Fonte da ilustração: http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/1102009455
“Pela
fé Abraão, quando provado, a bem dizer ofereceu Isaque, e o homem que recebera
de bom grado as promessas, tentou oferecer seu unigênito, embora se lhe tivesse
dito: ‘Aquilo que se chamar “teu descendente” será por intermédio de Isaque.’” –
Hebreus 11:17, 18.
Um membro
da religião Congregação Cristã no Brasil, que recebe estudo bíblico de uma
Testemunha de Jeová, fez a seguinte pergunta:
Lá na Congregação eles dizem que Deus prova as pessoas, baseando-se
na prova que Deus fez para Abraão, mas agora eu aprendi o que diz Tiago 1:13: “Quando posto à prova, ninguém diga: ‘Estou sendo provado
por Deus.’ Pois, por coisas más, Deus não pode ser provado, nem prova ele a
alguém.” Como harmonizar esse texto com a prova que Deus fez para Abraão?
Resposta do Apologista:
É interessante
que o texto de Tiago 1:13 não diz que Deus não prova (não testa) as pessoas.
Diz que ele não faz isso “por coisas más”. Esta é a chave para se harmonizar os
dois relatos.
Examinando
o teste a que Jeová Deus submeteu Abraão, encontramos os seguintes fatores:
1) O teste estabeleceria um tipo profético do que
o próprio Jeová faria – que era entregar seu Filho unigênito em sacrifício pela
humanidade:
“Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o seu
Filho unigênito, a fim de que todo aquele que nele exercer fé não seja destruído,
mas tenha vida eterna.” – João 3:16.
Também, pelo
fato de Abraão quase ter sacrificado a Isaque – só não o fazendo pela
intervenção divina – pôde-se dizer que Abraão “recebeu
[Isaque dentre os mortos] … em sentido ilustrativo”. Assim, isso ilustrou
também a ressurreição do Filho de Deus, Jesus Cristo, dentre os mortos, como
assegurado pelo apóstolo Pedro: “A este Jesus, Deus ressuscitou, fato de que
todos nós somos testemunhas.” – Atos 2:32.
2)
O teste era condizente com a condição
espiritual de Abraão.
Abraão
era um homem de fé extraordinária. Ele não duvidou quando Jeová lhe prometeu: “Olha
para os céus, por favor, e conta as estrelas, se as puderes contar.” E prosseguiu,
dizendo-lhe: “Assim se tornará o teu descendente.” O relato nos conta que “ele
depositou fé em Jeová; e este passou a imputar-lhe isso como justiça”. – Gênesis
15:5, 6.
3) Pelas razões acima, o teste não visava fazer
Abraão pecar. Jeová confiava na fidelidade de seu servo Abraão.
4) Jeová deu a Abraão subsídios para que ele
fosse bem-sucedido no teste.
Deus havia informado Abraão anteriormente: “O
que será chamado teu descendente será por intermédio de Isaque.” (Gênesis
21:12) Assim, Abraão tinha base para crer firmemente que “que Deus era capaz de
levantá-lo [a Isaque] até mesmo dentre os mortos”.
5) Jeová abrandou o teste por não permitir que Abraão
de fato sacrificasse Isaque. Bastou, para Deus, a demonstração da determinação
de Abraão de fazê-lo.
Esses fatores, por si só, demonstram
que Jeová “não prova alguém” por “coisas más”. O teste feito a Abrão resultou
em muitas coisas positivas, tanto para Abraão quanto para todos nós.
Já os testes, ou provas, impostos por
Satanás têm características diametralmente opostas às acima.
Tomando por base as provações que
Satanás impôs a Jó e a Jesus Cristo, notamos que tais provas eram excessivas; que visavam fazê-los pecar;
e que, por meio delas, Satanás se aproveitou da condição de fragilidade deles.
No caso de Jó, primeiro o Diabo lhe
tirou todos os bens materiais; após isso, matou covardemente todos os filhos de
Jó de uma só vez; e, por fim, colocou em Jó uma doença degradante e repugnante,
tanto em sentido biológico quanto social. E, não contente ainda com tudo isso
que fez a Jó, fez com que três homens influenciados por ele atormentassem Jó
com falsas acusações a ele.
No caso de Jesus, o Diabo se aproveitou da fome
do Filho de Deus, após este ter jejuado por 40 dias, para tentar fazê-lo pecar.
(Mateus 4:1-4) E, no fim da vida terrestre de Cristo, o Diabo submeteu Jesus a
dores agonizantes e especialmente cruéis. (Mateus 26:67; 27:27-31; João 19:17;
Marcos 15:25) E, não contente com isso, usou pessoas iníquas e outras
desinformadas para incitar Jesus a desistir do propósito de Deus para ele ‘por
descer da estaca’. – Mateus 27:38-44.
Tudo isso mostra que Satanás não respeita nem
de longe a dignidade das pessoas; ao contrário, ele se aproveita das limitações
e fragilidade delas.
Um momento
para reflexão
Tendo analisado o acima, com qual dos dois
tipos de provação, diria você, se parecem as provações que certos evangélicos
dizem que Deus impõe a eles?
Eles costumam dizer que ‘Deus pesa a mão sobre
eles’, colocando doenças em seus servos; dizem que ‘se alguém não quer servir a
Deus pelo amor, irá servir pela dor’.
Essas características que tais religiosos
atribuem a Deus, francamente, não se parecem com as provações impostas por
Satanás, que não respeita o livre-arbítrio e a dignidade das pessoas?
“Que o leitor use de
discernimento.” – Mateus 24:15.
A
menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do
Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a
fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
Comentários
A explicação que parece mais provável é que Pedro tenha sido vítima da influência indireta do Diabo. Tal influência é discernida nos conceitos que Satanás promove: egoísmo, gratificação pessoal a todo custo, orgulho, inveja etc. A sugestão de Pedro continha implícita a ideia de gratificação pessoal, pensar em si mesmo, evitar a abnegação, conceitos prevalecentes na época dele e em toda a História, principalmente nos “últimos dias” do sistema de coisas, em que vivemos. – 1 Timóteo 3:1-5.
Os falsos consoladores de Jó também foram influenciados pelo Diabo, o qual queria enfraquecer a determinação de Jó de servir a Deus. Um deles, Eifaz, talvez o mais influente, mencionou ter sido influenciado por um demônio. – Veja Jó 4:12-21.
Seus textos são tão cristalinos e ao mesmo tempo tão solidamente baseados na Palavra da Verdade que dá até um "refrigério na alma" ao ler a verdade expressa de forma tão nítida como você faz em seus artigos. Só agora em 03/07/2016 às 23:41 é que eu acessei este teu texto sobre as provações dos servos de Deus. A internet está sendo muito útil para permitir que irmãos talentosos na escrita e na arte do raciocínio sejam abençoados por Jeová e usados por Ele a fim de atingir o coração de todos os "corretamente dispostos para com a verdade"! Seria muito interessante se o irmão, o Queruvim e tantos outros apologistas da verdade fizessem parte da Comissão de Redação da Torre de Vigia e de lá pudessem contribuir com a "alimentação espiritual" do povo de Jeová no mundo todo! Mas pensando bem, o bom é que hoje, com a internet, dá pra cada um contribuir com a Obra Mundial do jeito que pode, até mesmo a partir de casa! Não era isso o que a Sociedade na época estimulava, quando incentivava o testemunho por telefone?! A internet pode ser vista como um tipo de testemunho por telefone 2.0, isto é, mais avançado!! CONTINUE FIRME! E QUE JEOVÁ TE ABENÇOE ATÉ TRANSBORDAR O COPO! EM NOME DE NOSSO REI E SUMO-SACERDOTE, JESUS CRISTO!
Só posso agradecer de coração ao seu comentário tão apreciativo. Isso me incentiva fortemente a continuar esta atividade de pregar e ensinar por meio da internet!
Deus não produz provações aos seus servos. Ele apenas as permite, para dar aos seus servos a oportunidade de mostrar a todos os observadores a decisão que têm de ser leais a Jeová. Essa permissão, junto com a firme posição dos cristãos, resulta em perseverança, em uma fé provada e vitoriosa.
20 E ela dizia às mulheres: “Não me chamem de Noemi.* Chamem-me de Mara,* pois o Todo-Poderoso tornou minha vida muito amarga.+ 21 Eu tinha tudo quando fui, mas Jeová me fez voltar de mãos vazias. Por que me chamam de Noemi, se Jeová se opôs a mim e o Todo-Poderoso me causou calamidade?”+
Fazendo uma pesquisa no site da biblioteca da torre de vigia, verifiquei que no caso de Noemi ela pensou dessa maneira mas o que não era necessariamente verdade. Teria mais textos bíblicos que provam que alguns servos de Deus no passado tiveram visão errada das calamidades?
obrigado novamente.
O sofrimento pode fazer uma pessoa, mesmo um servo ou servo de Deus, chegar a conclusões equivocadas sobre a Pessoa Dele. – Eclesiastes 7:7a; Provérbios 19:3; 2 Samuel 6:8; Jó 9:24; Jonas 4:1-11.