Artigo contribuído.
O ensino de que existe uma alma imortal ou espírito dentro de nosso corpo que sobrevive após a morte é ensinado na maioria das religiões, mesmo aquelas que não são cristãs. É comum o ensino de que se a pessoa for boa, ao morrer sua alma irá diretamente para o céu, mas se for uma pessoa má, a pessoa irá queimar eternamente no fogo do inferno.
Existem
algumas religiões que negam esse ensino, e entre as mais conhecidas, estão os
Adventistas e as Testemunhas de Jeová. Esses grupos mostram que a Bíblia em
nenhuma parte ensina uma alma imortal, antes, a Bíblia fala que a alma é
mortal, ou seja, a alma morre.* – Ezequiel 18:4.
Além
disso, para estes, o "espírito" é algo diferente da "alma".
Podemos comparar o espírito com a eletricidade. Sem essa energia (eletricidade),
nenhum equipamento que necessita de energia funciona. Da mesma forma é assim
com nosso corpo. Para o corpo ter vida é necessária uma força, que a Bíblia de
chama de fôlego de vida, que é a mesma coisa do espírito. A junção do corpo de
pó com o espírito é o que a Bíblia chama de alma.
Um breve
comparativo nos ajudará a entender melhor:
Areia +
cimento + água - brita = pasta
Areia +
cimento + água + brita = concreto
Lâmpada -
eletricidade = sem luz
Lâmpada +
eletricidade = temos luz
Da mesma
forma, temos:
Corpo (pó
da terra) - espírito (fôlego de vida) = Alma morta
Corpo (pó
da terra) + espírito (fôlego de vida) = Alma viva
Mas aí
surge a dúvida: Se esta explicação é a verdade bíblica e se não existe uma alma
que sobrevive após a morte do corpo, como explicar o texto de Apocalipse 6:9?
Passemos a analisar então.
A Bíblia
apresenta a esperança bíblica da ressurreição para pessoas irem para o céu com
o objetivo de reinarem com Jesus Cristo durante mil anos. Essa esperança se
limita apenas a um número limitado de 144 mil pessoas. – Apocalipse 14:1-4; 5:9,10;
Lucas 12:32.
Sobre
estes 144 mil, a Bíblia diz: "E vi tronos; e assentaram-se sobre
eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles
que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que
não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas
nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos." –
Apocalipse 20:4.
Vejam
como o texto de Apocalipse 20:4 dá mais detalhes do texto do capítulo 6, verso
9. Mas porque os 144 mil são descritos como "almas debaixo do altar"?
A revista
"A Sentinela", produzida pelas Testemunhas de Jeová, explica o
assunto da seguinte maneira¹:
"Considere
também os indícios encontrados em Revelação capítulo 6. Ali, Jesus é visto
cavalgando como Rei vencedor. (Revelação 6:2) As nações estão envolvidas numa
guerra de enormes proporções. (Revelação 6:4) Há fome por toda a parte. (Revelação
6:5, 6) Pragas mortais assolam a humanidade. (Revelação 6:8) Todos esses
acontecimentos profetizados se enquadram perfeitamente nas condições mundiais
desde 1914. No entanto, algo mais acontece. Nossa atenção é direcionada para um
altar de sacrifício. Na base dele estão “as almas dos que tinham sido
mortos por causa da palavra de Deus e por causa da obra de testemunho que costumavam
ter”. (Revelação 6:9) Visto que “a alma [ou vida] da carne está no
sangue”, o que na verdade é representado como estando na base do
altar é o sangue de servos fiéis de Jesus que foram mortos por causa
de seu testemunho destemido e zeloso. — Levítico 17:11.
Assim
como o sangue do justo Abel, o sangue desses mártires cristãos está clamando
por justiça. (Gênesis 4:10) “Gritaram com voz alta, dizendo: ‘Até quando,
Soberano Senhor, santo e verdadeiro, abster-te-ás de julgar e vingar o nosso
sangue dos que moram na terra?’” O que vem a seguir? “A
cada um deles foi dada uma comprida veste branca; e foi-lhes dito que descansassem
mais um pouco, até que se completasse também o número dos seus coescravos
e dos seus irmãos, que estavam para ser mortos assim como eles também
tinham sido.” — Revelação 6:10, 11.
Será que essas
compridas vestes brancas foram distribuídas a poças de sangue que estavam
na base do altar? Claro que não! As vestes foram dadas às pessoas
cujo sangue foi derramado, por assim dizer, sobre o altar. Elas haviam
sacrificado suas vidas em nome de Jesus e, na ocasião em que receberam
essas vestes, foram ressuscitadas em espírito. Como sabemos disso? Pouco antes,
no livro de Revelação, lemos: “Aquele que vencer estará assim vestido
de roupas exteriores brancas; e eu de modo algum apagarei o seu nome do livro
da vida.” – Apocalipse 3:5.
Lembre-se,
também, que os 24 anciãos estavam “trajados de roupas exteriores
brancas, e nas suas cabeças [havia] coroas de ouro”. (Revelação 3:5; 4:4)
Assim, depois que a guerra, a fome e a pestilência começaram a
devastar a Terra, membros dos 144.000 que já haviam morrido, representados
pelo sangue na base do altar, foram ressuscitados para a vida celestial e
vestidos com simbólicas vestes brancas.
Esses
recém-ressuscitados têm de ‘descansar’, ou seja, esperar pacientemente pelo dia
de vingança de Deus. Seus “coescravos”, os cristãos ungidos ainda na Terra,
precisam mostrar sua integridade diante de provações. Quando chegar o tempo
para o julgamento divino, o ‘descanso’ terminará. (Apocalipse 7:3) Naquela
ocasião, esses ressuscitados participarão com o Senhor Jesus Cristo em destruir
os maus, inclusive os que derramaram o sangue de cristãos inocentes.
— 2 Tessalonicenses 1:7-10.
Outra
publicação diz também²:
Por baixo
deste altar há “as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de
Deus e por causa da obra de testemunho que costumavam ter”. O que significa
isso? Não se pode tratar de almas desencarnadas — semelhantes àquelas em
que os gregos pagãos criam. (Gênesis 2:7; Ezequiel 18:4) Antes, João sabe que a
alma, ou vida, é simbolizada pelo sangue, e que, quando os sacerdotes no antigo
tabernáculo judaico matavam um animal sacrificial, eles aspergiam o sangue “ao
redor sobre o altar” ou derramavam-no “junto à base do altar da oferta
queimada”. (Levítico 3:2, 8, 13; 4:7; 17:6, 11, 12) Portanto, a alma do animal
era estreitamente associada com o altar de sacrifício. Mas por que se veria as
almas, ou o sangue, desses específicos servos de Deus por baixo dum altar
simbólico no céu? Porque a morte deles é encarada como sacrificial.
De fato,
todos os gerados como filhos espirituais de Deus têm uma morte sacrificial. Em
vista do papel que hão de desempenhar no Reino celestial de Jeová Deus, é da
vontade Dele que renunciem e sacrifiquem qualquer esperança de vida eterna na
Terra. Neste respeito, submetem-se a uma morte sacrificial a favor da soberania
de Jeová. (Filipenses 3:8-11; veja 2:17.) Isso ocorre em sentido bem real com
aqueles que João viu por baixo do altar. São os ungidos que nos dias deles
foram martirizados pelo seu ministério zeloso na defesa da Palavra e da soberania
de Jeová. Suas ‘almas foram mortas por causa da Palavra de Deus e por causa da
obra de testemunho [mar·ty·rí·an] que costumavam ter’.
[…]
Depois de
documentar a fé dos mantenedores da integridade dos tempos antigos, o apóstolo
Paulo disse: “Contudo, embora todos estes recebessem testemunho por intermédio
de sua fé, não obtiveram o cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo
melhor para nós, a fim de que eles não fossem aperfeiçoados à parte de nós.”
(Hebreus 11:39, 40) O que é este “algo melhor” que Paulo e outros cristãos
ungidos aguardam? João o vê aqui em visão: “E a cada um deles foi dada uma
comprida veste branca; e foi-lhes dito que descansassem mais um pouco, até que
se completasse também o número dos seus coescravos e dos seus irmãos, que estavam
para ser mortos assim como eles também tinham sido.” – Apocalipse 6:11.
Receberem
“uma comprida veste branca” tem que ver com a sua ressurreição para ser
criaturas espirituais imortais. Não mais jazem por baixo do altar como almas
que haviam sido mortas, mas foram ressuscitados para fazer parte do grupo dos
24 anciãos, que adoram perante o trono celestial de Deus. Ali eles mesmos
receberam tronos, mostrando que receberam privilégios régios. E estão “trajados
de roupas exteriores brancas”, indicando que foram considerados justos, dignos
dum lugar de honra perante Jeová naquela corte celestial. Isso cumpre também a
promessa de Jesus aos fiéis cristãos ungidos na congregação em Sardes: “Aquele
que vencer estará assim vestido de roupas exteriores brancas.” —Revelação 3:5;
4:4; 1 Pedro 1:4.
Sendo
assim, a Bíblia é clara em mostrar que não existe uma "alma imortal"
dentro de nós. A verdade bíblica é clara: não existe nenhum tipo de vida após a
morte (Eclesiastes 9:5, 10) e qualquer esperança de vida novamente se dá apenas
através da ressurreição.
Veja
também neste site o artigo Apocalipse 6:9-11 é evidência de que a alma não morre?
Nota: A "alma" pode significar a
própria pessoa por inteiro (Gênesis 2:7), ou animais (Gênesis 1:20, 24), e por último, a
vida que pessoa tem (Êxodo 4:19).
Referências:
1) Revista A Sentinela de 1.º de janeiro de 2007, 29, parágrafos 14-17.
2) Livro "Revelação", página 100,
parágrafos 3,4 e 11.
A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pelas Testemunhas de
Jeová.
A menos que seja indicada outra fonte, todas as publicações
citadas são produzidas pelas Testemunhas de Jeová.
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fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
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