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Por que alguns acham que Deus é vagaroso


Fonte: jw.org


“O SENHOR JEOVÁ não atrasa suas promessas, como as pessoas consideram a demora.” – 2 Pedro 3:9, Aramaic Bible in Plain English (“Bíblia Aramaica em Inglês Simples”).

Lemos em 2 Pedro 3:8: “Mas vocês não devem desconsiderar isso, amados: ‘Um dia é para o SENHOR JEOVÁ como mil anos, e mil anos é como um dia.’” (Bíblia Aramaica em Inglês Simples) Ou seja, um dia de Deus é como mil anos para os humanos. Inversamente, mil anos nossos são “como um dia” de Deus. Isto ajuda a entender por que os humanos, que na atual condição imperfeita vivem tão pouco, acham demorado o modo de agir de Deus.

O livro “A Verdade Que Conduz à Vida Eterna” (1968, p. 72) teceu um comentário interessante a esse respeito:

Os quase seis mil anos, desde os dias de Adão até os nossos, talvez pareçam um longo tempo quando considerados do ponto de vista dos homens que vivem cerca de setenta anos. Mas, uma vez que Deus fixou o limite de tempo, é bom sabermos avaliar seu ponto de vista sobre o assunto. O profeta Moisés diz a seu respeito, no Salmo 90:4 [89:4, CBC]: “Mil anos aos teus olhos são apenas como o ontem que passou.” Um ano é muito tempo para uma criança de cinco anos, mas, para um homem de sessenta, é comparativamente curto. Assim, também, para Jeová, que vive para toda a eternidade, mil anos são como um dia. – 2 Pedro3:8.




Assim, dentro de nossa curta experiência de vida, todos os milênios que já passaram parecem ser um período muito longo. Contudo, o apóstolo Pedro nos insta: “Considerem a paciência do nosso Senhor como salvação.” (2 Pedro 3:15) De que modo a paciência divina contribuiu para nossa salvação ao longo de todos estes milênios? Vamos examinar os motivos que levaram Deus a permitir o sofrimento por todos estes milênios.

Duas questões universais que precisavam ser resolvidas

Gênesis 3:1-5 nos relata o que aconteceu enquanto o primeiro casal humano ainda era perfeito: “A serpente era o mais cauteloso de todos os animais selvagens, que Jeová Deus havia feito. Assim, ela disse à mulher: ‘Foi isso mesmo que Deus disse, que vocês não devem comer de toda árvore do jardim?’ Então a mulher disse à serpente: ‘Podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas, sobre o fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: “Não comam dele, não, nem toquem nele; do contrário, vocês morrerão.”’ Então a serpente disse à mulher: ‘Vocês certamente não morrerão. Pois Deus sabe que, no mesmo dia em que comerem dele, seus olhos se abrirão e vocês serão como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.’”

Fonte: jw.org 

Visto que serpentes não possuem cordas vocais e nem possuem inteligência para falar e argumentar, aquela serpente foi usada por um ser inteligente. Este ser é identificado no livro de Apocalipse como “o grande dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás”. (Apocalipse 12:9) Sim, um dos anjos de Deus agiu contra o seu próprio Criador, induzindo a primeira mulher a desobedecer a Deus. E qual foi o teor da argumentação desse anjo? Que Deus é excessivamente restritivo e, portanto, exerce um controle injusto sobre suas criaturas.

Observe a primeira pergunta feita pela criatura espiritual: “Foi isso mesmo que Deus disse, que vocês não devem comer de toda árvore do jardim?” A expressão inicial – “foi isso mesmo que Deus disse ...?” – pressupõe a surpresa, ou admiração, de que algo está errado; de que não condiz com o bom-senso. O restante da pergunta mostra claramente isso. Aquela criatura espiritual perguntou assim: “Vocês não devem comer de toda árvore do jardim?” Embora soubesse que a proibição era de apenas uma das muitas árvores que existiam no Jardim do Éden, a pergunta foi formulada de modo a dar a entender que Deus restringia indevidamente suas criaturas humanas.

Além disso, a pergunta também parece gerar ambiguidade, ou confusão e dúvida. Primeiro, pode dar a ideia de que Adão e Eva não podiam comer de “nenhuma árvore do jardim” (Bíblia Pastoral). Por outro lado, a expressão “toda árvore do jardim” poderia parecer verossímil, ou verdadeira. Afinal, eles não podiam mesmo comer de “toda” árvore. Uma delas estava proibida ao casal. Desse modo, o anjo estaria demonstrando admiração do porquê Deus havia restringido os frutos de uma das árvores. Sendo assim, ele estaria suscitando, ou plantando, uma dúvida na mente da mulher: por que somente aquela árvore era proibida? A ideia subliminar era: ‘o que Deus queria esconder daquele casal?’

Eva indicou que o motivo da proibição do ‘fruto da árvore que estava no meio do jardim’ era porque levaria à morte deles. (Gênesis 3:3) Após ter subliminarmente dado a entender que algo estava errado com essa proibição, o anjo fechou sua argumentação com a seguinte afirmação: “Vocês não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal.” (Gênesis 3:4, 5, Nova Tradução na Linguagem de Hoje; negrito acrescentado.) Por afirmar que Deus sabia o alegado ‘verdadeiro motivo’ da proibição, o Diabo afirmou que Deus havia mentido; e que Deus se valia da ignorância do primeiro casal, e também que Deus queria manter esse casal sob um domínio injusto. Tais acusações eram extraordinariamente sérias!

A escolha da serpente por parte desse anjo evidentemente foi para dar credibilidade a seus argumentos, visto que “a serpente era o mais cauteloso de todos os animais selvagens”. (Gênesis 3:1) Ela transmitia ponderação em sua expressão corporal. A escolha de um animal da selva (“criatura vivente do campo”, Gênesis 2:19, nota), e não de um animal “doméstico” (Gênesis 7:14) possivelmente tenha sido porque a mulher, sendo a mais nova das criações de Deus, talvez não estava familiarizada com o primeiro tipo, ou não com a serpente, o que não a levou a questionar por que a serpente estava falando. Se este tiver sido o caso, o Diabo também se valeu da ignorância, ou falta específica de conhecimento, de Eva neste caso.

Como Deus lidou com as falsas acusações

O Diabo atacou o caráter de Deus. Isto não poderia ser resolvido simplesmente por Deus destruir aquele anjo naquele momento. Ao contrário, tal ação poderia levantar suspeitas contra Deus por parte dos demais anjos. Deus decidiu permitir que o acusador provasse suas alegações. O tempo mostraria quem estava certo.

E, de fato, o tempo tem mostrado a enorme diferença entre o governo de Deus sobre a humanidade no Jardim do Éden e o governo de Satanás. No Éden havia perfeição, saúde, harmonia entre os humanos e os animais e a natureza. Havia abundância para todos. Diametralmente oposto a tudo isso, o que a humanidade, os animais e toda a natureza têm vivido após a rebelião do anjo e do primeiro casal é uma total desarmonia, um total desequilíbrio, impregnados por doenças, envelhecimento, dominação injusta e morte, muitas vezes agonizante. Deus tem sido profusamente vindicado!



Fonte: jw.org

Fonte: jw.org

Uma segunda questão levantada

Uns dois mil anos após a rebelião no Éden, Satanás suscitou outra questão de abrangência universal. Questionando a lealdade de um fiel servo de Deus chamado Jó, o Diabo disse: “Será que é por nada que Jó teme a Deus? Não puseste uma cerca de proteção em volta dele, da sua casa e de tudo o que ele tem? Tu abençoaste o trabalho das suas mãos, e os rebanhos dele se espalham pela terra. Mas agora, levanta a mão e atinge tudo o que ele tem, e com certeza ele te amaldiçoará na tua própria face.” (Jó 1:9-11) Num segundo momento, Satanás afirmou: “É só tocar na pele dele para ver o que acontece. As pessoas não se importam de perder tudo desde que conservem a própria vida.” – Jó 2:4, Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

Fonte:  jw.org

No Jardim do Éden, o ataque do Diabo foi contra Deus. Agora, o ataque de Satanás foi contra as criações de Deus. Ele afirmou que os seres inteligentes, racionais, criados por Deus já são por natureza imperfeitos, egoístas. O ataque não era apenas contra o homem Jó. Satanás afirmou: “O homem [o ser humano] dará tudo o que tem pela sua vida.” (Jó 2:4) Ademais, Satanás, ou um de seus demônios, inspirou a seguinte afirmação: “Ele [Deus] não confia nos seus servos, e encontra defeito nos seus anjos.” (Jó 4:18) Por fazer tais afirmações, o Diabo supostamente estaria tentando justificar a sua própria rebelião contra Deus.

Mas, de forma indireta, tais acusações também se dirigiam contra Deus. Primeiro, usando o exemplo de Jó, o Diabo afirmou que Deus ‘comprava’ suas criaturas com boas coisas. Questionou assim a motivação de Deus. Afirmou que não era o amor altruísta, e sim o interesse em controlar suas criaturas, que motivava Deus a dar-lhes boas coisas. E por afirmar que a criação de Deus já carrega em si mesma a imperfeição, o Diabo estaria acusando Deus de ser um mau Criador, que não poderia esperar lealdade perfeita de suas criações inteligentes.

Usando uma ilustração: um funcionário de uma grande empresa de fabricação de automóveis age desonestamente e é demitido por justa causa. Então, ressentido, esse ex-funcionário usa o exemplo de um automóvel fabricado nessa empresa, que apresentou defeito, não de fabricação, mas por mau uso, para afirmar que todos os automóveis dessa mesma empresa já têm defeitos de fabricação. O objetivo é lançar descrédito sobre o dono da empresa.

O defeito apresentado em um único carro por mau uso não compromete uma indústria automobilística

Como você pode ver, a paz entre toda a criação de Deus dependeria da resolução dessas questões.

O exemplo de lealdade do próprio Jó, que foi “provado até o limite”, bem como de “uma nuvem tão grande” de outros servos leais, culminando com o exemplo de lealdade perfeita demonstrada por Jesus Cristo, mostra inequivocamente que é possível ser leal a Deus, mesmo sob forte pressão contrária. (Jó 34:36; Hebreus 12:1) Jesus Cristo manteve sua perfeição moral mesmo sob a mais intensa perseguição física, mental e emocional. (Filipenses 2:8) Isto mostra que a criação de Deus não é em si mesma imperfeita; não tem “defeito de fabricação”, por assim dizer.

Por que tanto tempo para resolver tais questões?

Questões de tais magnitudes evidentemente levariam tempo para serem resolvidas. Mas, como já ponderado no início deste artigo, o tempo para Deus é diferente em relação ao nosso conceito. Para Deus, estes seis milênios da história humana não passam de seis dias! Assim, do ponto de vista dele, o assunto tem ficado claro para sua criação inteligente em um tempo muito curto. Para você sentir o impacto disso, imagine um caso jurídico que tenha tramitado em todas as instâncias e tenha sido resolvido – tudo isso em cerca de apenas uma semana! Com certeza, você conclui que o julgamento foi extremamente rápido, não é mesmo?

O trânsito em julgado com justiça em apenas uma semana seria uma façanha judicial! 

Mas, afinal, o que Deus tem feito em todo esse tempo? Sendo Todo-Poderoso e todo sábio, por que não usou outro modo de resolver essas questões universais? Isto será examinado no próximo artigo.


Referências:

A Verdade Que Conduz à Vida Eterna. Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. 1968. Disponível em <https://docplayer.com.br/24777078-A-verdade-que-conduz-a-vida-eterna.html>.

Bíblia Pastoral. Disponível em: <http://www.paulus.com.br/biblia-pastoral/_PA.HTM>.

Pesquisa da Bíblia. Sociedade Bíblica do Brasil. Disponível em: <https://www.sbb.org.br/conteudo-interativo/pesquisa-da-biblia/>.

2 Pedro 3:9. Bible Hub. Disponível em: <https://biblehub.com/2_peter/3-9.htm>.

2 Pedro 3:8. Bible Hub. Disponível em: <https://biblehub.com/2_peter/3-8.htm>.



A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada pelas Testemunhas de Jeová.



Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a fonte: o site www.oapologistadaverdade.org








Comentários

Vykthor disse…
Artigo maravilhoso! Explicou bem a questão levantada por satan e como ele fez isso.
Artigo magnífico, pois honra nosso amoroso Criador,Jeová DEUS!

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