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http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/1102008075
“Nós esperávamos que este homem [Jesus] fosse o destinado a livrar Israel.” –
Lucas 24:21.
As palavras do texto acima foram
ditas por dois discípulos de Cristo três dias após a morte dele. A expectativa
desses discípulos era de que, em vez de ser morto, Jesus livrasse o povo de
Israel da colonização romana. Esse era o conceito que aqueles discípulos tinham
da obra do prometido Messias, ou Cristo.
Mas, será que esse era um
conceito restrito àqueles dois, ou a poucos discípulos de Jesus? A Bíblia
mostra que não. Por ocasião da ascensão de Jesus ao céu, 40 dias após sua
ressurreição, o relato de Atos nos informa:
“Tendo-se eles [os apóstolos,
versículo 2] então reunido, perguntavam-lhe: ‘Senhor, é neste tempo que
restabeleces o reino a Israel?’” – Atos 1:6.
Esse texto mostra que tal
conceito era generalizado, sendo aderido inclusive pelos apóstolos (talvez
tendo até procedido deles), que se tornariam a administração central do
cristianismo daquela época. Embora Jesus tenha corrigido seu modo de pensar
naquela ocasião, por serem imperfeitos continuaram a tirar conclusões erradas
em relação a doutrinas bíblicas.
Como os cristãos do primeiro
século lidaram com dúvidas e desapontamentos
Tomemos como exemplo o apóstolo
Paulo, membro da comunidade cristã do primeiro século. No ano 56 EC, ele já
havia escrito Primeira e Segunda Tessalonicenses, Gálatas, Primeira e Segunda Coríntios
e Romanos. Em pelo menos quatro dessas cartas inspiradas, Paulo havia
considerado abertamente o fim da Lei mosaica. (Gálatas 2:16, 18, 19, 21;
3:10-14, 19, 23-25; 4:1-7, 21-31; 5:18; 6:2; 1 Coríntios 9:20, 21; 2 Coríntios
3:2-16; Romanos 3:20, 23, 28;4:13-15; 7:6) No entanto, quando retornou a
Jerusalém, Paulo ouviu de seus irmãos cristãos o seguinte comentário:
“Observas, irmão, quantos milhares
de crentes há entre os judeus; e todos eles são
zelosos da Lei. Mas eles ouviram rumores a respeito de ti, de que tens
ensinado a todos os judeus entre as nações uma apostasia contra Moisés,
dizendo-lhes que não circuncidem os seus filhos nem andem nos costumes solenes.
O que se há de fazer, então, a respeito disso? Em qualquer caso, eles vão ouvir
que chegaste. Faze, portanto, o que te vamos dizer: Há conosco quatro homens
que têm um voto sobre si. Toma contigo estes homens e purifica-te
cerimonialmente junto com eles, e toma conta das despesas deles, para
que se lhes rape a cabeça. E todos saberão assim que não há nada nos rumores
que se contavam acerca de ti, mas que estás andando
ordeiramente, guardando também tu mesmo a Lei.” – Atos 21:20-24.
E o agravante é que os irmãos que
falaram isso eram da direção mundial da comunidade cristã da época. O versículo
18 esclarece que se tratava de “Tiago; e todos os [demais] anciãos”. Esses
mesmos homens concluíram sua exortação a Paulo com as palavras: “Quanto aos
crentes dentre as nações, já avisamos, dando a nossa decisão, de
que se guardem do que é sacrificado a ídolos, bem como do sangue e do
estrangulado, e da fornicação.” (Atos 21:25) Eram, portanto, os mesmos que
dirigiram o primeiro concílio apostólico em Jerusalém no ano 49 EC. – Atos
15:2, 6, 13-29; 16:4, 5.
Qual seria a reação de Paulo
diante do que ouviu? Será que ficaria extremamente desapontado, a ponto de
decidir abandonar o cristianismo, visto que os dirigentes do movimento cristão
estavam defendendo uma posição não bíblica? Pensaria em arrebanhar discípulos
cristãos para montar uma forma de cristianismo renovado, ou restaurado? Ou
procuraria discutir com os apóstolos e anciãos de Jerusalém, tentando
provar-lhes que a Lei já deixara de vigorar?
Paulo não fez nenhuma dessas
coisas. Ao contrário, seguiu o conselho deles! Após isso, Paulo foi preso,
conforme já havia sido providencialmente informado. (Atos 20:23; 21:10, 11)
Depois de ficar preso em Cesareia (c. 56-58 EC), Paulo foi preso em Roma (c.
59-61). De lá, Paulo foi inspirado a escrever a carta aos Hebreus, na qual ele
esclarece de vez a doutrina do fim da Lei mosaica. – Hebreus 3:16-4:11; 7:12;
8:7-13.
Vemos que Paulo esperou o tempo
de Deus, mediante Cristo, ajudar aos da dianteira da obra mundial da época a
entender a doutrina do fim da Lei mosaica. E o próprio apóstolo é que foi usado
para esse fim, talvez devido à sua humildade por esperar em Jeová. (Veja o
Salmo 27:14.) O que podemos aprender do exemplo de Paulo?
Como lidar com questionamentos
hoje
A organização das Testemunhas de
Jeová, devido à sua incessante e sincera pesquisa das Escrituras, com oração,
chegou a um entendimento amplo e profundo de maravilhosas verdades bíblicas.
Isso tem sido reconhecido até por teólogos da cristandade. Por exemplo, o
periódico sueco “Sökaren” (“O Pesquisador”) publicou na década de 70 uma
entrevista com Bertil Persson, clérigo, autor, redator e professor de religião.
Ele declarou: “Por detrás da fé que está sendo pregada pelas Testemunhas de
Jeová, há uma espantosa ciência bíblica de alta classe e de orientação
internacional.”[1]
Como resultado da pesquisa
bíblica e ajuda divina, as Testemunhas de Jeová restauraram as doutrinas
fundamentais da Bíblia, tais como:
1. Jeová é o Soberano Universal e o Deus
Todo-Poderoso. – Apocalipse 4:11.
2. Jesus Cristo é o Filho de Deus, e não Deus-Filho. –
Mateus 16:16.
3. O espírito santo é a força ativa de Deus. – Atos
4:31.
4. A Terra se tornará um Paraíso para os justos. – Salmo
37:29.
5. A alma é a própria pessoa, e é mortal. – Gênesis
2:7; Ezequiel 18:4.
6. Os mortos estão inconscientes. – Eclesiastes 9:5,
6, 10.
7. Não existe tormento eterno, e sim destruição
eterna. – 2 Tessalonicenses 1:9.
Essas preciosas verdades livraram
muitos milhões de pessoas dos falsos ensinos promovidos pelas religiões da
cristandade. Além disso, são ensinos que defendem uma das doutrinas
fundamentais da Bíblia – a doutrina do Resgate, ou da Redenção[2].
Porém, assim como os cristãos do
primeiro século tiveram conceitos equivocados, o mesmo seria de se esperar
hoje. Mas isso não tira o mérito pelo maravilho acervo de conhecimento bíblico “de
alta classe e de orientação internacional” que resultou da bênção
divina sobre a árdua e perseverante pesquisa da Palavra de Deus.
Há os que criticam as Testemunhas
de Jeová pela mudança de conceitos ao longo dos tempos, afirmando que já
fizeram mais de 300 mudanças. Porém, ao invés de merecer críticas, tais
mudanças são dignas de elogios! Afinal, além de serem demonstração de
humildade, tais mudanças são necessárias para se chegar cada vez mais a um
conhecimento acurado da Bíblia. As críticas devem ser dirigidas às religiões
que estabelecem dogmas irremovíveis, que impedem o progresso do conhecimento, e
mantém os adeptos presos a crenças antibíblicas.
Se houvesse algum motivo para
críticas, seria o fato de não se ter feito mais mudanças ainda. Mas, se não
foram feitas, não foi falha da direção celestial, e sim dos próprios humanos,
pois Cristo leva em consideração a limitação humana de seus discípulos. Ele
disse: “Ainda tenho muitas coisas para vos dizer, mas não sois atualmente
capazes de suportá-las.” – João 16:12.
Assim, seria extremamente
insensato alguém abandonar a organização de Jeová em função da discordância de
algum ensino, visto que tal ensino com certeza não conflita com as doutrinas
fundamentais da Bíblia, doutrinas essas que levaram tal pessoa a tornar-se
Testemunha de Jeová.
Notas:
[1] Citado na revista “A Sentinela” de 15 de outubro de 1977 (p.
632), publicada pelas Testemunhas de Jeová.
[2] Veja o artigo “A Cristandade e a Doutrina da Redenção”, neste site.
A
menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do
Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a
fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
Comentários
Assim, o amor, e não a perfeição no entendimento das Escrituras, é o sinal identificador da verdadeira organização cristã. – João 13:34, 35.
Eu queria muito que alguns chegasse a ler essa matéria!! Estou realmente emocionado com o que acabo de ler. Indiretamente, você acabou de me ajudar muito!!!! Jeová o abençoe, querido amigo.
Fico extremamente contente por saber que os artigos estão sendo tão úteis! Que Jeová continue a abençoar seus esforços. - 2 Crônicas 15:7.
Boa noite.
Respeito sua visão mas se o Geena Espiritual não é eterno como explicar o lago de fogo? O lago de fogo é algo literal conforme Apocalipse 20:10.
E como explicar a 2ª ressurreição para a condenação?
Um abraço
Luiz
Tanto a geena quanto o lago de fogo representam a destruição eterna. Veja os artigos "Por que a doutrina do INFERNO DE FOGO não tem sentido e nem é bíblica" e "O que é o 'Inferno'?" no canal "Tradução do Novo Mundo Defendida!"
Grande abraço!