Um filósofo de nome Marcião, no início do segundo
século EC, defendeu esse conceito.
Na verdade, Jeová é sempre o mesmo, imutável em sua
personalidade e padrões. Lemos em Malaquias 3:6: “Pois eu sou Jeová; eu não mudo.”
A mudança ocorreu com a conduta de seu povo
escolhido, não com Jeová. No começo, esse povo era rebelde e difícil de lidar,
conforme Deuteronômio 32:4, 5:
“A Rocha [Jeová] — perfeito é
tudo o que ele faz, pois todos os seus caminhos são justos. Deus de fidelidade, que nunca é
injusto; Justo e reto é ele. Eles é que se corromperam; não são seus filhos, o
defeito é deles. São uma geração pervertida e corrompida!”
Os 1.545 anos de treinamento sob o arranjo divino da
Lei mosaica preparou tal povo para o arranjo divino do cristianismo.
Observe que, no judaísmo antigo, havia mais de 600
leis codificadas, ao passo que, no cristianismo, não houve leis codificadas e
sim princípios gerais. Paulo disse que a lei é para o injusto, e não para o
justo:
“Ora, sabemos
que a Lei é boa, se for aplicada corretamente, reconhecendo-se que as leis são feitas não para o justo, mas
para os transgressores e rebeldes, ímpios e pecadores, desleais e
profanadores, para os que matam pai ou mãe, assassinos, para os que praticam
imoralidade sexual,
homens
que praticam o homossexualismo, raptores, mentirosos, para os que juram
falsamente,
e
para tudo que é contrário ao ensinamento sadio, o qual está de
acordo com as gloriosas boas novas do Deus feliz, que foram confiadas a mim.” –
1 Timóteo 1:8-11:
Assim, a profusão de leis em qualquer nação
demonstra o alarmante aumento da injustiça e desonestidade entre seus membros.
Também explica que a nação de Israel estava menos preparada para fazer a
vontade divina, haja vista que saiu da escravidão dura do Egito e do contato
com os deuses daquela nação. Já o cristianismo encontrou um povo preparado no
sentido de abominar a idolatria e de ter uma vida moral regrada. Assim,
dispensou leis codificadas e estabeleceu apenas princípios. A natureza do
cristianismo é, pois, principiológica.
Mesmo assim, vemos no "Velho Testamento"
como Jeová mostrou ser amoroso, clemente e misericordioso. Êxodo 34:6 descreve
Jeová como “Deus
misericordioso e compassivo,
paciente e cheio de
amor leal
e
de verdade”. Ele teve muita
paciência com aquela nação. A extraordinária paciência de Jeová foi descrita por
ele em Jeremias 7:23-25:
“Mas esta foi a ordem que lhes
dei: ‘Obedeçam à minha voz, e eu me tornarei o seu Deus, e vocês se tornarão o
meu povo.
Andem
sempre no caminho que eu lhes ordenar, para que tudo vá bem com vocês.’ Eles,
porém, não escutaram nem prestaram
atenção;
em
vez disso, andaram conforme seus
próprios planos, teimando em seguir seu coração mau. Andaram
para trás,
não para a frente, desde o dia em que os
antepassados de vocês saíram da terra do Egito até hoje. Por isso eu enviava a vocês todos os meus
servos, os profetas; eu os enviava dia após dia, vez após vez.”j
Veja o amor que ele mostrou com o profeta Jonas.
Lemos no livro de Jonas, capítulo 4:9-11:
“Deus perguntou a Jonas: ‘Você
acha certo ficar tão irado por causa do cabaceiro?’ E ele respondeu: ‘Eu tenho
razão para ficar irado, tão irado que quero morrer.’ Mas Jeová disse: ‘Você
teve pena do cabaceiro, que você não cultivou nem fez crescer; ele cresceu numa
noite e morreu numa noite. Será que eu também não deveria ter pena de Nínive, a
grande cidade,
em
que há mais de 120.000 homens que não sabem nem mesmo a diferença entre o certo
e o errado,
além
de seus muitos animais?’”
Aquele profeta questionou o Ser mais Poderoso de
todos, e este teve total paciência com o profeta! Em geral humanos em posição
levemente mais elevada que outros não aceitam questionamento de seus
subalternos. Mas Jeová, num sublime exemplo de amor, paciência e compaixão para
com seu profeta, raciocinou com ele, exemplificou com um cabaceiro, a ponto de
tocar profundamente o coração de Jonas, que posteriormente registrou por
inspiração o ocorrido.
E veja esta sublime expressão do amor de Jeová, em
Isaías 49:15, 16!
“Será que uma mulher [com
afeição natural] pode se esquecer do seu bebê, e não sentir compaixão pelo filho
do seu ventre? Mesmo que essas mulheres
se esquecessem, eu nunca me esqueceria de você. Veja! Gravei você na palmadas minhas mãos! Suas muralhas estão sempre diante
de mim.”
Poderíamos nos estender mais sobre o assunto, mas
creio que o que já foi aqui colocado é suficiente para mostrar o infinito amor
de Jeová na era pré-cristã.
Portanto, que confiemos de pleno coração em Jeová, “o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de ternas misericórdias e o Deus
de todo o consolo”. - 2 Coríntios 1:3.
A menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da
Tradução do Novo Mundo da Bíblia Sagrada, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
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fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
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