Contribuído.
Os trinitaristas não medem
esforços para buscar analogias, ou comparações, que ajudem as pessoas a
entender e a aceitar a doutrina da Trindade. Este artigo contribuído por um
leitor faz uma análise coerente das costumeiras analogias propostas pelos
defensores da Trindade.
Analogia do amor:
O Pai ama, o Filho é amado e o “Espírito
Santo” é o amor.
Refutação:
O fato de o Pai amar apenas
demonstra que Ele sente um sentimento por alguém, coisa que até humanos sentem
por seus filhos. Quer dizer agora que humanos são o mesmo Deus que o Pai? O
fato de o Filho ser amado não prova nada, pois além de ser amado, ele também
ama. Seria Jesus agora a mesma pessoa do Pai? A Bíblia não diz que o “Espírito
Santo” é amor. Mas o “Espírito Santo” ajuda as pessoas a demonstrarem essa
qualidade. Jeová, o Pai, é descrito como sendo amor. (1 João 4:8) Seria o “Espírito Santo”
também agora o Pai? Essa ilustração está mais para Unicismo do que para Trindade.
Analogia do Casamento:
Marido e esposa são uma só carne,
formando assim um paralelo da Trindade.
Refutação:
Marido e esposa não possuem o mesmo
conhecimento. Marido e esposa não possuem mesma autoridade. Marido e esposa não
necessariamente possuem o mesmo tempo de vida. Além do mais, essa analogia, no
máximo, provaria dualidade (pois diz respeito a duas pessoas), e não
triunidade, ou trindade.
Analogia da família humana:
A mulher está sujeita ao marido,
mas não é menos humana do que ele; o filho está sujeito ao seu pai, mas o pai
não é mais humano do que o filho. Assim,
o Filho de Deus e o “Espírito Santo” estão sujeitos a Deus Pai, mas não são
menos divinos do que ele; ambos têm a mesma divindade.
Refutação:
É verdade que os seres da mesma
família são da mesma natureza: a humana. Entretanto, o pai é mais velho que o
filho. O pai tem mais autoridade que o filho. O pai tem mais conhecimento e
mais experiência de vida que o filho. Em vez de provar a trindade, essa
analogia a refuta. Sobre a esposa, a analogia acima do casamento já explicou.
Analogia das três velas acesas:
A chama com que acendemos três
velas, é a mesma chama, emitindo a mesma luz da mesma chama em três velas
distintas.
Refutação: Esta analogia
confunde luz com iluminação. Luz é definida como “onda
eletromagnética”; segundo a física, é a propagação de fótons pelo espaço a
partir de uma fonte, tal como a chama de uma vela. Assim, cada corpo
luminoso produz a sua própria luz. Cientificamente, três velas produzem três luzes
– três ondas eletromagnéticas. Estas luzes constituem uma só iluminação, a qual é definida como “conjunto de luzes”. Além disso, dependendo da posição da vela no
ambiente, ela ilumina mais. Visto que o Pai ocupa uma posição superior à
posição do Filho, sua luz é maior. (João 14:28; 1 Coríntios 15:27, 28) Assim, a
analogia das três velas não sustenta necessariamente a coigualdade entre o Pai
e o Filho.
Analogia do ser humano tricotomal[1]:
O homem é feito à imagem de Deus. E,
assim como Deus é triúno, o homem é formado de corpo, alma e espírito,
refletindo assim a natureza trina da Divindade.
Refutação:
O corpo não é a mesma coisa que a alma e o espírito. O corpo é algo material visível, feito do pó. Já a alma e o espírito são descritos como algo imaterial, invisível. Isso demonstra que não são da mesma essência ou substância. Além disso, o espírito foi formado primeiro que o corpo, pois o corpo depende do espírito para funcionar. Então não possuem o mesmo tempo de vida. Mais uma analogia que, em vez de provar a Trindade, a refuta.
Analogia do ovo:
Segundo alguns trinitaristas,
assim como um ovo é formado por casca, clara e gema e continua sendo apenas UM
ovo (e não três ovos), Deus é apenas um, mas formado por três Pessoas.
Refutação:
Mas, qual é o problema desta
comparação? O problema é que, na doutrina da Trindade, tanto o conjunto de três Pessoas quanto cada um dos elementos do conjunto são chamados de Deus. O Pai é
Deus 100%, assim como o Filho e o “Espírito Santo”. A comparação com o ovo é falha,
pois não podemos chamar de ovo a casca. A casca é parte do ovo, não o ovo. A
doutrina da Trindade não diz que o “Espírito Santo” é parte de Deus, mas sim
que é Deus, 100% Deus. A comparação também falha pelo fato de a casca, a clara e a gema não serem formadas da mesma substância, não sendo consubstanciais.
Analogia dos estados sólido, líquido e gasoso:
Para resolver o problema da consubstancialidade,
eles comparam as três Pessoas da Trindade aos três estados da água: sólido,
líquido e gasoso. Esta é uma comparação antiga usada por muitos pastores e
professores trinitarianos.
Refutação:
Qual é o problema com esta
comparação? O problema está na definição trinitariana de Deus: uma entidade
única formada por três Pessoas iguais, cada Pessoa sendo 100% Deus. A água não pode ser
definida com uma entidade única caracterizada simultaneamente pelos três estados em que ela pode se
apresentar, ou seja, os estados da água são apenas formas em que a água pode se
apresentar e não componentes da água. Além disso, o que agora é gelo, em alguns
minutos pode ser um vapor. A comparação da água em seus três estados seria
excelente para os defensores do Modalismo ou Unicismo. Estes ensinam que Deus é
apenas uma Pessoa (e não três Pessoas), e que esta única Pessoa se manifesta de
três maneiras diferentes. Para estes a comparação da água nos seus três estados
cai como uma luva!
Analogia do passado, presente e futuro:
Segundo esta analogia, o passado é
diferente do presente, que é diferente do futuro. Cada um deles, porém, é
simultâneo. Não existem três “tempos”, mas o tempo é um apenas; ou seja, os
três elementos do tempo – presente, passado e futuro – desfrutam da mesma
essência, todos eles formam o tempo.
Refutação:
O problema desta analogia é que,
na Trindade, se diz que cada pessoa é 100% Deus independentemente das “outras”.
Já com o tempo é diferente: o presente não é “100% tempo” de forma independente
do futuro e do passado. O tempo em si é a soma de passado + presente + futuro. Sendo
assim, o presente NÃO É O TEMPO; o presente FAZ PARTE do tempo, mas não é o
100% do tempo. O presente é apenas uma PARTE do tempo. O mesmo se aplica ao
passado e ao futuro. Portanto, a soma de todos os tempos é que forma 100% do tempo.
Analogia envolvendo altura, largura e profundidade:
Segundo esta analogia, a altura é
diferente da profundidade, que é diferente da largura. Mesmo assim, não existem
três “espaços”, mas o espaço é apenas um. As partes que formam o espaço possuem
a mesma natureza: todas são “espaço”.
Refutação:
Mas o problema desta analogia é o
mesmo da analogia acima, do tempo. O espaço em si é a soma de altura, largura e
profundidade. A altura não é 100% do espaço, assim como a largura também não é
100% do espaço, e o mesmo se aplica à profundidade.
Assim, as analogias propostas para
tentar explicar a doutrina da Trindade apresentam falhas no que diz respeito a
sustentar as proposições inclusas nessa doutrina, a saber (1) a existência de
três Pessoas; (2) todas as Pessoas compartilhando a Divindade; e (3) a
coigualdade dessas Pessoas.
Veja também os artigos abaixo:
“Exame da ‘analogia do três’ para se tentar provar a Trindade”
“Ilustrações falaciosas sobre a Trindade”
“Análise da analogia trinitária do fogo”
Nota:
[1] O adjetivo “tricotomal” refere-se à tricotomia, termo que, em teologia, refere-se à contemplação do ser humano em três vertentes: corpo, alma e espírito. – Significado de Dicotomia. Significados. Disponível em:<https://www.significados.com.br/dicotomia/>.
Referências:
Dicionário Informal. Disponível em: <https://www.dicionarioinformal.com.br/>.
Luz. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/fisica/luz.htm>.
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