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Debate sobre a Trindade – Parte 1




Certo trinitarista, que se identifica como José Raimundo, após ter lido o artigo Jesus tem a mesma glória que seu Pai?, fez as afirmações abaixo [o texto foi reproduzido como ele escreveu]:


“É claro que JESUS,tem a mesma glória que JEOVÁ,os T.J querem eternizar Ele como filho,assim como,os católicos,querem eternizar Maria como Mãe,mas Ele só foi filho de DEUS no plano da salvação, e Maria só foi mãe dEle na natureza humana dEle, Ele tinha duas natureza,a humana ficou mais clara, a divina foi revelada,pelo ESPIRITO SANTO,para os Apostolo,por isso que Paulo escreve aos colossenses,2:9,10 porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade,e estais perfeito nEle que é a cabeça de todo o PODER, Ele é Criador, João dá testemunho disso,Jo1:1,2,3 ,Paulo também,colossenses 1:16 criador de todas as coisas visíveis e invisíveis,sejam tronos ,poderes;a GLORIA de ser criador de todas as coisas,de ter atributos divino que nenhuma de suas criaturas tem,de ser ETERNO,Jo 13:8,confere Mq 5:2,é a mesma glória que as três pessoas maravilhosa tem, JESUS é chamado de SENHOR da GLORIA,isto significa que Ele é o dono da GLORIA,1ª Co,2:8,a liderança dos T.J,não tem a revelação do ESPIRITO SANTO,até porque eles negam aquele que revela,as profundezas (mistérios) de DEUS, 1ª Co 2:10 e também negam a divindade de JESUS,só porque JESUS foi tentado no deserto,e dizem que DEUS não pode ser tentado,mas JESUS tinha duas natureza,como homem em tudo foi tentado,a palavra tentar pode significar provocar,e neste sentido o Pai também foi tentado,mas nem por isso deixou de ser DEUS,Ex 17:2, Nm,14:22,Sl 78:18,41”

Reposta do Apologista da verdade:

Parece que o leitor não leu com atenção o artigo Jesus tem a mesma glória que seu Pai?.

Isaías 42:8 torna claro que Jeová não compartilha sua glória com mais ninguém.

Portanto, a glória de Jeová é uma exclusividade dele, assim como também outros atributos que pertencem somente a ele.

Quanto a ‘eternizar Jesus como Filho’, é bom deixar que as Escrituras falem.

Gálatas 4:4, 5:

“Mas, quando chegou o pleno limite do tempo, Deus enviou o seu Filho …”

Por conseguinte, Jesus já era Filho no céu antes de vir à Terra. O texto não diz que Deus enviou a segunda parte dele que somente aqui na Terra se tornou seu Filho.

E após ter sido ressuscitado e ido para o céu, ele continuou sendo Filho.

Temos acima de tudo o testemunho do próprio Jesus na sua posição celestial, que afirmou uns 60 anos após estar no céu:

“E ao anjo da congregação em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, aquele cujos olhos são como chama ardente e cujos pés são como cobre excelente.” – Apocalipse 2:18.

O leitor deve tomar cuidado em negar que Jesus continua sendo o Filho de Deus, pois a Bíblia alerta:

“Todo aquele que faz a confissão de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, com tal Deus permanece em união e ele em união com Deus.” – 1 João 4:15

“Quem é que vence o mundo senão aquele que tem fé em que Jesus é o Filho de Deus?” – 1 João 5:5.

João capítulo 1 não diz que Jesus é o Criador. Diz que as coisas foram feitas “por intermédio dele”, como bem traduz a versão Almeida da Imprensa Bíblica Brasileira, que procura traduzir “de acordo com os melhores textos hebraicos e gregos”. (Vide página de rosto.)

 

O artigo “Jesus é o Criador ou um Ser criado? – Exame de Colossenses 1:15-20explicou:


A expressão “por intermédio dele” traduz o grego di’ autoû (δι' ατο). A preposição diá (διά) indica “meio, instrumento, agência”, sendo traduzida alternativamente como “por meio de”, “através de”, “por intermédio de”. (Léxico do Novo Testamento Grego/Português de Gingrich e Danker) O contexto – que apresenta Jesus, não como o Autor, mas sim como o Agente da criação  é determinativo em indicar esse modo de traduzir. Isto é reconhecido em diversas traduções, que verteram a expressão como “por meio dele”. – Veja BLH; ALA; JRV.

Quanto a Miqueias 5:2, esse texto não afirma a eternidade de Jesus. Veja o artigo “Miqueias 5:2: ‘origem’ de Cristo”, no link http://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2013/04/26/miqueias-52/

As Testemunhas de Jeová não negam a divindade de Cristo. Reconhecem que o termo “Deus” foi usado para ele (João 1:1; Isaías 9:6), assim como foi também usado para Moisés (Êxodo 4:16; 7:1), por ambos terem recebido poder e autoridade da parte do Deus Todo-Poderoso, Jeová. Jesus também tem natureza divina, por ser Filho de Deus. Mas nada disso o torna igual a seu Pai Jeová em poder, autoridade e tempo de existência.

Jeová é Deus do próprio Jesus, tanto que Jeová é chamado de “o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Efésios 1:17) E o próprio Jesus, no Apocalipse, referiu-se a seu Pai como “meu Deus”. – Apocalipse 3:2, 12.

Realmente, não há nenhuma possibilidade bíblica de Jesus ser igual a seu Pai Jeová.

A trindade é uma farsa que obscurece a identidade tanto do Pai quanto do Filho, e também distorce o que é realmente o espírito santo – a força ou energia de Deus.

Quanto aos textos que você citou (Êxodo 17:2; Números 14:22; Salmo 78:18, 41) sobre “pôr Deus à prova”, entenda o seguinte:

Tiago 1:13 torna absolutamente claro que “por coisas más, Deus não pode ser provado” (ou: “Deus não pode ser tentado pelo mal”, Almeida Corrigida e Revisada Fiel).

Assim, era impossível que aqueles israelitas (ou quem quer que seja) conseguissem fazer Deus pecar.

Ao colocarem Jeová à prova de forma errada, eles na verdade estavam testando sua paciência, estavam o ofendendo, o que exigia de Deus uma ação, ação que ele tomou em cada um desses casos, para fazer valer a sua vontade. No entanto, suas ações nunca são um erro, pois é impossível que ele erre, como bem afirmou Tiago 1:13.

Já no caso de Jesus é diferente.

O substantivo grego para provação ou tentação é peirasmós. Ele possui dois significados básicos. O primeiro sentido é de “teste”, “prova”, algo que testa a lealdade dos servos de Deus (1 Pedro 4:12), ou que testa a paciência de Deus (Hebreus 3:8). No caso dos servos de Deus, o teste ou provação pode levá-los ao erro. No caso de Deus, o teste o leva a agir em harmonia com seus perfeitos princípios.

Um segundo sentido é o de “tentação”, “incitação ao pecado”. Diferente da provação, que traz insatisfação, constrangimento, irritação etc., a tentação apresenta o pecado como algo agradável. Ou seja, a provação vem com violência, agressividade, humilhação etc, Já a tentação vem com sedução, atração, fascínio.

Esses dois sentidos são demonstrados no Léxico do Novo Testamento Grego-Português de Gingrich e Danker:

πειρασμός, οϋ, ό—1. teste, prova 1 Pe 4.12. De testar a Deus Hb 3.8.—2. tentação, incitação ao pecado Mt 6.13; 26.41; Mc 14.38; Lc8.13; 11.4; 22.40, 46; At 15.26 v.l.; 1 Tm 6.9; 2 Pe 2.9; Ap 3.10; modo de tentação Lc 4.13.

No deserto, Jesus foi tentado pelo Diabo no segundo sentido. Este tentou seduzi-lo a exibir-se como Filho de Deus por mostrar o seu poder sobre os elementos da natureza (transformar pedras em pães), por mostrar o seu poder aos humanos (como por lançar-se de cima do templo), ou por experimentar o “usufruto temporário do pecado” (por aceitar de Satanás “todos os reinos do mundo e a glória deles”).

Note que Satanás não tentou forçar Jesus, não tentou ameaçá-lo. Antes, tentou seduzi-lo, atraí-lo ao pecado.

No caso de Jeová, é impossível quer prová-lo quer tentá-lo. Isto porque, no primeiro caso, é impossível atentar contra a sua integridade. Afinal, ele é Todo-Poderoso. No segundo caso, é impossível atraí-lo ao pecado, porque ele não peca. Ele é santo no mais elevado grau. – Apocalipse 4:8.

Fica sempre de pé o enunciado de Tiago 1:13: “Por coisas más, Deus não pode ser provado” (ou: “Deus não pode ser tentado pelo mal”, Almeida Corrigida e Revisada Fiel).

Por outro lado, Jesus podia errar. Ele é chamado de “o último Adão”. (1 Coríntios 15:45) Assim, ele era equivalente ao primeiro homem, Adão, antes de este pecar. Jesus era, portanto, um humano perfeito, mas com livre arbítrio.

Se não pudesse pecar, então a sedução proposta pelo Diabo não seria uma tentação, ou sedução. As Escrituras poderiam ser acusadas de relatar um embuste, ou farsa. Mas, como “toda a Escritura é inspirada por Deus” 2 Timóteo 3:16), e “é impossível que Deus minta” (Hebreus 6:18), os relatos sobre as tentações de Jesus revelam exatamente isso – que Jesus foi tentado pelo Diabo e que, portanto, sua lealdade a Deus foi testada.



Os artigos deste blog podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o blog oapologistadaverdade.blogspot.com


Comentários

Saga disse…
"Quanto aos textos que você citou (Êxodo 17:2; Números 14:22; Salmo 78:18, 41) sobre “pôr Deus à prova”, entenda o seguinte: Tiago 1:13"

Na LXX esses textos usam a mesma palavra que Tiago 1:13?
g disse…
O Sr. José Raimundo citou o texto de Colossenses 2:9 => porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. (Almeida Revista e Atualizada)
Pergunto: o que ele quis dizer com esta citação ? Que Jesus faz parte da santíssima trindade?

Vamos ler Efésios 3:19 => "e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus." (Almeida Revista e Atualizada)

pergunto novamente: Os cristãos efésios faziam parte da santíssima trindade já que eles também foram " tomados de toda a plenitude de Deus." ?????
Sim, os textos de Êxodo 17:2, Números 14:22 e Salmo 78:41 usam o mesmo verbo grego para “provar”, “pôr à prova”: πειράζω (peirázo), que significa “tentar”, “experimentar”, “testar”. Esse verbo aparece declinado assim nos textos abaixo:
Êxodo 17:2: Πειραζετε (peirázete)
Números 14:22: Επειρασαν (epeírasan)
Salmo 78:41 [LXX, 77:41]: επειρασαν (epeírasan)
Já o Salmo 78:18 usa um verbo aparentado com o mesmo significado básico: έκπειράζω [ekpeirázo]:
Salmo 78:18 [LXX, 77:18]: εξεπειρασαν (exepeírasan)

Por conseguinte, o sentido de tais verbos nos textos em que são usados – se a referida “prova” é algo positivo ou negativo – depende do contexto. O artigo Deus prova seus servos? lança luz sobre os dois usos desse verbo. Veja também o artigo Debate sobre a Trindade – Parte 1.

Edson disse…
Colossenses 2:9 diz: Pois nele habita corporalmente toda plenitude da divindade. É importante observar que essa plenitude da divindade que habita em Jesus, foi dada por Deus. Colossenses 1:19 diz: Pois nele aprouve a Deus fazer habitar toda plenitude. Isso inclui a Divina. Então, conclui-se que nem sempre Jesus teve a plenitude Divina, mas recebeu do Pai. Mateus 28:18 diz: foi me dado toda autoridade no céu e na terra. Se foi dado à ele, é porque não tinha. Assim como a plenitude Divina.

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