Por: O TESTEMUNHA de JAH
Na questão do sangue, os
supostos "apologistas da cristandade" mudaram um pouco a maneira como
atacam. Antes afirmavam ser uma aberração a recusa ao uso do sangue; porém, não
podendo negar a EXPRESSAMENTE CLARA orientação bíblica de Atos 15:28 e 29,
passam a criar JUSTIFICATIVAS para descumprirem tal norma. Um exemplo disso é o
argumento que segue:
‘A proibição bíblica
quanto ao sangue aplica-se apenas ao sangue procedente duma vítima abatida pelo
homem, e não à carne não-sangrada dum animal que morreu por si só ou ao sangue
dum animal ou humano vivo. Por que isso estaria de acordo com o fato de o humano
ter que devolver a "vida" ou o "sangue" simbolicamente a
Deus como forma de mostrar quem é o Dador da vida respeitando assim suas Leis.
- Compare Gênesis 9:3, 4 e Levítico 17:13, 14 com Deuteronômio 14:21 e Levítico
17:15.’
Acho interessante essa
questão pois o argumento é mais amplo. Porém, pode ser facilmente refutado.
Quanto ao animal achado
morto:
Temos muitos pontos a
analisar:
(1) Os
israelitas estavam EXPRESSAMENTE PROIBIDOS de comer tal animal. Por
exemplo, a revista “A Sentinela” de 15 de outubro de 1983 (pp. 30-32), sob
"Perguntas dos Leitores", declara: "(...) se havia culpa apenas
no caso de o sangue proceder duma criatura abatida por homem, então
Deuteronômio 14:21 e Êxodo 22:31 não teriam proibido os israelitas de
comer carne não-sangrada de animais que não tivessem sido abatidos por homem.
Contudo, os israelitas sabiam claramente que não podiam comer tal carne.
Ezequiel declarou: “Minha alma não é aviltada; nem comi qualquer corpo já
morto, nem qualquer animal dilacerado, desde a minha mocidade.” — Ezequiel
4:14; veja 44:31."
(2) Quem eram os
"estrangeiros" ou "residentes forasteiros" aos quais Jeová
concedeu dar as carcaças não-sangradas?
A mesma revista explica:
"Tanto o povo de Deus como comentaristas da Bíblia têm reconhecido que a
distinção tinha que ver com a posição religiosa do forasteiro envolvido. (...)
o termo “residente forasteiro” refere-se às vezes a alguém entre os israelitas
que não era plenamente prosélito." E por isso, de acordo com a obra “Estudo
Perspicaz das Escrituras” (vo. 3, pp. 426, 523), esse não estava OBRIGADO a
cumprir TODOS os requisitos da Lei; no entanto, em nenhum momento, diz-se que
esses "residentes forateiros" seriam um povo que tinha o
"favor" de Jeová por comerem esse sangue.
Quanto ao sangue
proceder de uma pessoa ou animal ainda vivo:
A mesma revista
esclarece da seguinte forma: "Encontramos um instrutivo paralelo numa
outra parte da Lei, que envolvia o sangue: O homem que inadvertidamente tivesse
relações sexuais com sua esposa, quando começasse a menstruação dela,
tornava-se impuro, mas podia tomar medidas para ser perdoado. Entretanto, o
israelita que deliberadamente desrespeitasse o sangue menstrual de sua esposa
era morto. — Levítico 15:19-24; 20:18." Evidentemente esse "sangue
menstrual" procedia de uma pessoa viva e que não seria abatida.
Quanto à questão de
haver uma diferença em apenas tornar a pessoa impura ao comer a carne de um
animal achado morto e a de ter que ser morto o israelita que comesse sangue de
animal que ele mesmo teria abatido mas não tivesse sangrado.
Brilhantemente a mesma
revista esclarece essa aparente distinção ao dizer: "Podemos encontrar uma
pista em Levítico 5:2, que diz: “Quando uma alma toca em alguma coisa impura,
quer seja o corpo morto dum animal selvático impuro . . . , embora lhe fique
oculto, ainda assim ele é impuro e se tornou culpado.” Sim, Deus reconhecia que
um israelita poderia inadvertidamente errar. Portanto, pode-se entender
Levítico 17:15 como provisão para tal erro. Por exemplo, se um israelita
comesse carne que lhe fosse servida, e depois descobrisse que esta não fora
sangrada, ele era culpado de pecado. Mas, por isso ter sido inadvertido, podia
tomar medidas para se purificar. O seguinte, porém, é digno de nota: Se ele não
tomasse essas medidas, ele teria ‘de responder pelo seu erro’. — Levítico
17:16."
P.S.
Nota do apologista da verdade: Assim, fica claro que a
proibição quanto ao sangue não se vincula ao sangue de uma criatura morta, como
se tal proibição excluísse a ingestão ou infusão de sangue de criatura viva.
Deus proíbe o uso de sangue porque este representa a VIDA de uma criatura, vida
esta que pertence a Deus. O artigo mostrou que mesmo o sangue de uma criatura
viva ainda representa a vida desta, não podendo, portanto, ser ingerido (infundido).
Os artigos deste
blog podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o blog
oapologistadaverdade.blogspot.com
Comentários