Fonte: jw.org
Certo leitor do artigo “Harmonizando Gênesis
1:11, 13 e Gênesis 2:5, 6” deixou um
comentário sobre essa matéria. Devido a ser muito longo, o comentário do
referido leitor foi condensado abaixo:
Gênesis
1:11-13 mostra que o surgimento de todas as espécies de plantas se deu por ato
exclusivo de Deus no 2.º dia criativo, ou seja, não houve participação ou intervenção
de nenhum humano, até porque os humanos só viriam a surgir no 6.º dia.
No Entanto, Gênesis
2:5, 6 aponta para esse mesmo dia, isto é, o 2.º dia criativo, porém aqui ele
desmente o capítulo 1:11-13 de Gênesis, pois nos informa que o ato de se criar
a vegetação não dependeria somente de um ato exclusivo de Deus, mas também do
homem.
É explicado
que o motivo de não haver arbusto no campo e nem vegetação se dava porque Deus
ainda não havia feito chover e também não havia homem para que pudesse lavrar o
solo, possibilitando assim, o surgimento de toda a vegetação.
O artigo dos
apologistas da verdade diz que essa passagem deve se referir ao momento em que
Deus fez surgir a terra seca, onde não havia nada ainda de vegetação. Só que
eles se esqueceram de notar que se estivermos no 2.º dia, - e concordo com
eles-, então devemos concluir que se passaram milhares de anos com a terra seca
e sem nenhuma vegetação até chegar o terceiro dia.
E como os
apologistas ensinam que cada dia criativo são períodos longos de milhares de
anos, então dentro desses milhares de anos do segundo dia já tinham ocorrido as
estações do ano (primavera, verão, outono e inverno), pois o Sol já estava
presente no primeiro dia. E se já tínhamos essas estações, então já tinha
chovido na terra. É impossível que havendo estações e por períodos de milhares
de anos não tenha caído um pingo de chuva na terra.
A prova de
que já devia ter chovido é a seguinte declaração: “E Deus prosseguiu, dizendo: ‘Venha
a haver luzeiros na expansão dos céus para fazerem separação entre o dia e a
noite; e eles terão de servir de sinais, e para épocas, e para dias, e para
anos.’” – Gênesis 1:14.
Essa
passagem é do quarto dia e aqui é explicado que os luzeiros como Sol, Lua e
estrelas que os apologistas ensinam que já existiam desde o primeiro dia e
nesse sentido também concordo com eles, serviriam como sinais de época e para
anos. Que época? Lógico que essas épocas devem se referir as estações do ano.
E o
versículo 20 do capitulo 8 de Gênesis confirma que já havia sim chovido na
terra. “Pois, por todos os dias que a terra continuar nunca cessarão sementeira
e colheita, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite.” Essa passagem retrata a
promessa que fora feita por Deus após o dilúvio e aqui é dito que nunca
cessarão frio, calor e verão, inverno e dia e noite enquanto a terra continuar.
O que isso significa?
Significa
que essas coisas foram cessadas enquanto perdurou o dilúvio. Portanto, fica
provado que a passagem do capitulo 2 de Gênesis contradiz, sim, os versículos
do capitulo 1, pelos argumentos acima mencionados. O capítulo 2 diz que não
havia nada de vegetação porque não havia chuva e não havia homem para cultivar
a terra. Mas já havia sim chovido, além de dizer que a vegetação para surgir
dependia tanto da ação do homem como de chuva que ainda não havia.
Resposta:
Em primeiro lugar, a vegetação surgiu, não
no 2.º dia criativo como o leitor afirma, e sim no 3.º dia criativo, conforme
Gênesis 1:11-13.
Fonte: Livro “A Vida - Qual a Sua Origem? A Evolução ou a Criação?”, p. 30.
Segundo, Gênesis 2:5, 6, embora aponte para o
3.º dia criativo, NÃO desmente Gênesis 1:11-13, pois NÃO nos informa que o ato
de se criar a vegetação não dependeria somente de um ato exclusivo de Deus, mas
também do homem.
Lemos em Gênesis 2:5, 6: “Ainda não
havia nenhum arbusto do campo na terra nem havia começado a brotar nenhuma
vegetação do campo, porque Jeová Deus não tinha feito chover sobre a terra e
não havia homem para cultivar o solo. Mas uma neblina subia da terra e regava
toda a superfície do solo.”
A obra Estudo
Perspicaz (volume 3, p. 768, verbete “Vegetação”) explica:
Gênesis 2:5, 6, pelo visto, descreve as
condições existentes naquele “dia”, pouco depois de Deus fazer surgir a terra
seca, mas antes da produção da relva, da
vegetação que dava semente e das árvores frutíferas. A fim de fornecer a necessária
umidade à vida vegetal que surgiria, Jeová fez com que da terra subisse
regularmente uma neblina para regar o solo. Isto mantinha vicejante a vegetação
em toda a terra, mesmo não havendo então chuva. (Negrito acrescentado.)
Ou seja, como não havia ainda a ação da
chuva nem a mão de obra humana, Deus fez com que ‘uma neblina subisse da
terra e regasse toda a superfície do solo’, produzindo assim a vegetação.
Harmonizando as duas passagens (Gênesis
1:9-13 e Gênesis 2:5, 6), percebemos que a primeira mostra que o surgimento da
vegetação no 3.º dia foi um ato direto de Deus, ao passo que a segunda passagem
explica o meio que Jeová utilizou
para realizar tal proeza, visto que não havia ainda os meios que Ele atualmente
usa, quais sejam, a chuva e a atuação humana.
Quanto a Gênesis 1:14, a passagem não afirma
que já havia chovido ou que havia estações tais como conhecemos hoje. Devemos
nos lembrar de que a escrita de Gênesis ocorreu muito tempo depois da criação,
numa época em que já havia tais estações.
Outra possibilidade foi expressa pelo livro
“A Vida — Qual a Sua Origem? A Evolução ou a Criação?” (p. 32, § 23):
Nesse estágio, caso existisse um observador humano, ele poderia
discernir o sol, a lua e as estrelas, que ‘serviriam de sinais, e para épocas,
e para dias, e para anos’. (Gênesis 1:14) A lua indicaria a passagem dos meses
lunares, e o sol a passagem dos anos solares. As estações (épocas) que então ‘vieram a existir’ neste quarto
“dia”, sem dúvida seriam muito mais
brandas do que se tornaram posteriormente. — Gênesis 1:15; 8:20-22.
(Negrito acrescentado.)
Ainda outra possibilidade foi
aludida por Everton Fernando Alves, mestre em Ciências (Imunogenética) e
escritor de Ciências na defesa do modelo criacionista bíblico:
[…] alguns teólogos entendem que o termo “estações”
(v.14) é uma tradução inadequada, referindo-se originalmente a um “período
sagrado” ou “festa estabelecida”. É sabido que algumas festas iniciavam com a
lua nova que indicava o início do mês (calendário lunisolar bíblico). Ademais,
a construção do texto (dias, meses, festas) deixa clara a relação entre as
datas, festas e a Lua e o Sol.[1]
Ademais, Gênesis 8:20-22 NÃO afirma que as
estações “foram cessadas enquanto perdurou o
dilúvio”. Mostra simplesmente que, após
o Dilúvio, e em razão dele, as condições climáticas haviam mudado.
O autor supracitado mostra uma possibilidade
para o entendimento dessa passagem:
Já em relação a Gn [Gênesis]
8:21 e 22, as traduções “verão” e “inverno” derivam dos termos originais Qayis e Horef que
significam “período de frutas” e “período de seca”. Na tradução para o
português, o período de frutas estaria associado ao “verão” e o período de seca
associado ao “inverno”, mas não necessariamente indicariam a necessidade de
“chuva”.
Também, há evidência de que, antes do
Dilúvio, havia um clima quente e úmido em toda a Terra. Foram encontradas figueiras na Groenlândia e palmeiras na Sibéria, indicando que tais regiões atualmente geladas tinham clima quente, pois tais árvores são de clima quente. Mamutes e outros
animais tropicais habitaram a Sibéria devido ao clima mais ameno da Terra.
Fonte: http://siberiantimes.com/
Portanto, antes do Dilúvio global dos dias
de Noé um clima uniforme, quente e úmido, realmente existiu por muito tempo
depois da criação da vida vegetal no 3.º dia criativo.
O ponto é: a Bíblia não se contradiz.
Contraditórias são as interpretações errôneas sobre ela.
Nota:
[1] Disponível em: <https://origememrevista.com.br/2017/08/15/chuva-antes-do-diluvio/>.
Referências:
ALVES, Everton Fernando.
Chuva antes do dilúvio? In:________. Revisitando as Origens.
Maringá: Editorial NUMARSCB, 2018, p.130-137. Disponível em: < https://origememrevista.com.br/2017/08/15/chuva-antes-do-diluvio/>.
A
menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do
Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
A
menos que seja indicada outra fonte, todas as publicações citadas são
produzidas pelas Testemunhas de Jeová.
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Comentários
http://www.criacionismo.com.br/2018/06/a-criacao-das-plantas-parte-1.html?m=1
Resumindo: nesta abordagem é explicado que as plantas que dependiam de chuva e do homem para se desenvolverem se refere à AGRICULTURA e não às plantas em geral.