Fonte: jw.org
Conversa
com um leitor sobre o tema acima.
Leitor:
Prezado defensor da verdade: Gostaria que me
ajudasse em uma questão com uma estudante iniciante. Ela tem o entendimento de
que foi Jeová quem introduziu a morte; eu mostrei a ela que o que
introduziu a morte é o pecado, conforme os textos abaixo:
“Mas
cada um é provado ao ser atraído e seduzido pelo seu próprio desejo. Então o
desejo, quando se torna fértil, dá à luz o pecado; e o pecado, quando consumado, produz
a morte.” – Tiago 1:14, 15.
“É
por isso que, assim como por meio de um só homem [Adão] o pecado entrou no
mundo, e a morte por meio do pecado,
e desse modo a morte se espalhou por toda a humanidade, porque todos haviam
pecado . . .” – Romanos 5:12.
Mas
ela se apega ferrenhamente ao fato de que, ao dar a condenação a Adão, Deus
introduziu a morte. Ela aceita que é o Diabo que causa, mais foi Deus quem
introduziu. Tem alguma ideia de como eu posso derrubar esse raciocínio?
Desde já agradeço!!!
Abraço!
Apologista
da verdade:
Realmente, a morte como punição é uma ação
originária de Deus. Foi ele quem disse: “De toda árvore do jardim, você
pode comer à vontade. Mas, quanto à árvore do conhecimento do que é bom e
do que é mau, não coma dela, porque, no dia em que dela comer, você
certamente morrerá.” – Gênesis 2:16, 17.
Jeová é o Criador e a Fonte da vida
(Salmo 36:9), e ele tem o direito de preservar a vida ou não. No entanto, foi o casal humano quem
decidiu ter esse resultado. Lemos em Gênesis 3:1-6:
“A serpente era o mais
cauteloso de todos os animais selvagens, que Jeová Deus havia feito. Assim, ela
disse à mulher: ‘Foi isso mesmo que Deus disse, que vocês não devem comer de
toda árvore do jardim?’ Então a mulher disse à serpente: ‘Podemos comer do
fruto das árvores do jardim. Mas, sobre o fruto da árvore que está no meio do
jardim, Deus disse: “Não comam dele, não, nem toquem nele; do contrário, vocês
morrerão.”’ Então a serpente disse à mulher: ‘Vocês certamente não
morrerão. Pois Deus sabe que, no mesmo dia em que comerem dele, seus olhos
se abrirão e vocês serão como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.’ Assim,
a mulher viu que a árvore era boa para alimento e que era desejável aos olhos,
sim, a árvore era agradável de contemplar. Então ela pegou do seu fruto e começou a comê-lo. Depois deu também do
fruto ao seu marido, quando ele estava com ela, e ele começou a comê-lo.”
Até então, a morte era uma
possibilidade, algo em potencial, que poderia nunca ter sido efetivado. Assim,
foi o casal humano quem desencadeou a entrada da morte na humanidade pela
desobediência. Deus jamais intencionou que a morte se tornasse uma realidade.
Tanto que ele prometeu vida sem fim, conforme os textos abaixo:
“Além disso, Deus os
abençoou e Deus lhes disse: ‘Tenham filhos e tornem-se muitos; encham e dominem
a terra; tenham domínio sobre os peixes do mar, sobre as criaturas voadoras dos
céus e sobre toda criatura vivente que se move sobre a terra.’” – Gênesis 1:28.
“Então Jeová Deus fez
brotar do solo todo tipo de árvores de aspecto agradável e boas para alimento,
e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do que é
bom e do que é mau.” – Gênesis 2:9.
“Jeová
Deus disse então: ‘O homem se tornou como um de nós, sabendo o que é bom e o
que é mau. Agora, para que ele não estenda a mão e pegue também do fruto da
árvore da vida, e coma, e viva para
sempre, . . .” – Gênesis 3:22.
Observe que, na ordem de tornarem-se
muitos e de dominarem sobre a Terra, Deus nada falou sobre um fim da existência
individual ou coletiva do ser humano. Havia no jardim do Éden a “árvore da
vida”, dando a entender que, se o primeiro casal humano permanecesse leal a seu
Criador, Ele lhes concederia a vida eterna em felicidade na Terra. Deus somente
restringiu o acesso à árvore da vida após o primeiro casal tê-lo desobedecido.
É por isso que a Bíblia atribui a
responsabilidade a Adão (Romanos 5:12) e a Satanás, por este ter induzido o
casal humano a pecar. (João 8:44). Veja os textos transcritos abaixo:
“É por isso que, assim como
por meio de um só homem o pecado entrou
no mundo, e a morte por meio do pecado, e desse modo a morte se espalhou
por toda a humanidade, porque todos haviam pecado . . .” – Romanos 5:12.
“Vocês são filhos do seu
pai, o Diabo, e querem satisfazer os desejos do seu pai. Ele foi um assassino quando começou [porque
introduziu a morte na raça humana], e não permaneceu na verdade, porque nele
não há verdade. Quando ele fala a mentira, está fazendo o que lhe é próprio,
porque é um mentiroso e o pai da mentira.”
Espero que o comentário acima possa ser
de ajuda.
Leitor:
Aceitar que Deus, que é a fonte
da vida, introduziu a morte, é inaceitável. Por exemplo,
considere que um homem está viajando de carro em uma estrada e aí ele pede
orientação para um guarda sobre em que direção deve ir. Então o guarda aponta
uma bifurcação e diz ao homem que deve entrar à direita. Só que na bifurcação, tal
homem segue para a esquerda e até ignora uma placa que diz “NÃO ULTRAPASSE”, e
então ele segue em frente e cai em um precipício. O que introduziu essa tragédia
àquele homem e aos que porventura estavam com ele no carro? Foi o guarda? É
óbvio que não!
Analise o aspecto jurídico da
questão: Se uma pessoa direta ou indiretamente dá causa à morte, ela é tida
como homicida. Então estamos diante de uma questão muito séria, porque a pessoa
nesse caso que está sendo colocado no banco dos réus é o próprio Deus, o
qual por sinal tem a morte por inimiga. Em 1 Coríntios 15:26 ele chama a morte
de “inimigo”. Deus odeia a morte! Ele declara em Sua Palavra:
“‘Eu não tenho prazer na
morte de ninguém’, diz o Soberano Senhor Jeová. ‘Portanto, deem meia-volta e
vivam.’” (Ezequiel 18:32)
Jesus apontou que o Diabo, sim, é um Homicida! – João 8:44.
Exemplificando melhor, e tendo isso em mente, vamos
entender que um dia houve um universo perfeito sem rebeliões e repleto de
criaturas com livre-arbítrio. Tinha que ser assim para ser perfeito: as
criaturas tinham de ter o poder de decisão sobre o que fazer com suas vidas.
Mas, conforme sabemos, uma dessas criaturas deixou-se seduzir pelo seu
próprio desejo egoísta.
Para entendermos o ponto em
questão, vamos pensar no seguinte: Quanto acontece de alguém cometer um crime,
o Estado tem poder soberano para intervir e fazer com que o criminoso perca a
liberdade, trancando-o na prisão. Faz isso, não de forma arbitrária, mas com
base no seu código legislativo, que diz qual a pena para o transgressor. E que
bom que é assim! Já pensou se não houvesse punição para crimes? Como seria a
vida? Já tendo, o povo faz o que faz.
Pois bem, eu lhe pergunto: O
indivíduo que está lá atrás das grades – é porque foi o Estado que o prendeu?
Ou foi o seu procedimento e escolhas que fez na vida que o colocaram lá? Digamos
que houve uma ação secundária de um sistema atuando – no caso, o Estado. Mas,
antes de tudo – e esse é o ponto – houve
uma ação primária, que foi o fato gerador desse desfecho: a escolha do
individuo, isso sim, produziu a prisão.
Uma outra linha de argumentação
é que a morte é um estado de inexistência, ou seja, antes de Adão ser trazido à
existência ele era mero pó (ele não existia; estava morto). Somente foi trazido
à existência por causa do ato criativo de Deus, que lhe deu uma centelha de
vida (espirito que nos ativa); isso vai além do ar que respiramos. –
Eclesiastes 12:7; Salmo 146:4; 104:29.
Portanto, alinhado com o que você disse, JEOVÁ tem o direito
legal de estabelecer punição com a “inexistência”, ou morte, para aqueles que
violam suas leis, pois ele é a causa da nossa existência como indivíduos, e
suas leis visam os nossos melhores interesses. (Apocalipse 4:11; Salmos 19:11)
Sempre que houver a violação das leis de Jeová, alguém vai se ferir: Se alguém
saltar de um edifício, mesmo com um paraquedas, assume o risco de morrer,
porque desafiou a lei de Jeová – neste caso, a lei da gravidade. Ele corre
o risco de o paraquedas não abrir. A desobediência do primeiro casal
humano foi um paraquedas que não abriu.
Acho que, usando todos esses
argumentos, e complementando com o que você disse, já é mais que suficiente
para o entendimento do ponto em questão. Ah, sim! E o capítulo 11 do livro “O
Que A Bíblia Realmente Ensina” também.
Abraço!
Fique com Jeová, e obrigado pela
ajuda.
Apologista da verdade:
Usando a ilustração que você
usou: o Estado é o originador das leis, incluindo as leis penais. Mas é a
violação delas que leva o violador a receber suas sanções. Foi isso o que eu
quis dizer. Assim, a morte – voltar ao estado de inexistência – é uma
punição divina para quem não se adequa às leis de Jeová. Mas é a violação delas que leva o violador a
receber a punição da morte (não existência). Espero ter sido claro agora.
No caso do Estado, a pena de
morte não é tida como homicídio, e sim como execução legal. Jeová é o
Legislador absoluto. Portanto, ter ele instituído a pena de morte para os que
escolhem o pecado não faz dele um homicida.
Leitor:
Perfeito!
É esse o ponto. Assim como o Estado tem poder soberano para criar leis a fim de
manter a ordem social, Jeová tem o direito legal – por ser ele o Dador da vida
– para estabelecer leis que visem à ordem universal.
[Fim do diálogo.]
A menos que haja uma indicação, todas as
citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de
Jeová.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
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