Fonte da ilustração:
https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/w20151115/deus-e-amor/
Certo leitor trouxe à atenção uma argumentação de um trinitarista que tenta provar que o Filho sempre existiu:
Olá, apologista! Sou testemunha de
Jeová, e queria que o irmão me ajudasse em mais um argumento contra a trindade.
Esse argumento se acha em um site de
um teólogo adventista. O argumento é esse:
1 João 4 complementa
esse assunto da encarnação, dizendo: “Deus é amor” (v. 8). Essas palavras –
“Deus é amor” – não possuem significado real a menos que Deus seja pelo menos a
união de duas pessoas. Amor é algo que uma pessoa tem por outra pessoa. Se Deus
fosse uma pessoa singular, então, antes que o Universo e os anjos fossem
criados, Ele não teria sido amor. Pois, se o amor é a própria essência da
natureza de Deus, Ele precisa haver amado sempre e, sendo eterno, deve ter
possuído um eterno objeto de amor. Alguém para amar. Além disso, o perfeito
amor somente é possível entre iguais. Adão, na criação, num ambiente perfeito,
só se tornou completamente feliz quando foi criada uma pessoa igual para ele
poder amar. Nós somos assim, porque somos à imagem e semelhança de Deus. Deus é
amor. Sempre foi amor. Por toda a eternidade. E exatamente por isso decidiu vir
aqui em pessoa, na pessoa do divino Jesus, para morrer por nós, como tentei
provar para meu amigo testemunha [de Jeová], lá nos anos 1990.
Desde já, um muito obrigado.
Resposta:
Em primeiro lugar, vale trazer à
tona que 1 João 4:8 não diz que “o Pai é amor”, e sim que “Deus é amor”. Mas o trinitarista aplica corretamente tal passagem
ao Pai. Assim, por meio de tal argumentação, tal trinitarista admite, mesmo
inconscientemente, que Deus é somente o Pai!
E esse é um fato recorrente nas
argumentações trinitárias: em geral tais argumentações fornecem indícios, de
admissão consciente ou inconsciente, por parte dos trinitários, de que somente
o Pai é o Deus Todo-Poderoso, sem princípio de existência.
Quanto ao argumento desse senhor,
pode-se ver que ele parte da premissa inverossímil de que o sentimento do amor,
no caso do Pai, exige um relacionamento, exige a presença de outrem. A
argumentação desse senhor se fundamenta na filosofia, que tem por base a
experiência humana.
Acontece que a existência de
Jeová, o Criador, escapa à experiência humana. Isto porque ele vivenciou
eternidade passada, algo incompreensível à mente humana, que apenas experenciou
coisas que têm princípio. Diz a Bíblia sobre Jeová: “De eternidade [passada] a
eternidade [futura], tu és Deus.” – Salmo 90:2.
Embora o ser humano perfeito tenha
sido feito “à imagem e semelhança” de Deus (Gênesis 1:26), o ser humano não é
equivalente a Deus quanto às qualidades. Exemplo disso é a modéstia, que significa
o reconhecimento das limitações. Visto que Jeová não tem limitações, ele não
tem essa característica. Mas todas as suas criações a têm. Inversamente, suas
criações não têm eternidade passada, mas Jeová a tem. Tudo isso mostra que é
falacioso usar premissas humanas para definir ou medir Deus.
O ser humano depende de se
socializar para demonstrar seu amor e manter a saúde mental. No entanto, Jeová
é autossuficiente. Ele não depende de nada e de ninguém. Por que podemos
afirmar isso?
Porque a Bíblia mostra que o Filho
teve princípio:
“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.” – Colossenses 1:15.
“Ao anjo da congregação em Laodiceia escreva: Estas
coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.” – Apocalipse 3:14.
“Jeová me
produziu como o princípio do seu caminho, a primeira das suas realizações
mais antigas.” – Provérbios 8:22.
Assim, ela torna claro que o Deus de eternidade passada num dado momento
produziu, ou gerou, seu Filho primogênito. E toda a argumentação falaciosa desse
referido senhor cai por terra diante desse fato biblicamente comprovado.
A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da
Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
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Comentários
Para Deus ser amor, ele NÃO PRECISA NECESSARIAMENTE ESTAR USANDO SEU AMOR, da mesma forma como para alguém ser inteligente ele não precisa estar todo o tempo proferindo frases sábias ou resolvendo cálculos matemáticos. Ou ainda alguém para ser hábil no futebol não precisa estar todo o tempo em campo, fazendo gols e jogadas plásticas.
DEUS É AMOR pois é o amor é (e SEMPRE FOI) a ESSÊNCIA do seu inteiro Ser. O amor é a qualidade que GUIA e motiva todas as suas ações. Por isso que Deus sempre foi AMOR, mesmo antes de existirem outras pessoas a quem ele pudesse demonstrar essa singular qualidade.
Foi o único argumento trinitário coerente à primeira vista.
Obrigado!