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Quem eram as "almas" debaixo do altar em Apocalipse 6:9?


Artigo contribuído.

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       O ensino de que existe uma alma imortal ou espírito dentro de nosso corpo que sobrevive após a morte é ensinado na maioria das religiões, mesmo aquelas que não são cristãs. É comum o ensino de que se a pessoa for boa, ao morrer sua alma irá diretamente para o céu, mas se for uma pessoa má, a pessoa irá queimar eternamente no fogo do inferno.

Existem algumas religiões que negam esse ensino, e entre as mais conhecidas, estão os Adventistas e as Testemunhas de Jeová. Esses grupos mostram que a Bíblia em nenhuma parte ensina uma alma imortal, antes, a Bíblia fala que a alma é mortal, ou seja, a alma morre.* – Ezequiel 18:4.

Além disso, para estes, o "espírito" é algo diferente da "alma". Podemos comparar o espírito com a eletricidade. Sem essa energia (eletricidade), nenhum equipamento que necessita de energia funciona. Da mesma forma é assim com nosso corpo. Para o corpo ter vida é necessária uma força, que a Bíblia de chama de fôlego de vida, que é a mesma coisa do espírito. A junção do corpo de pó com o espírito é o que a Bíblia chama de alma.

Um breve comparativo nos ajudará a entender melhor:

Areia + cimento + água - brita = pasta
Areia + cimento + água + brita =  concreto

Lâmpada - eletricidade = sem luz
Lâmpada + eletricidade =  temos luz

Da mesma forma, temos:

Corpo (pó da terra) - espírito (fôlego de vida) = Alma morta
Corpo (pó da terra) + espírito (fôlego de vida) = Alma viva

Mas aí surge a dúvida: Se esta explicação é a verdade bíblica e se não existe uma alma que sobrevive após a morte do corpo, como explicar o texto de Apocalipse 6:9? Passemos a analisar então.

A Bíblia apresenta a esperança bíblica da ressurreição para pessoas irem para o céu com o objetivo de reinarem com Jesus Cristo durante mil anos. Essa esperança se limita apenas a um número limitado de 144 mil pessoas. – Apocalipse 14:1-4; 5:9,10; Lucas 12:32.

Sobre estes 144 mil, a Bíblia diz: "E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgare vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos." – Apocalipse 20:4.

Vejam como o texto de Apocalipse 20:4 dá mais detalhes do texto do capítulo 6, verso 9. Mas porque os 144 mil são descritos como "almas debaixo do altar"?

A revista "A Sentinela", produzida pelas Testemunhas de Jeová, explica o assunto da seguinte maneira¹:

"Considere também os indícios encontrados em Revelação capítulo 6. Ali, Jesus é visto cavalgando como Rei vencedor. (Revelação 6:2) As nações estão envolvidas numa guerra de enormes proporções. (Revelação 6:4) Há fome por toda a parte. (Revelação 6:5, 6) Pragas mortais assolam a humanidade. (Revelação 6:8) Todos esses acontecimentos profetizados se enquadram perfeitamente nas condições mundiais desde 1914. No entanto, algo mais acontece. Nossa atenção é direcionada para um altar de sacrifício. Na base dele estão “as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa da obra de testemunho que costumavam ter”. (Revelação 6:9) Visto que “a alma [ou vida] da carne está no sangue”, o que na verdade é representado como estando na base do altar é o sangue de servos fiéis de Jesus que foram mortos por causa de seu testemunho destemido e zeloso. — Levítico 17:11.

Assim como o sangue do justo Abel, o sangue desses mártires cristãos está clamando por justiça. (Gênesis 4:10) “Gritaram com voz alta, dizendo: ‘Até quando, Soberano Senhor, santo e verdadeiro, abster-te-ás de julgar e vingar o nosso sangue dos que moram na terra?’” O que vem a seguir? “A cada um deles foi dada uma comprida veste branca; e foi-lhes dito que descansassem mais um pouco, até que se completasse também o número dos seus coescravos e dos seus irmãos, que estavam para ser mortos assim como eles também tinham sido.” — Revelação 6:10, 11.

Será que essas compridas vestes brancas foram distribuídas a poças de sangue que estavam na base do altar? Claro que não! As vestes foram dadas às pessoas cujo sangue foi derramado, por assim dizer, sobre o altar. Elas haviam sacrificado suas vidas em nome de Jesus e, na ocasião em que receberam essas vestes, foram ressuscitadas em espírito. Como sabemos disso? Pouco antes, no livro de Revelação, lemos: “Aquele que vencer estará assim vestido de roupas exteriores brancas; e eu de modo algum apagarei o seu nome do livro da vida.” – Apocalipse 3:5.

Lembre-se, também, que os 24 anciãos estavam “trajados de roupas exteriores brancas, e nas suas cabeças [havia] coroas de ouro”. (Revelação 3:5; 4:4) Assim, depois que a guerra, a fome e a pestilência começaram a devastar a Terra, membros dos 144.000 que já haviam morrido, representados pelo sangue na base do altar, foram ressuscitados para a vida celestial e vestidos com simbólicas vestes brancas.

Esses recém-ressuscitados têm de ‘descansar’, ou seja, esperar pacientemente pelo dia de vingança de Deus. Seus “coescravos”, os cristãos ungidos ainda na Terra, precisam mostrar sua integridade diante de provações. Quando chegar o tempo para o julgamento divino, o ‘descanso’ terminará. (Apocalipse 7:3) Naquela ocasião, esses ressuscitados participarão com o Senhor Jesus Cristo em destruir os maus, inclusive os que derramaram o sangue de cristãos inocentes. — 2 Tessalonicenses 1:7-10.

Outra publicação diz também²:

Por baixo deste altar há “as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa da obra de testemunho que costumavam ter”. O que significa isso? Não se pode tratar de almas desencarnadas — semelhantes àquelas em que os gregos pagãos criam. (Gênesis 2:7; Ezequiel 18:4) Antes, João sabe que a alma, ou vida, é simbolizada pelo sangue, e que, quando os sacerdotes no antigo tabernáculo judaico matavam um animal sacrificial, eles aspergiam o sangue “ao redor sobre o altar” ou derramavam-no “junto à base do altar da oferta queimada”. (Levítico 3:2, 8, 13; 4:7; 17:6, 11, 12) Portanto, a alma do animal era estreitamente associada com o altar de sacrifício. Mas por que se veria as almas, ou o sangue, desses específicos servos de Deus por baixo dum altar simbólico no céu? Porque a morte deles é encarada como sacrificial.

De fato, todos os gerados como filhos espirituais de Deus têm uma morte sacrificial. Em vista do papel que hão de desempenhar no Reino celestial de Jeová Deus, é da vontade Dele que renunciem e sacrifiquem qualquer esperança de vida eterna na Terra. Neste respeito, submetem-se a uma morte sacrificial a favor da soberania de Jeová. (Filipenses 3:8-11; veja 2:17.) Isso ocorre em sentido bem real com aqueles que João viu por baixo do altar. São os ungidos que nos dias deles foram martirizados pelo seu ministério zeloso na defesa da Palavra e da soberania de Jeová. Suas ‘almas foram mortas por causa da Palavra de Deus e por causa da obra de testemunho [mar·ty·rí·an] que costumavam ter’.

[…]

Depois de documentar a fé dos mantenedores da integridade dos tempos antigos, o apóstolo Paulo disse: “Contudo, embora todos estes recebessem testemunho por intermédio de sua fé, não obtiveram o cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo melhor para nós, a fim de que eles não fossem aperfeiçoados à parte de nós.” (Hebreus 11:39, 40) O que é este “algo melhor” que Paulo e outros cristãos ungidos aguardam? João o vê aqui em visão: “E a cada um deles foi dada uma comprida veste branca; e foi-lhes dito que descansassem mais um pouco, até que se completasse também o número dos seus coescravos e dos seus irmãos, que estavam para ser mortos assim como eles também tinham sido.” – Apocalipse 6:11.

Receberem “uma comprida veste branca” tem que ver com a sua ressurreição para ser criaturas espirituais imortais. Não mais jazem por baixo do altar como almas que haviam sido mortas, mas foram ressuscitados para fazer parte do grupo dos 24 anciãos, que adoram perante o trono celestial de Deus. Ali eles mesmos receberam tronos, mostrando que receberam privilégios régios. E estão “trajados de roupas exteriores brancas”, indicando que foram considerados justos, dignos dum lugar de honra perante Jeová naquela corte celestial. Isso cumpre também a promessa de Jesus aos fiéis cristãos ungidos na congregação em Sardes: “Aquele que vencer estará assim vestido de roupas exteriores brancas.” —Revelação 3:5; 4:4; 1 Pedro 1:4.

Sendo assim, a Bíblia é clara em mostrar que não existe uma "alma imortal" dentro de nós. A verdade bíblica é clara: não existe nenhum tipo de vida após a morte (Eclesiastes 9:5, 10) e qualquer esperança de vida novamente se dá apenas através da ressurreição. 



Nota: A "alma" pode significar a própria pessoa por inteiro (Gênesis 2:7), ou animais (Gênesis 1:20, 24), e por último, a vida que pessoa tem (Êxodo 4:19).


Referências:

1) Revista A Sentinela de 1.º de janeiro de 2007, 29, parágrafos 14-17.
2) Livro "Revelação", página 100, parágrafos 3,4 e 11.



A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pelas Testemunhas de Jeová.

A menos que seja indicada outra fonte, todas as publicações citadas são produzidas pelas Testemunhas de Jeová.



Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org


Comentários

Vagner disse…
OBRIGADO POR MAIS ESTA EXCELENTE EXPLICAÇÃO CLARÍSSIMA QUE MOSTRA COMO O ENSINO DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ ESTÁ EM TOTAL HARMONIA COM A BÍBLIA INTEIRA. TUDO SE ENCAIXA COMO UMA LUVA NO QUE ESTÁ ESCRITO, SEM A NECESSIDADE DE SE RECORRER A TRADIÇÕES HUMANAS E NEM DOGMAS FALSOS QUE REPELEM A BELA HARMONIA DAS "PALAVRAS DA VERDADE"!!!! CONTINUEM IRMÃÃÃÃOS! PARA A GLÓRIA DE JEOVÁ E DE JESUS, QUE A VERDADE PREVALEÇA!!!!
eddi_rocha disse…
Avante Proclamadores do Reino....
Unknown disse…
Uma,bela explicação. Amém
Unknown disse…
Perfeita explanação e de acordo com o verdadeiro conceito do ensino bíblico sobre a alma e não ao conceito universal que enganam as pessoas

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