Fonte da ilustração:
jw.org
“Eu vos digo que
muitos virão das regiões orientais e das regiões ocidentais e se recostarão à
mesa junto com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus.” – Mateus 8:11.
Alguns religiosos da
cristandade se baseiam no texto citado acima para afirmar que todos os bons
irão para o céu, inclusive os antepassados de Jesus Cristo.
Mas, tal
afirmação demonstra desconhecimento ou desconsideração dos muitos textos
bíblicos que descrevem a esperança de vida eterna na Terra. (Salmo 37:9-11, 22,
29, 34; 46:9, 10; Provérbios 2:21, 22; Isaías 11:6-9; 33:24; 35:4-6; 65:17-25;
66:22, 23; Apocalipse 21:3, 4) Em segundo plano, tal asserção também exibe
falta de conhecimento ou de reconhecimento dos procedimentos estabelecidos por
Deus para a vida celestial. Ei-los abaixo:
1) Precisa haver
uma CHAMADA e uma ESCOLHA da pessoa por Deus, mediante Seu
Filho, Jesus Cristo:
2 Timóteo 1:9, 10: “Ele
nos salvou e nos chamou com uma chamada santa, não em razão de
nossas obras, mas em razão de seu próprio propósito e benignidade imerecida.
Isto nos foi dado em conexão com Cristo Jesus antes dos tempos
de longa duração, mas agora se tornou claramente evidente pela
manifestação de nosso Salvador, Cristo Jesus, que aboliu a morte, mas
lançou luz sobre a vida e a incorrupção por intermédio das boas novas.”
2) Envolve Deus JUSTIFICAR, ou DECLARAR JUSTO, o cristão chamado:
Romanos 3:23, 24: “Pois
todos pecaram e não atingem a glória de Deus, e é como dádiva gratuita que
estão sendo declarados justos pela benignidade imerecida
dele, por intermédio do livramento pelo resgate pago por Cristo Jesus.”
3) PRODUZI-LO (GERÁ-LO) como filho espiritual de Deus:
João 1:12, 13: “A tantos quantos o receberam [a Jesus], a estes
deu autoridade para se tornarem filhos de Deus, porque exerciam fé
no seu nome; e nasceram, não do sangue, nem da vontade carnal, nem
da vontade do homem, mas de Deus.”
João 3:3, 5: “Em resposta, Jesus
disse-lhe: ‘Digo-te em toda a verdade: A menos que alguém nasça de novo,
não pode ver o reino de Deus.’ Jesus respondeu: ‘Eu te digo em toda a verdade:
A menos que alguém nasça de água e espírito, não pode entrar no
reino de Deus.’”
Tiago 1:18: “Porque ele [Deus] o quis,
ele nos produziu [gerou, Almeida Corrigida Fiel] pela
palavra da verdade, para que fôssemos certas primícias das suas criaturas.”
4) UNGI-LO:
2 Coríntios 1:21, 22: “Mas, quem garante que vós e nós pertencemos a
Cristo e quem nos ungiu é Deus. Ele pôs também o seu selo
sobre nós e nos deu o penhor daquilo que há de vir, isto é, o espírito, em
nossos corações.”
Como visto pelos
textos acima, todos os procedimentos acima só ocorreram após a vinda de
Cristo à Terra. A “chamada” passou a ocorrer “em conexão com Cristo
Jesus” e “se manifestou pelo aparecimento de
nosso Salvador Cristo Jesus.” (2 Timóteo 1:10, Imprensa Bíblica Brasileira) A
justificação também só se tornou possível após Jesus ter pago o resgate pelos
nossos pecados. (Romanos 3:23, 24) Ademais, foi Jesus quem “deu
autoridade para [seus discípulos] se tornarem filhos de Deus”.
(João 1:12, 13) Por fim, a unção ocorre por intermédio do espírito santo, que
foi derramado pela primeira vez no Pentecostes de 33 da Era Cristã, após a morte de
Cristo. João 7:39 comenta: “Ele [Jesus] disse isso com respeito ao espírito que
os que depositavam sua fé nele estavam para receber; pois, por enquanto ainda
não havia espírito [não havia ainda sido derramado], porque Jesus ainda não
havia sido glorificado.” A glorificação de Jesus aconteceu após sua
ressurreição para a vida celestial, após o que ele “derramou” sobre seus
discípulos o prometido espírito santo, gerando-os como filhos espirituais de
Deus, com esperança celestial. Foi Jesus quem “inaugurou” o “caminho” para
o céu. – Hebreus 10:19, 20; Atos 2:33; João 3:3, 5.
Assim, todos os fiéis
que viveram antes de Cristo terão a esperança original dada ao primeiro casal
humano: de viver para sempre em felicidade na Terra. (Gênesis 1:27, 28; Salmo
115:16; 37:29) Como disse Paulo em Hebreus 11:39, 40: “Embora todos estes [os
antepassados de Cristo] recebessem testemunho por intermédio de sua fé, não
obtiveram o cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo melhor para nós
[os cristãos com esperança celestial], a fim de que eles não fossem
aperfeiçoados à parte de nós.”[1] A respeito dos antepassados fiéis do
Messias, a Bíblia declara: “Em lugar de teus antepassados virá a haver teus
filhos, os quais designarás para príncipes em toda a terra.” (Salmo
45:16) Assim, os “antepassados” de Cristo, por serem ressuscitados por ele,
tornar-se-ão seus “filhos”, sendo designados por ele como “príncipes” no
domínio terrestre do Reino de Deus. Mas, como entender então o texto de Mateus
8:11?
Na Bíblia, às vezes
ocorre um uso pictórico, ou ilustrativo, de Abraão, Isaque e Jacó. Eles
representam o arranjo do Reino de Deus. Em sentido alegórico, Abraão representa
Jeová Deus (Lucas 16:22), Isaque representa Jesus Cristo (Gálatas 3:16), e Jacó
(também chamado Israel, Gênesis 32:28) retrata o “Israel de Deus”. – Gálatas 6:16.
Notas:
[1] Para uma explicação de Hebreus 11:39, 40, veja o
artigo “Vida
eterna no céu e na Terra – as bases bíblicas (Parte 2)”,
ponto 11, neste site.
A menos que haja uma indicação,
todas as citações bíblicas são da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pelas Testemunhas de Jeová.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
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