Contribuído.
Allan Kardec, precursor do
espiritismo, pregou que os espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias para atingirem a perfeição. Tendo
em vista essa premissa, convido o leitor a analisar as perguntas abaixo:
Deus criou
os espíritos perfeitos ou imperfeitos?
Dizer que Deus os criou
imperfeitos estaria contradizendo totalmente o que a Bíblia diz. 2 Samuel 22:31
declara que “o caminho do verdadeiro Deus é perfeito”. Ou, como lemos na Good News Translation (“Tradução Boas
Novas”): “Este Deus – quão perfeitas são suas obras.”
Uma vez que Deus os criou perfeitos, como todos eles vieram a pecar?
Se todos os espíritos criados por Deus vieram a pecar, isso lançaria
descrédito sobre Deus como Criador. Como ilustração, imagine se todos os automóveis de uma indústria
automotiva apresentassem defeito. Evidentemente isso comprometeria a
credibilidade dessa indústria. Do mesmo modo, se todos os espíritos viessem a se tornar imperfeitos, isso comprometeria
a credibilidade de Deus como Criador.
Contrário a essa infame
ideia, a Bíblia mostra que, no princípio da humanidade, apenas um espírito se
tornou imperfeito – o anjo que se tornou Satanás, o Diabo. Jesus descreveu esse
personagem, nestas palavras: “Ele foi um assassino quando começou, e não
permaneceu na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele fala a mentira,
está fazendo o que lhe é próprio, porque é um mentiroso e o pai da mentira.”
(João 8:44) Mais de um milênio depois, outros espíritos foram desviados por
Satanás. Lemos o seguinte em Gênesis 6:2: “Quando pessoas haviam se espalhado
por todo o mundo, e as filhas estavam nascendo, alguns dos seres celestiais
viram que essas moças eram bonitas, e assim pegaram as que mais gostavam.” (Good
News Translation; veja também International
Standard Version.) Segundo a Bíblia, o desvio desses espíritos ocorreu num
momento único da História humana, algum tempo antes do Dilúvio dos dias de Noé.
1 Pedro 3:19, 20 menciona os “espíritos em prisão, que tinham sido
desobedientes quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto se construía
a arca, na qual poucas pessoas, isto é, oito, foram levadas a salvo através da
água”. Apocalipse 12:4 afirma que Satanás desviou “um terço” dos anjos de Deus.
Assim, a expressiva maioria dos espíritos que Deus criou não se tornou
imperfeita.
Os espíritos foram criados perfeitos por Deus
Fonte: jw.org
E, com relação aos espíritos
que se tornaram imperfeitos, surgem as seguintes questões:
Espíritos são seres superiores aos homens. Por que não
se aperfeiçoam no céu? Por que eles têm que vir para a Terra para serem
aperfeiçoados?
Se os espíritos reencarnam para atingir a perfeição,
por que a humanidade continua mais imperfeita (desamorosa, violenta e injusta)?
Se os espíritos estão ficando perfeitos, a população da Terra não deveria se ter
se tornado melhor?
Não seria de esperar que ela tivesse
melhorado ao longo de tantos anos? O ensinamento de Allan Kardec é contrário ao
o que a Bíblia diz. A Palavra de Deus ensina, em 2 Timóteo 3:1-5, 13, que as
pessoas se tornariam ruins e não
melhores. Lemos o seguinte nesta passagem bíblica: “Mas saiba que nos últimos
dias haverá tempos críticos, difíceis de suportar. Pois os homens só amarão a
si mesmos, amarão o dinheiro, serão presunçosos, arrogantes, blasfemadores,
desobedientes aos pais, ingratos, desleais, desnaturados, não estarão dispostos
a acordos, serão caluniadores, sem autodomínio, ferozes, sem amor ao que é bom,
traidores, teimosos, cheios de orgulho, amarão os prazeres em vez de a Deus e
manterão uma aparência de devoção a Deus, mas rejeitarão o poder dessa devoção.
Desses, afaste-se. Mas as pessoas más e os impostores se tornarão cada vez
piores, enganando e sendo enganados.”
Se a teoria espírita fosse verdadeira,
os milênios da História humana teriam produzido uma humanidade cada vez melhor,
e não pior. Hoje a humanidade seria muito melhor do que no passado. Mas isso
não tem acontecido.
Pela visão do espiritismo,
quanto mais tempo tem a humanidade, mais perfeita ela deveria estar ficando. Mas,
por que a humanidade nunca atingiu sua
perfeição?
Se os espíritos estão sendo aperfeiçoados, por que a maldade somente aumenta?
Fonte: jw.org
E se os espíritos estão ficando perfeitos, a
população da Terra não deveria ter se tornado menor com o tempo?
O livro “É Esta Vida Tudo O Que Há?” (1975, pp. 55) comenta:
Muitos dos que aceitam a doutrina do renascimento creem que os que levam
uma vida má renascerão numa casta inferior, ou como insetos, aves ou animais.
Mas, por que se dá, então, que há uma grande explosão da população humana
numa época em que os crimes e a violência aumentam numa escala sem precedentes?
– Negrito acrescentado.
Em 1960 havia na terra cerca
de 3 bilhões de pessoas. Hoje existem mais de 7 bilhões. De onde apareceram tantos espíritos pecadores com necessidade de
reencarnar? Como vimos pela Bíblia, os espíritos se rebelaram contra Deus
no período próximo do Dilúvio, e não mais depois disso. C0mo então explicar o
grande aumento da população humana, o que, na visão do espiritismo, demandaria
uma grande quantidade de espíritos para reencarnar?
Se o espírito
reencarna numa casta inferior para pagar pecados anteriores, por que podem
mesmo os da casta mais inferior sobressair-se quando recebem oportunidades de
educação?
Sobre isso, comenta o livro “É Esta Vida Tudo O Que Há?” (pp.
55-56):
Por exemplo, o Times de Nova Iorque, de 26 de outubro de 1973,
noticiou que uma moça de dezesseis anos,
de casta inferior, era a moça mais inteligente na escola de Kallipashim, na
Índia. Ela era mais inteligente do que
uma moça da casta mais elevada, uma brâmane. Como se pode explicar isso?
Não é verdade que a doutrina do renascimento ou da reencarnação não pode
fornecer explicações satisfatórias para tais coisas?
Pense também nos frutos que
tal ensino produziu. Não privou muitos
homens duma condição digna, obrigando-os a tomar empregos serviçais em péssimas
condições de trabalho, com pouca possibilidade de melhorar a sua sorte na
vida por meio da educação? – Negrito acrescentado.
Kardec afirma que, quando alguém
nasce com defeito físico, é para se aperfeiçoar em relação aos pecados que
havia cometido na sua vida anterior. Mas, que relação têm os pais dessa criança
com os pecados dela em vidas anteriores, para sofrerem também? Por que os pais têm que sofrer por pecados
não cometidos por eles e sim pelo espírito da criança? Isso é justo?
Quando nasce uma criança, o
objetivo é que ela possa se aperfeiçoar em relação aos pecados cometidos na
vida anterior. Então, se ela morre ao
nascer, ou morre antes mesmo de nascer, que proveito tirou da curta vida?
Segundo
Kardec, a pessoa que reencarna não sabe da vida anterior. Então, perguntamos:
Que evolução traz o sofrimento quando a
pessoa não sabe por que está sofrendo? Como ela poderia melhorar ou evoluir se
não souber como melhorar ou em que pontos melhorar?
Mas, alguém poderia perguntar: Que dizer da sensação de já
ter conhecido alguém ou de já ter estado em determinado lugar? Observe o
comentário feito pelo livro “É Esta Vida Tudo O Que Há?” (pp. 53-54):
O que explica tal sensação?
Há muitas similaridades nas pessoas. Talvez, depois de alguma reflexão,
aperceba-se de que a pessoa tem caraterísticas de personalidade ou
particularidades físicas parecidas às dum parente ou amigo.
Do mesmo modo, talvez tenha morado numa determinada cidade ou visto
fotografias dela. Daí, ao visitar outra cidade, talvez note certas
similaridades, de modo que acha que realmente não está num ambiente estranho ou
desconhecido.
Assim, pois, não é razoável concluir que a sensação de familiaridade com
pessoas ou lugares antes desconhecidos não é produto duma vida anterior, mas o
resultado de acontecimentos na vida atual? Na realidade, se todos tivessem mesmo tido uma existência anterior, não deviam todos
aperceber-se disso? Então, por que se dá que milhões deles não têm nem a mínima
sensação ou ideia de terem levado uma vida anterior? – Negrito acrescentado.
Se as pessoas já tiveram vidas
passadas, por que é que não se lembram delas?
O livro “É Esta Vida Tudo O Que Há?” (pp. 54-55)
comenta sobre isso:
Além disso, como pode alguém evitar os erros de suas
vidas anteriores, se nem se pode lembrar deles? De que proveito seriam tais
vidas anteriores?
Alguns talvez deem a explicação de que ‘a vida seria um
fardo se as pessoas soubessem dos pormenores de suas existências anteriores’.
[…]
Embora nossa capacidade de nos lembrarmos de muitas
coisas talvez seja limitada, nossa mente certamente não está inteiramente
vazia a seu respeito. O advogado talvez se esqueça dos pormenores exatos de
certos casos, mas a experiência obtida no trato deles torna-se parte de seu
acervo de conhecimento. Ele estaria realmente numa grande desvantagem se se
esquecesse mesmo de tudo. Também, o que causa maior perturbação às pessoas — a
memória fraca ou uma boa memória? Não está em muito melhor situação o homem
idoso que tem boa lembrança de seu fundo de conhecimento e de sua experiência
do que o idoso que praticamente se esqueceu de tudo?
Deveras, que
“bondade” seria ter de aprender de novo tudo o que já se aprendeu durante a
existência anterior? Acharia ser isso “bondade da natureza” se cada dez
anos se esquecesse praticamente de tudo o que sabia e tivesse de aprender
novamente a falar, começando então a acumular um acervo de conhecimento e
experiência, só para perdê-lo completamente? Não causaria isso frustração? Não
resultaria em terríveis atrasos? Então, por que se deve imaginar que isso
aconteça cada setenta ou oitenta anos? Pode imaginar um Deus amoroso fazer tais
renascimentos parte de seu propósito para com a humanidade? – Negrito acrescentado.
Quando a pessoa, após muitos períodos de reencarnação,
finalmente atinge a perfeição, onde irá morar? No céu? Na terra? Em que lugar?
Kardec afirma que, quando a
pessoa morre, seu espírito fica vagando no espaço até uma nova reencarnação. No entanto, Eclesiastes 9:5 deixa
claro que os mortos não estão conscientes de nada. Este texto afirma: “Pois os
vivos sabem que morrerão, mas os mortos
não sabem absolutamente nada, nem têm mais recompensa, porque toda
lembrança deles caiu no esquecimento.”
Se os espíritos reencarnam
até atingir a perfeição e conseguem ficar perfeitos, não haveria a necessidade
de os mortos serem ressuscitados. Então, para
que serviria a promessa da ressurreição feita por Jesus? O apóstolo Paulo afirmou:
“Haverá uma ressurreição tanto de justos como de injustos.” (Atos 24:15) E
Jesus prometeu: “Vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais
ouvirão a voz dele [de Jesus] e sairão … para uma ressurreição.” (João
5:28, 29) Observe que Jesus afirmou que haverá um tempo específico – uma “hora”
– em que os mortos voltarão a viver. Isso mostra que, ao morrerem, as pessoas
estão inconscientes, aguardando uma ressurreição e, portanto, não passam por
sucessivas reencarnações.
Allan Kardec passou para as
pessoas a ideia de que acreditava em Jesus e na Bíblia. Até escreveu um livro
intitulado “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Contudo, nesse livro ele só
escreveu partes dos Evangelhos que não condenam o espiritismo, omitindo todas
as partes que expõem o espiritismo como sendo desaprovado por Deus.
Contrário à ideia da
reencarnação, Jesus ensinou a ressurreição. Reencarnação e ressurreição são
coisas totalmente diferentes. Então, em qual dos dois ensinos devemos acreditar?
Allan Kardec era um homem comum, hoje conhecido por apenas poucas pessoas. Jesus, por outro lado, era e é o Filho de
Deus, conhecido hoje pelo mundo inteiro como o maior homem que já existiu. Quem
está certo? Um homem imperfeito ou Jesus Cristo? A escolha é sua.
Referências:
Gênesis 6:1, 2. Good News Translation. Bible Hub. Disponível em: < https://biblehub.com/genesis/6-1.htm>.
______. International Standard Version. Bible Hub. Disponível em: < https://biblehub.com/genesis/6-1.htm>.
Segundo Samuel 22:31. Good News Translation. Bible Hub. Disponível em: <https://biblehub.com/2_samuel/22-31.htm>.
A menos que haja uma
indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia
Sagrada, publicada pelas Testemunhas de
Jeová.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
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