A
seguinte pergunta foi endereçada a este site:
Prezado apologista, parece
haver certas semelhanças entre os dois grupos (144 mil e grande multidão) e
muitos têm usado essas semelhanças para provar que são o “mesmo grupo”.
Exemplos: Em revelação 6:11, fala-se dos ungidos como recebendo uma comprida
veste branca. Já em Revelação 7:10, a grande multidão também é descrita como
tendo compridas vestes brancas. Também no cap. 7, verso 14, a grande multidão é
descrita como tendo lavado as vestes compridas, e o cap. 22, versículo 14 – que
é uma referência aos ungidos também – diz que eles lavam as suas vestes
compridas. Como então conciliar isso?
Resposta:
O fato de expressões e
símbolos semelhantes serem usados para pessoas ou grupos separados não indica
que os referidos por tais símbolos tenham a mesma identidade. Isso foi
demonstrado no artigo “Duas regras –
uma falsa e uma verdadeira”, neste site.
O contexto é que determina
o significado do uso do referido símbolo e a identidade da pessoa ou do grupo
aludido por tal símbolo. Por exemplo, tanto Jeová como Cristo são mencionados
como sendo ‘o Primeiro e o Último’. (Isaías 44:6; Apocalipse 1:17) Contudo, o
contexto de Isaías diz respeito à Divindade de Jeová, pois o mesmo texto (Isaías
44:6) acrescenta: “Além de mim não há Deus.” Por outro lado, o contexto de Apocalipse
diz respeito à ressurreição de Jesus. (Apocalipse 1:18) Jesus foi “o Primeiro”
humano a ser ressuscitado para a vida espiritual, imortal. (Colossenses 1:18)
Além disso, ele é “o Último” ressuscitado assim pelo próprio Jeová. Os demais
serão ressuscitados por meio de Jesus, conforme ele mesmo explicou: “Tenho as
chaves da morte e do Hades.” – Apocalipse 1:18b.
No
caso da veste comprida (grego: stolé),
aplicada tanto aos ungidos como à grande multidão, vale ressaltar que até mesmo
um anjo foi visto com tal vestimenta (Marcos 16:5), sendo que tal criatura
celestial não pertence a nenhum dos dois grupos. Examinemos o contexto do uso a
tais grupos distintos. No caso dos que têm esperança celestial, em Apocalipse
6:11 tal veste é dada a eles como evidência de sua aprovação e como indicação
de sua ressurreição. É uma RECOMPENSA. Já no caso da grande multidão, eles JÁ
POSSUEM tal veste, mas ela não estava branca. Para se habilitarem para a
sobrevivência, precisam LAVAR tal veste já existente e a ENBRANQUECER no sangue
do Cordeiro, evidentemente por exercerem fé em Cristo e viverem à altura de sua
dedicação a Jeová Deus. – Apocalipse 7:14.
E que dizer de Revelação 22:14, que
menciona os com esperança celestial como também ‘lavando as suas vestes
compridas’? Note que precisam fazer isso, não como requisito para sobreviver à
grande tribulação, mas para que possam ‘ir às árvores da vida e para que
obtenham entrada na cidade pelos portões’ da Nova Jerusalém. Em ambos os casos
(Apocalipse 7:14; 22:14) o ato de lavar tais vestes indica tornar-se digno
(aprovado) perante Deus. Mas, no caso da grande multidão, o resultado dessa
aprovação é sobreviver – portanto, passar com vida – pela grande tribulação,
permanecendo aqui na Terra. (Provérbios 2:21) Por outro lado, no caso dos
ungidos, o resultado é a ressurreição celestial, que os habilita a ‘entrar’ na
Nova Jerusalém no sentido de comporem o que ela representa – a noiva de Cristo.
– Apocalipse 21:9, 10.
Assim, análise sóbria do
contexto e da inteira fraseologia que permeia os textos em questão mostra que
tais expressões ou símbolos não indicam que os aludidos por eles sejam
necessariamente a mesma classe. E outros textos tornam claro que os 144.000 e a
grande multidão são classes distintas, conforme a série de artigos, neste site,
intitulada “A ‘grande multidão’ – qual é a sua identidade?”, partes 1 a 4. (Veja também a obra “Estudo Perspicaz das
Escrituras”, vol. 3, p. 777, sob o verbete “vestimenta”, e o livro “Revelação –
Seu Grandioso Clímax Está Próximo”, pp. 102-103, § 11, ambos publicados pelas
Testemunhas de Jeová.)
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