Fonte da ilustração:
https://www.jw.org/es/publicaciones/revistas/ws20140215/jud%C3%ADos-cre%C3%ADan-que-el-mes%C3%ADas-estaba-a-punto-de-llegar/
Numa
tentativa de identificar Jeová com Jesus Cristo, alguns trinitaristas recorrem
a duas proposições: 1) afirmam que a expressão “anjo de Jeová” (“anjo do
Senhor”, Al) se refere exclusivamente a Jesus Cristo; 2) afirmam
que tal “anjo” é o próprio Jeová. Vamos, portanto, examinar a validade dessas
duas proposições. Neste artigo analisaremos a primeira asserção. Em que base se
afirma que o “anjo de Jeová” é Jesus Cristo?
Alguns
costumam fazer referência ao incidente registrado em Juízes 13:8-22. Quando
Manoá pergunta ao “anjo de Jeová” sobre o nome do anjo, este declara: “Por que
é que me perguntarias assim pelo meu nome, quando ele é maravilhoso?” (Versículos
17 e 18.) Com base nisso, eles relacionam a resposta do anjo com Isaías 9:6,
onde um dos títulos de Jesus Cristo inclui a palavra “Maravilhoso”. No entanto,
em Juízes 13:18 a palavra “maravilhoso” não é um nome pessoal nem tampouco um
título; é apenas uma descrição, significando que o nome do anjo é admirável,
surpreendente, até sobrenatural. A resposta do anjo foi uma objeção à pergunta
de Manoá. Tal anjo modestamente não quis revelar o seu nome, assim como se deu
com o anjo com quem Jacó lutou. – Gênesis 32:29.[1]
Por outro
lado, em Isaías 9:6, a palavra “Maravilhoso” faz parte do título composto
“Maravilhoso Conselheiro”, assim como os demais títulos são
compostos de duas expressões, tais como “Pai Eterno” e “Príncipe da Paz”. (Veja
Isaías 9:6 na IBB, cuja tradução do texto é igual a da NM.)
Além disso, o uso da mesma palavra não indica, automaticamente, que as pessoas
(ou coisas) referidas por tal palavra tenham a mesma identidade. Um exemplo
disso se encontra em Gênesis 31:48 e 50. No primeiro desses versículos,
encontramos Labão dizendo: “Este montão é hoje testemunha entre mim e ti”; ao
passo que, no versículo 50, Labão disse: “Deus é testemunha entre mim e ti.”
Jamais se poderia concluir disso que Deus seja algo inanimado como um
“montão”! – Veja o artigo “Duas regras – uma falsa e uma
verdadeira”, neste site.
Com efeito, a
Bíblia faz alusão a Jesus na sua existência pré-humana como sendo o anjo que
Jeová designou para conduzir os israelitas à Terra Prometida. Lemos em Isaías
63:9: “Seu próprio mensageiro pessoal os salvou.” Outras traduções vertem por
“o anjo da sua face”, (Al) e “o Anjo da sua presença”. (ALA) Contudo,
ele é mencionado como “um anjo” e chamado por Jeová de “meu anjo”. (Êxodo 23:20,
23; 32:34) A clara distinção entre tal anjo – identificado como o pré-humano
Filho de Deus – e o próprio Jeová reside no fato de que Jeová disse que
enviaria tal anjo mas que ele mesmo não iria no meio de Israel. Apenas com a
fervorosa súplica de Moisés é que Jeová assentiu, dizendo: “Minha própria pessoa
irá junto.” (Êxodo 33:14-17) Encontramos outra evidência clara dessa distinção
na conversa do anjo de Jeová com o próprio Jeová. – Zacarias 1:12, 13.
De fato, a
expressão “anjo de Jeová” (“anjo do Senhor”, Al) não é usada
exclusivamente para o Filho primogênito de Deus. Em 1 Crônicas 21:12, 15, 27, o
“anjo de Jeová” é descrito como “um anjo” enviado por Jeová e que age segundo
as ordens de Jeová. A passagem não determina a identidade desse anjo como sendo
o Logos. Ele pode referir-se a qualquer um dos anjos de Deus. Ademais, lemos no
Salmo 34:7: “O anjo de Jeová acampa-se ao redor dos que o temem, e ele os
socorre.” A expressão “anjo de Jeová” nesse texto refere-se, naturalmente, a
qualquer anjo de Deus. Por fim, temos o texto de Lucas 2:9, o qual declara que,
por ocasião do nascimento de Jesus, apareceu o “anjo de Jeová” (“anjo do
Senhor”, Al) aos pastores, anunciando tal nascimento. É, pois,
evidente que tal expressão não se aplica apenas a Jesus Cristo. Também é
evidente que o “anjo de Jeová” é distinto do próprio Jeová Deus.
Mas, por que
em algumas passagens o anjo de Deus fala como se fosse o próprio Deus, e é
assim aludido por humanos aos quais eles se manifestaram? O artigo “Uma regra
bíblica desconsiderada pelos trinitaristas” responde a essas questões.
[1] O
anjo Gabriel revelou seu nome a Zacarias para dar peso à sua declaração, devido
à falta de fé Zacarias. No entanto, Gabriel não revelou seu nome a Maria. (Lucas
2:18-20, 26-38) Embora a Bíblia revele que existem “miríades de miríades” de
anjos, ela revela apenas o nome de dois deles, Miguel e Gabriel. (Judas 9; Lucas
1:19; Apocalipse 5:11; Hebreus 12:22) Isto, por certo, constitui uma
salvaguarda contra a “adoração dos anjos”. – Colossenses 2:18.
A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pelas Testemunhas de
Jeová.
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fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
Comentários
Jeová não precisa de ninguém. Ele é completo em si mesmo. O “auxílio” mencionado me Juízes 5:23 diz respeito a ajudar Baraque, o comandante designado por Jeová, na própria luta contra os cananeus sob Sísera. – Juí. 5:5-16.
Com relação ao proferimento de maldições, encontramos na Bíblia o próprio Deus, que é amor, fazendo isso. (Gên. 3:14, 15; 4:11, 12) A Lei mosaica, que era “santa”, também estabelecia maldições. (Deut. 27:15-26; 28:16-19) Dentro do cristianismo, há também o uso de maldições. Paulo disse: “Quem quer que vos esteja declarando como boas novas algo além daquilo que aceitastes, seja amaldiçoado.” (Gál. 1:9) A respeito de certas pessoas iníquas, Pedro disse: “São filhos amaldiçoados.” (2 Ped. 2:14) E o próprio Senhor Jesus Cristo também amaldiçoa. Ele retratou a si mesmo dizendo: “‘Afastai-vos de mim, vós os que tendes sido amaldiçoados, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos.” (Mat. 25:41) Nos casos acima, a maldição é mencionada com relação a classes ou a pessoas específicas, em plena harmonia com a justiça divina. Mas, no âmbito geral, como não podemos ler corações, o conselho que os servos de Deus seguem é o de Romanos 12:14.