Fonte da ilustração superior: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/w20060715/reino-de-deus-e-superior/
Fonte da ilustração inferior: http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/402014367
Contribuído.
COMO A
PESSOA RECEBE O “NOVO NASCIMENTO”
Nos dias de Jesus, tanto João Batista como os
discípulos de Jesus foram batizados em água. Portanto, quando Jesus falou de
água, Nicodemos deve ter discernido que Jesus estava se referindo, não à água
em geral, mas à água do batismo. Mas, antes da conversa de Nicodemos com Jesus,
João Batista tinha anunciado que não apenas a água, mas também o espírito, estava
envolvido na questão do batismo. Ele disse: “Eu vos batizei com água, mas ele [Jesus] vos batizará com
espírito santo.” – Marcos 1:7, 8.
Se ‘nascer
de água’ tem a ver com ser batizado em água, o que significa ‘nascer de
espírito’?
Nicodemos
sem dúvida conhecia bem a maneira de as Escrituras Hebraicas usarem o termo
“espírito de Deus”, ou seja, a força ativa de Deus, que influencia as pessoas a
fazer coisas impressionantes.
Marcos
registrou a primeira vez que esse batismo ocorreu. Ele escreveu: “No decorrer daqueles dias, veio Jesus de
Nazaré da Galileia e foi batizado por João no Jordão. E, subindo da água, viu
imediatamente os céus serem partidos e o espírito descer como pomba sobre ele.”
(Marcos 1:9, 10) Ao ser imerso no Jordão, Jesus foi batizado com água. No momento
em que recebeu o espírito do céu, ele foi batizado com espírito santo.
Mas não
era somente Jesus quem deveria ser batizado com espírito santo. Jesus garantiu
a seus discípulos: “Sereis
batizados em espírito santo, não muitos dias depois disso.” – Atos 1:5.
Quando e como isso
aconteceu? A Bíblia nos diz: “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos num só
lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu
toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo,
que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os
capacitava.” – Atos dos apóstolos 2:1-4, NVI.
O apóstolo
Pedro disse a uma multidão: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus
Cristo, para o perdão de vossos pecados, e recebereis a dádiva gratuita do espírito
santo. Os que abraçaram de coração a sua palavra foram batizados, e naquele dia
acrescentaram-se cerca de três mil almas.” — Atos 2:38, 41.
DUPLO PROCESSO
O que
esses batismos revelam sobre o “novo nascimento”? Mostram que o “novo
nascimento” é um processo duplo. Notem, amigos leitores, que Jesus foi primeiro
batizado em água e depois foi que recebeu espírito santo. Do mesmo modo, os
primeiros discípulos foram primeiro batizados em água (alguns por João Batista)
e então receberam espírito santo. (João 1:26-36) Da mesma forma, os 3 mil
convertidos foram primeiro batizados em água e depois é que receberam espírito
santo.
Da mesma maneira
que aconteceu no caso dos apóstolos e dos primeiros discípulos de Jesus,
acontece hoje em dia. Primeiro, a pessoa se arrepende de seus pecados, deixa de
praticar coisas erradas, dedica sua vida a Jeová para adorá-lo e servi-lo, e
torna pública sua dedicação por meio do batismo em água. Depois, se Deus
escolher essa pessoa para servi-lo como governante no Seu Reino, ela é ungida
com espírito santo. Quem inicia a primeira parte desse processo duplo (batismo
em água) é a própria pessoa. A segunda parte (batismo em espírito) é iniciada
por Deus. Quando a pessoa é batizada das duas formas, ela ‘nasce de novo’.
“NOVO
NASCIMENTO” = ADOÇÃO COMO FILHO DE DEUS
Ao
explicar como Deus prepara humanos para governar no céu, o apóstolo Paulo usou
uma ilustração baseada na vida familiar:
“Porque todos os
que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vocês não
receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o
Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: "Aba,
Pai". O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de
Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com
Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também
participemos da sua glória.” - Romanos 8:14-17, NVI.
Relembre mais uma
vez a ilustração do jovem que quer se matricular numa escola para alunos que
pertencem a uma população indígena, para entender melhor esse processo de
adoção.
Na ilustração, o
jovem não pode se matricular na escola porque não é membro da população
indígena. Agora, imagine que um dia ocorre uma grande mudança. Ele é legalmente
adotado por um pai de uma família indígena. Como isso afeta a vida daquele
jovem? Bem, por ser adotado como filho, ele agora pode ter os mesmos direitos
de outros jovens indígenas, incluindo o direito de se matricular naquela
escola. A adoção mudou completamente suas perspectivas.
O processo legal
de adoção mudou sua condição. É claro que o processo não mudou a natureza do
jovem. Após a adoção, ele continuou sendo o mesmo, mas a situação do jovem
mudou. Agora ele teve um novo começo, um “novo nascimento”, por assim dizer.
Ele se tornou filho, o que lhe deu o direito de frequentar a escola e de fazer
parte da família de seu pai adotivo.
Da mesma forma,
alguns humanos terão um lugar no Reino de Deus, ou governo celestial, apenas se
satisfizerem o requisito para a admissão, ou seja, “nascer de novo”. Mas eles
não conseguem satisfazer esse requisito sozinhos, porque o “novo nascimento”
depende de Jeová. Mas Jeová mudou a situação desse grupo de humanos
imperfeitos por dar início a um processo legal a fim de adotá-los como
filhos. É claro que a adoção não mudou a natureza dos adotados, pois eles
continuaram imperfeitos. Mesmo assim, Paulo disse que, depois que os requisitos
legais para adoção foram satisfeitos, eles entraram numa nova situação. Ao
mesmo tempo, o espírito de Deus implantou nesses filhos adotivos a convicção de
que viveriam com Cristo no céu.
“Amados, agora
somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas
sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos
como ele é.” – 1 João 3:2, NVI.
“Ora, é Deus que
faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o seu Espírito em nossos
corações como garantia do que está por vir.” – 2 Coríntios 1:21, 22, NVI.
BENEFICIÁRIOS DESSE
NOVO GOVERNO
Para poder
avaliar o propósito de Deus de fazer alguns humanos “nascer de novo” é
essencial entender as circunstâncias que induziram Deus a fazer com que alguns
‘nasçam de novo’. Lembrando a história de nossos primeiros pais, sabemos que
Deus lhes deu a ordem: “Sede fecundos
e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitai-a, e tende em sujeição
. . . toda criatura vivente que se move na terra.” (Gênesis 1:28) Adão e Eva, na sua
perfeição, eram filhos de Deus. Visto que Deus os colocou num lindo
jardim, cheio de toda espécie de belos animais, flores e frutas suculentas, a
vida deles era realmente feliz. Conforme passassem a subjugar a Terra e a
enchê-la com a sua própria espécie, a Terra inteira se tornaria por fim um paraíso
povoado por humanos perfeitos, assim como Adão e Eva eram perfeitos. Quão boa
era a perspectiva que eles tinham diante de si!
No
entanto, nossos primeiros pais tiveram falta de apreço por todas as provisões
que Deus fez para eles e transgrediram a Sua lei. Portanto, Deus os expulsou de
sua família de filhos e os sentenciou à morte. Em resultado disso, todos os
descendentes deles nasceram como pecadores sujeitos à morte. (Gênesis 3:19;
Romanos 5:12) Quando o primeiro filho humano de Deus, Adão, se rebelou, a raça
humana foi dolorosamente separada de seu amoroso Pai e Criador. – Lucas 3:38.
Isso se
deu porque, ao se rebelar, Adão perdeu para si e para sua descendência que
ainda não havia nascido o privilégio de serem filhos de Deus. Por meio de seu
servo Moisés, Deus descreveu as consequências do que tinha acontecido: “Agiram ruinosamente da sua parte; não são seus
filhos [de Deus], o defeito é deles.” “O defeito”, ou natureza pecaminosa, afastou os humanos de
Deus, que é santo e perfeito em todos os sentidos. (Deuteronômio 32:4, 5;
Isaías 6:3) Portanto, de certa forma, a humanidade ficou perdida e órfã. – Efésios
2:12.
Para
enfatizar até que ponto a humanidade ficou apartada do Criador, a Bíblia se
refere aos que estão fora da família de Deus como “inimigos”. (Romanos 5:8, 10)
Separada de Deus, a humanidade tem sofrido sob o governo cruel de Satanás e
também sofrido os efeitos mortíferos da imperfeição e do pecado herdados.
Jeová
amorosamente fez provisões para o benefício de pessoas imperfeitas que o amam.
(1 Coríntios 2:9) O apóstolo Paulo explica: “Deus, por meio de Cristo, estava reconciliando um mundo consigo
mesmo, não lhes imputando as suas falhas.” (2 Coríntios 5:19) Jeová Deus enviou Jesus Cristo como resgate
pelos nossos pecados. (Mateus 20:28; João 3:16) Mostrando gratidão, o apóstolo
João escreveu: “Vede que
sorte de amor o Pai nos tem dado, para que fôssemos chamados filhos de Deus.”(1 João 3:1) Assim, abriu-se o caminho
para que humanos obedientes voltassem a ser parte da família de Jeová.
Todos os
humanos acolhidos na família de Deus terão uma união maravilhosa debaixo dos
cuidados de seu Pai celestial. Note, porém, que a Bíblia diz que eles são
ajuntados em dois grupos. Lemos: “É segundo o seu beneplácito [de Deus], que ele se propôs em si
mesmo, para uma administração no pleno limite dos tempos designados, a saber,
ajuntar novamente todas as coisas no Cristo, as coisas nos céus e
as coisas na terra.” (Efésios 1:9, 10) Por que Deus administra as coisas dessa
maneira?
Esse modo
de Jeová organizar seus filhos em dois grupos na realidade contribui para a
harmonia de sua família. Não é difícil entender por quê. A família de Deus é
tão grande que pode ser comparada a uma nação. Em qualquer nação, alguns são
selecionados para formar um governo a fim de que os demais vivam debaixo de lei
e ordem. É claro que nenhum governo humano conseguiu trazer verdadeira paz, mas
Deus providenciou um governo perfeito para sua família. O primeiro grupo, “as
coisas nos céus”, é composto dos filhos de Deus escolhidos por ele para formar
um governo, ou Reino, no céu. É de lá que eles “hão de reinar sobre a terra”.
— Apocalipse 5:10.
Muitos professos
cristãos cometem o engano de não tomarem em conta o propósito original de Jeová
para com a Terra e o homem. A Bíblia torna claro qual era e ainda é esse
propósito, e Jeová nos assegura que não mudou. (Gênesis 1:28; Isaías 45:18;
Malaquias 3:6) Todavia, as Escrituras Gregas Cristãs (“Novo Testamento”) dão
destaque ao propósito adicional de Jeová, anunciado depois de a humanidade ter
caído no pecado, de escolher um número limitado de humanos, à base do
sacrifício de Jesus, para se tornarem co-regentes de seu Filho no Reino
celestial. (Gênesis 3:15; 2 Timóteo 4:7, 8, 18) Todos estes,
deveras, precisariam primeiro “nascer de novo”, assim como Jesus Cristo. (João
3:3) No entanto, a provisão de salvação feita por Deus à base do sacrifício de
Cristo não se limita aos que têm esperança celestial. Isto é esclarecido até
mesmo pelas Escrituras Gregas Cristãs.
Veja como
a Bíblia fala no “Novo Testamento” de dois grupos de pessoas que serão salvas:
“Ele é um
sacrifício propiciatório pelos nossos pecados, contudo, não apenas pelos nossos
[o grupo pequeno que governará no céu], mas também pelos do mundo inteiro [o
grupo grande que viverá na terra].” – 1 João 2:2.
“A
expectativa ansiosa da criação [o grupo grande que viverá na terra] está
esperando a revelação dos filhos de Deus [o grupo pequeno que governará no
céu].” – Romanos 8:19.
Os que ‘nascem
de novo’ se tornarão parte de um governo no céu. Com que objetivo? Trazer
benefícios eternos a milhões de pessoas, os súditos do governo de Deus que
estarão vivendo na Terra. Por isso, Jesus nos ensinou a orar a tão famosa
oração do Pai-Nosso: “Venha o
teu reino. Realize-se a tua vontade, como NO CÉU, assim também NA
TERRA.” – Mateus 6:10.
Veja mais
exemplos dos dois grupos mencionados na Bíblia:
“Todas as nações da terra [o grupo grande] hão
de abençoar a si mesmas por meio de teu descendente [o grupo pequeno].” – Gênesis 22:18.
Quem é
esse “descendente”? Jesus Cristo, junto com os que ‘nasceram de novo’, os
filhos adotivos de Deus. O apóstolo Paulo explica: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à
sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como
de uma só: E à tua descendência, que é Cristo. E, se sois de Cristo, então sois
descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa [grupo pequeno].” – Gálatas 3:16, 29, ACF.
E quais
são as bênçãos que as pessoas de todas as nações terão por meio do
“descendente”? O privilégio de ter novamente o favor de Deus e de usufruír a
vida eterna num paraíso na Terra. O salmista Davi profetizou: “Os próprios justos possuirão a terra e
residirão sobre ela para todo o sempre.” Salmo 37:29.
Também
estes que viverão na Terra se dirigem a Jeová com profundo respeito com o termo
“Pai”, reconhecendo-o como a Fonte da vida (Salmo 36:9), e esforçam-se
seriamente a refletir as qualidades dele, assim como espera que seus filhos
façam. Usufruem uma condição aprovada perante ele à base da sua fé no sangue
derramado de Jesus.
Diante do
exposto, fica claro que apenas um grupo pequeno é que recebe o “novo nascimento”
e assim são batizados com espírito santo. Esses, e somente esses, é que irão
para o céu, com o objetivo de serem governantes com Cristo. Mas outro
grupo de pessoas também será salvo, uma grande maioria de pessoas que irão
viver para sempre num paraíso na Terra.
Explicação das abreviações de traduções usadas:
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel.
NVI – Nova Versão Internacional.
A
menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do
Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
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