precisa parar de se esconder no silêncio opressor de nossas próprias consciências e trazer esses assuntos à tona. Suspeito sobre quem talvez seja o autor do artigo, mas não vou falar quem acho que é por respeito. Mas só conheço um irmão com conhecimento e coragem suficiente para falar com propriedade desse assuntos. Se é realmente ele quem escreveu, quero dizer que ele tem todo meu apoio. Força, meu irmão. O que o irmão está falando não é apostasia. É a verdade que precisa ser dita.

Isso me lembra do conto da roupa invisível do imperador. O imperador andava nu, ninguém via a roupa dele. Mas todos ouviram que apenas os inteligentes enxergavam a roupa. Por causa disso ninguém tinha coragem de falar a verdade, que o imperador estava nu, pois tinham medo de serem taxadas de ignorantes. Apenas um menininho contou a verdade. Assim também, os oito imperadores mantém o povo no silêncio sob a desculpa de que quem falar a verdade é apóstata. Por causa disso, ninguém tem coragem de dizer a verdade. Mas um menininho anda falando. Força, rapaz.
Anônimo disse…
Olá Apologista da verdade. Gosto muito de seus artigos e me ajudaram muito a ter um conceito correto e equilibrado sobre assuntos biblicos. Mas esse exemplo que você citou sobre um homem que vai a uma casa noturna, pra vê, tocar em mulheres nuas ou semi nuas. Como a congregação deve lidar nesse caso, dado o sentido que você colocou muito bem sobre lascívia? Que tipo de disciplina aplicar...
Anônimo disse…
No glossário da TNM de 2015 há o tópico Conduta Insolente onde se diz que tal expressão é derivada do termo grego asélgeia e que se refere a certos atos de desrespeito às leis de Deus.
Hum... será?
Anônimo disse…
Artigo magnífico. Era assim os antigos artigos de estudo de A Sentinela
Anônimo disse…
Certamente a palavra ASÉLGEIA se refere a um pecado contra Deus. No entanto, esse pecado é relacionado a PORNEÍA

Não há nenhuma relação bíblica entre ASÉGEIA e "manter contato desnecessário com desassociados". Chega a ser assustador que alguém faça tal relação.
Anônimo disse…
Prezado, conforme foi explicado no artigo com base na Bíblia, apenas quando a Bíblia ordena que alguém deve ser desassociado, então alguém deve ser desassociado. Visto que a Bíblia não ensina que asélgeia (lascívia) é pecado de desassociação, então não cabe a ninguém criar tal regra; e quando alguém cria tal regra, está indo ‘além das coisas escritas’. (1 Coríntios 4:6)

Ademais, a Bíblia não diz a quais ações asélgeia se refere, justamente pelo fato de que não se refere a ações concretas, conforme foi explicado no artigo. Portanto, “manter contato desnecessário com desassociados” não possui absolutamente nenhuma relação com a palavra asélgeia; e é aterrorizante que instrutores da Bíblia supostamente nomeados por Cristo para “dar alimento espiritual errado na hora certa” ensinem tal absurdo. Asélgeia (lascívia; “conduta insolente”, TNM2015) possui conotação sexual, e não tem nada que ver com “manter contato desnecessário com desassociados”.

CONTINUANDO NO COMENTÁRIO A SEGUIR
Anônimo disse…
Mas como tratar um irmão que, em sua libertinagem/devassidão, talvez vá ou mesmo passe a frequentar locais onde ocorre lap dancing ou strip-tease? Apenas porneía (sexo ilícito/imoralidade sexual/fornicação) é a base bíblica para desassociação no que tange a pecados sexuais. Assim, a menos que alguém tenha cometido porneía, a pessoa não pode ser expulsa da congregação. Contudo, ela poderá ser publicamente repreendida, conforme ensinou Paulo:

(𝟸 𝚃𝚎𝚜𝚜𝚊𝚕𝚘𝚗𝚒𝚌𝚎𝚗𝚜𝚎𝚜 𝟹:𝟷𝟹-𝟷𝟻) “𝙳𝚊 𝚟𝚘𝚜𝚜𝚊 𝚙𝚊𝚛𝚝𝚎, 𝚒𝚛𝚖ã𝚘𝚜, 𝚗ã𝚘 𝚍𝚎𝚜𝚒𝚜𝚝𝚊𝚒𝚜 𝚍𝚎 𝚏𝚊𝚣𝚎𝚛 𝚘 𝚚𝚞𝚎 é 𝚍𝚒𝚛𝚎𝚒𝚝𝚘. 𝟷𝟺 𝙼𝚊𝚜, 𝚜𝚎 𝚊𝚕𝚐𝚞é𝚖 𝚗ã𝚘 𝚏𝚘𝚛 𝚘𝚋𝚎𝚍𝚒𝚎𝚗𝚝𝚎 à 𝚗𝚘𝚜𝚜𝚊 𝚙𝚊𝚕𝚊𝚟𝚛𝚊 𝚙𝚘𝚛 𝚒𝚗𝚝𝚎𝚛𝚖é𝚍𝚒𝚘 𝚍𝚎𝚜𝚝𝚊 𝚌𝚊𝚛𝚝𝚊, 𝚝𝚘𝚖𝚊𝚒 𝚗𝚘𝚝𝚊 𝚍𝚎 𝚝𝚊𝚕, 𝚙𝚊𝚛𝚊𝚒 𝚍𝚎 𝚊𝚜𝚜𝚘𝚌𝚒𝚊𝚛-𝚟𝚘𝚜 𝚌𝚘𝚖 𝚎𝚕𝚎, 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚚𝚞𝚎 𝚏𝚒𝚚𝚞𝚎 𝚎𝚗𝚟𝚎𝚛𝚐𝚘𝚗𝚑𝚊𝚍𝚘. 𝟷𝟻 𝙲𝚘𝚗𝚝𝚞𝚍𝚘, 𝚗ã𝚘 𝚘 𝚌𝚘𝚗𝚜𝚒𝚍𝚎𝚛𝚎𝚒𝚜 𝚌𝚘𝚖𝚘 𝚒𝚗𝚒𝚖𝚒𝚐𝚘, 𝚖𝚊𝚜 𝚌𝚘𝚗𝚝𝚒𝚗𝚞𝚊𝚒 𝚊 𝚊𝚍𝚖𝚘𝚎𝚜𝚝á-𝚕𝚘 𝚌𝚘𝚖𝚘 𝚒𝚛𝚖ã𝚘.”

Os termos gregos para “parai de associar-vos com ele” são os mesmos usados por Paulo em 1 Coríntios 5 para falar da desassociação. Contudo, no texto supracitado Paulo não está falando da desassociação, mas da repreensão, pois o homem repreendido ainda é “irmão”. Assim, se um irmão possui um estilo de vida libertino, mas ainda não cometeu porneía, ele só deverá ser repreendido. Paulo não deu detalhes sobre como isso deve ser feito; logo, cabe aos anciãos congregacionais decidir isso. O irmão repreendido receberá um “gelo” dos demais, os quais não se associarão com ele no mesmo modo como antes faziam, mas ele ainda será tratado como irmão. A diferença entre isso e a desassociação é que o desassociado não é mais tratado como irmão.

Espero ter respondido.
Anônimo disse…
Obrigado pela resposta Apologista da verdade, entendi perfeitamente !
Anônimo disse…
Só complementando o meu comentário anterior, a CRASSA asélgeia pode levar a desassociação. Assim como o grau do ciúme e da inveja é passível de expulsão, para isso uma audiência judicativa deve ser feita
Autor do artigo disse…
Anônimo deixou um novo comentário na sua postagem "O que é “lascívia” (asélgeia)?":

Só complementando o meu comentário anterior, a CRASSA asélgeia pode levar a desassociação. Assim como o grau do ciúme e da inveja é passível de expulsão, para isso uma audiência judicativa deve ser feita

RESPOSTA

Prezado, não existe na Bíblia o conceito de “crassa ASÉLGEIA”, ou “crassa lascívia”, nem isso é mencionado na Bíblia como pecado de desassociação. Por exemplo, se eu lhe pedisse para me mostrar na Bíblia o que é "crassa ASÉLGEIA", que texto você usaria para mostrar a que se refere? Nenhum, porque isso não existe na Bíblia - é invenção de homens.

Sobre o grau de ciúme e inveja serem ‘passíveis de desassociação’, isso é mandamento de homens, não de Deus, pois a Bíblia não apresenta “graus” de inveja toleráveis e graus intoleráveis que levem à desassociação. Prezado, tudo isso que você citou, do início ao fim, é invenção de homens sem qualquer embasamento escriturístico.

Repito, não há na Bíblia absolutamente nenhuma instrução sobre “níveis” de ASÉLGEIA ou “níveis” de ciúmes e invejas. Lembre-se da ordem bíblica de ‘não irmos além das coisas escritas’ – 1 Coríntios 4:6.

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