Fonte da ilustração:
http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/1102014615
Este artigo abordará,
à luz da Bíblia, diversos argumentos que têm sido apresentados como alegada
prova da personalidade do espírito santo. Você está sendo convidado a
considerar ponderadamente as proposições que defendem essa tese, bem como o que
dizem as evidências bíblicas quanto a se existe legitimidade para tal
argumentação. [Subtópicos 1-3] Em seguida serão apresentadas as bases bíblicas
que estabelecem a verdade sobre o espírito santo. [Subtópico 4]
1. O “Consolador” é uma
pessoa?
No Evangelho de João, capítulos 14 a 16, Jesus faz referência ao
espírito santo como sendo o “ajudador” (grego parákletos), um termo
descritivo que algumas traduções colocam em maiúsculo, como sendo um título,
vertendo tal palavra como “Ajudador” (IBB), “Consolador” (Al;
ALA) e “Paráclito” (BJ), entre outros termos.
Contudo,
o fato de a Bíblia atribuir tal termo ao espírito santo não faz com que ele
seja uma pessoa; apenas mostra que uma de suas funções inclui dar ajuda ou
consolo aos servos de Deus. Assim, a Bíblia fala do “consolo do espírito
santo”. (Atos 9:31) Mas ela também menciona o “consolo das Escrituras”.
(Romanos 15:4) Portanto, a Palavra de Deus também fornece consolo, mas
evidentemente ninguém concluiria disso que ela é uma pessoa.
Adicionalmente,
a Bíblia mostra que até mesmo qualidades abstratas podem atuar metaforicamente
nessa função. O Salmo 119:76 declara: “Sirva a tua benevolência
para consolar-me.” E o Salmo 23:4 ainda diz: “Tua vara e teu bastão são as
coisas que me consolam.” Todas essas coisas impessoais cumprem o papel de
“ajudador”, ou de “consolador”. Assim, o fato de Jesus Cristo ter personificado
o espírito santo como “ajudador” ou “consolador” não fornece base para se
concluir que o espírito santo é uma pessoa.
Como exemplo de personificação (atribuição de características pessoais a algo
impessoal), note o que Paulo declarou em Gálatas 3:8: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de
justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a
Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.” (Almeida
Corrigida e Revisada Fiel) Fazer uma previsão envolve usar o intelecto
para fazer uma avaliação de fatos passados e presentes sobre o que estes
indicam quanto ao futuro. Assim, todo esse processo mental foi atribuído
figuradamente à Escritura. Em adição, o texto atribui voz pessoal própria à
Escritura, afirmando que ela fala e que ‘anuncia’. Mas tudo isso não passa de
personificação. E é claro que a personificação da “Escritura” não faz com que
ela seja uma pessoa.
Do mesmo modo, a Bíblia personifica o espírito santo, quando diz que ele
‘fala’, ‘ensina’, ‘testifica’, ‘ouve’, etc. (João 14:26; 15:26; 16:8, 13-15)
Mas, como vimos, a personificação não é em si mesma uma prova positiva de
personalidade. Ou seja, a personificação do espírito santo não prova que ele
seja uma pessoa. [1]
2. A palavra “outro” indica
que o espírito santo é uma pessoa?
O
espírito santo é descrito como “outro” ajudador em relação a Jesus Cristo. (João
14:16) A palavra grega para “outro” nessa passagem é állos, que
significa “outro” da mesma espécie. Com base nisso, alguns
trinitaristas afirmam que, uma vez que Jesus é uma pessoa, o “outro” ajudador
também teria de ser uma pessoa. Mas a comparação aqui não é no sentido de
Jesus e o espírito santo serem ambos pessoas. O texto não diz: ‘O Pai dará
outra pessoa’, e sim “outro ajudador”.
A
linha de comparação está na palavra “ajudador” (ou “consolador”, conforme
algumas traduções). Tanto Jesus como o espírito santo são descritos como
‘ajudadores’ ou ‘consoladores’. O espírito santo é “outro [állos]
ajudador” no sentido de que daria continuidade à ajuda prestada por Jesus na
promoção dos interesses do Reino de Deus, e de forma alguma tal passagem
poderia ser usada para provar a existência de uma suposta terceira pessoa dum
Deus trino.[2]
3. O uso de pronomes
masculinos indica que o espírito santo é uma pessoa?
Alguns trinitaristas
asseveram que João usou pronomes masculinos ao se referir ao espírito santo,
embora a palavra grega para “espírito” (pneúma) seja neutra, o
que exigiria gramaticalmente um pronome correspondentemente neutro. ‘Ao assim
fazer’ – dizem os trinitários – ‘João estava firmando a personalidade do
espírito santo’. Mas, será que João realmente usou pronomes
masculinos ao aludir ao espírito santo, violando propositadamente regras
gramaticais para assegurar aos seus leitores que o espírito santo é uma pessoa?
O que mostram os fatos?
Longe de ser assim, o
texto grego mostra que, quando a referência é ao “espírito”, palavra de gênero
neutro, o artigo e os pronomes correspondentes também estão no gênero neutro,
concordando gramaticalmente. Isso pode ser visto em João 14:17, que declara:
τὸ πνεῦμα τῆς ἀληθείας, ὃ ὁ κόσμος οὐ
o [neutro]
espírito da verdade, que [neutro]
o mundo não
δύναται λαβεῖν,
ὅτι οὐ θεωρεῖ αὐτὸ
pode
receber, porque não observa a ele[3] [neutro]
οὐδὲ
γινώσκει: ὑμεῖς γινώσκετε αὐτό.
nem
[o] conhece. Vós conheceis a ele[4] [neutro].
No entanto, quando a
referência é ao “ajudador” (parákletos), palavra que em grego é
masculina, o artigo e os pronomes correspondentes estão no gênero masculino, ao
passo que a palavra neutra pneúma (“espírito”) continua a
receber artigo e pronomes neutros. Veja isso abaixo, em João 14:26:
ὁ δὲ
παράκλητος, τὸ
πνεῦμα τὸ ἅγιον
o [masculino] ajudador,
o [neutro] espírito
o santo
ὃ
πέμψει ὁ πατὴρ ἐν τῷ ὀνόματί μου,
que [neutro] enviará o Pai em
o nome meu,
ἐκεῖνος
ὑμᾶς διδάξει πάντα.
aquele[5] [masculino]
vos ensinará todas as coisas.
Observe
que, quando a alusão é ao “espírito” (substantivo neutro), o artigo (tó
= o) e o pronome relativo (hó = que) também
são neutros. Por outro lado, o pronome demonstrativo ekeínos (“aquele”)
está no masculino, concordando com o substantivo masculino parákletos. Note
que a frase “o espírito santo, que o Pai enviará em meu nome” está intercalada
entre “o ajudador” e “aquele” (ekeínos), sendo uma expressão
parentética explicativa.
No
texto grego bíblico, o pronome ekeínos não precisa vir
imediatamente após o substantivo a que faz referência. O que ele precisa é
concordar gramaticalmente com tal substantivo. Por exemplo, Hebreus 12:25 usa ekeínos no
masculino plural (ekeínoi), fazendo alusão ao particípio masculino
substantivado plural (hoi akoúsantes) do versículo 19.
Hebreus
12:18, 19: “Pois, não vos chegastes ao que pode ser apalpado e que tenha sido
incendiado com fogo, e a uma nuvem escura, e a densa escuridão, e a uma
tempestade, e ao clangor de trombeta, e à voz de palavras, sendo que, ao
ouvi-la [literalmente: os ouvintes, hoi
akoúsantes] imploraram que não
se lhes acrescentasse nenhuma palavra.”
A passagem
diz respeito aos israelitas no sopé do monte Sinai, os quais são novamente
referenciados no versículo 25 com o pronome demonstrativo “aqueles”:
Hebreus 12:25:
“Cuidai de que não vos escuseis daquele
que está falando. Porque, se não escaparam aqueles
[ekeínoi] que se escusaram daquele que dava aviso divino na terra,
muito menos ainda nós, se nos desviarmos daquele que fala desde os céus.”
Um
exemplo no próprio Evangelho de João de ekeínos separado do
substantivo correspondente por uma longa frase encontra-se em João 9:11, 12:
Ele
respondeu: ‘O homem [hó ánthropos, substantivo masculino]
chamado Jesus fez barro e untou-me os olhos com ele, e disse-me: “Vai a Siloé e
lava-te.” Portanto, fui e lavei-me, e recebi visão.’ A isto disseram-lhe: ‘Onde
está esse [ekeínos, masculino] homem?’”
Em
João 14:12, o escritor usa o mesmo pronome no masculino para concordar com o
particípio substantivado (ho pisteúon) a que faz referência,
que também está no masculino.
João 14:12: “Digo-vos em toda a verdade: Quem exercer fé em mim [ho
pisteúon], esse [kakeínos, contração
de kaí e ekeínos: literalmente “e ele”]
fará também as obras que eu faço; e ele fará obras maiores do que estas, porque
eu vou embora para o Pai”
No
versículo 20, o mesmo pronome está no feminino para concordar com a palavra
grega para “dia” (heméra), que também é feminina.
João 14:20: “Naquele [em ekeínei]
dia sabereis que estou em união com o meu Pai, e vós estais em união comigo, e
eu estou em união convosco.”
E
no versículo 21 João usa ekeínos no masculino para concordar
com o particípio substantivado pelo artigo masculino (ho ékhon).
João 20:21: “Quem tem [ho
ékhon] os meus mandamentos e os
observa, este [ekeínos] é o que me ama.
Por sua vez, quem me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei e me mostrarei
claramente a ele.”
Coerentemente,
no versículo 26, o mesmo pronome é usado com referência ao substantivo
“ajudador” (parákletos), com o qual concorda gramaticalmente.
Outros usos no Evangelho de João do pronome ekeínos mantêm a
concordância gramatical. (João 6:57; 7:11, 29; 8:44; 10:1, 16; 18:15; 19:35;
21:23)[6] Assim, não há nenhuma base para concluir que ele deixaria de
seguir tal concordância gramatical nas passagens envolvendo o espírito santo na
função de “ajudador”.
Note
agora como João 15:26 mantém a mesma concordância:
Οταν ἔλθῃ ὁ παράκλητος
ὃν ἐγὼ
Quando chegar o [masculino] ajudador
que [masculino] eu
πέμψω ὑμῖν
παρὰ τοῦ πατρός,
enviarei
a vós do
Pai
τὸ πνεῦμα τῆς
ἀληθείας ὃ παρὰ τοῦ πατρὸς ἐκπορεύεται,
o [neutro]
espírito da verdade que [neutro] do Pai procede,
ἐκεῖνος
μαρτυρήσει περὶ ἐμοῦ.
aquele [masculino]
dará testemunho de mim.
Assim,
seguindo o mesmo padrão das passagens anteriores, observamos nesse versículo
que, quando a referência é ao “espírito” (neutro), tanto o artigo (tó = o) quanto
o pronome relativo (hó = que) são gramaticalmente
neutros. Mas, quando a alusão é ao “ajudador” (masculino em grego) tanto o
artigo (ho = o) quanto o pronome demonstrativo (ekeínos = aquele) são gramaticalmente masculinos.
Em
João 16:8, o apóstolo usa coerentemente ekeínos no masculino
ao se referir ao parákletos (versículo 7).
João 16:7,
8: “Não obstante, eu vos digo a verdade: É
para o vosso proveito que vou embora. Pois, se eu não for embora, de modo algum
virá a vós o ajudador [parákletos]; mas, se eu for embora, vo-lo enviarei. E, quando este [ekeínos] chegar, dará ao
mundo evidência convincente a respeito do pecado, e a respeito da justiça, e a
respeito do julgamento.”
Logicamente,
o uso de ekeínos em João 16:13 segue naturalmente o mesmo
padrão;
João 16:13: “No entanto, quando esse
[ekeínos, referindo-se gramaticalmente
ao parákletos] chegar, o espírito da verdade, ele vos guiará a toda a
verdade, pois não falará de seu próprio impulso, mas falará as coisas que ouvir
e vos declarará as coisas vindouras.”
Vale ressaltar em tudo isso que “gênero” é um aspecto linguístico que
permite classificar certas classes gramaticais (substantivos, verbos,
adjetivos, etc.) em um número fixo de categorias. Trata-se de um recurso
gramatical e não um indicador de personalidade.
Por exemplo, a palavra “sol” em grego (hélios) é
masculina, mas o sol não é uma pessoa. O amor (agápe) está no
gênero feminino, mas se trata, não de uma pessoa, e sim de uma qualidade – algo
abstrato. Por outro lado, “criança” (paidíon) está no gênero
neutro, mas se refere a uma pessoa. A palavra “espírito” (pneúma) é
gramaticalmente neutra, mas semanticamente pode se referir a uma pessoa, quando
se aplica a Deus e a anjos, e pode se referir a algo impessoal, quando, por
exemplo, se refere ao vento.[7] – João 3:8.
Por conseguinte, usar o argumento de que João usou pronomes masculinos
para a palavra “espírito” (que é do gênero neutro) para tentar provar a
personalidade do espírito santo demonstra desconhecimento da língua grega, bem
como expõe o proponente desse argumento ao ridículo, (1.º) por confundir
recurso gramatical com indicador de personalidade, e (2.º) por afirmar que João
violou regras gramaticais para provar uma doutrina, quando ele perfeitamente
poderia, dentro das
regras gramaticais, mostrar a personalidade do espírito santo, caso esta
realmente existisse.
Não podemos confundir gênero gramatical com semântica. O primeiro conceito
está ligado à flexão de categorias de palavras, ao passo que o segundo, ao
significado ou sentido das palavras dentro do contexto em que são empregadas.
Assim, como já demonstrado, uma palavra gramaticalmente masculina (ou feminina)
pode semanticamente se referir a algo impessoal (como é o caso do substantivo
masculino parákletos), ao passo que uma palavra neutra,
se o contexto permitir, pode se aplicar a seres pessoais.
No caso do espírito santo, o contexto bíblico o apresenta uniformemente
como sendo impessoal, e o uso de atributos pessoais com referência a ele não
passam de personificação, figura de estilo que consiste em atribuir sentimentos
e ações próprias de seres humanos a seres inanimados, impessoais e a conceitos
abstratos.[8]
4. Evidência bíblica da natureza impessoal do espírito
santo
Note abaixo as características aplicadas pela Bíblia ao espírito santo
que determinam, além de qualquer dúvida, a sua natureza impessoal:
ENCHE pessoas. – Êxodo 31:3; Atos 2:4.
Pode VIR SOBRE elas. – Juízes 3:10; Lucas 2:25.
Pode ESTAR ATIVO em pessoas. – Juízes 14:6; 1 Samuel 10:6.
É DERRAMADO. – Atos 2:17; 10:45.
PARCELADO.
– Números 11:17, 25.
SOPRADO. – João 20:22.
O espírito santo é comumente associado a coisas impessoais. A Bíblia
fala de ‘batizar com espírito
santo e com fogo’ (Mateus 3:11); de estar “cheio de fé e espírito santo” (Atos
6:5; 11:24); e de estar “cheios de alegria e de espírito santo”. (Atos 13:52) O
espírito santo dá testemunho, mas não junto com o Pai e o Filho (João 8:17,
18), e sim, junto com coisas impessoais, tais como a água e o sangue. – 1
João 5:5-8.[9]
Ademais, afirmar que o espírito santo é uma pessoa, além de ser
biblicamente incorreto, tendo em vista o contexto bíblico, também implica em
problemas teológicos desconcertantes para os defensores do dogma. Isso
levantaria questões intrigantes, tais como:
Por que Jesus não apresentou o espírito santo como testemunha junto dele
e do Pai? – João 8:17, 18.
Se Deus é uma Trindade, por que Jesus não disse: ‘Eu e o Pai e o Espírito Santo somos
um’? – João 10:30.
Por
que Jesus não mencionou o espírito santo, quando disse que a vida eterna
depende de conhecer o Pai e o Filho? – João 17:3.
Por
que ele disse que o Pai estava em união com ele e ele em união com o Pai, mas
não citou o espírito santo como parte dessa união? – João 14:10, 11; 17:21-23.
Por
que a “grande multidão” de salvos atribui a salvação ao Pai e ao Filho, mas não
ao espírito santo? – Apocalipse 7:10.
Por
que a Bíblia menciona “o trono de Deus e do Cordeiro”, mas não inclui o
espírito santo? – Apocalipse 22:1.
Por
que Paulo fala do “reino do Cristo e de Deus”, mas não inclui nesse reino o
espírito santo? – Efésios 5:5.
Por
que Jesus afirmou que somente ele e o Pai conhecem um ao outro plenamente, mas
não incluiu o espírito santo nessa relação de conhecimento mútuo? – Lucas
10:22.
Por
que João menciona que os cristãos têm parceria “com o Pai e com o seu Filho
Jesus Cristo”, mas não inclui nessa parceria o espírito santo? – 1 João 1:3.
Além
disso, se o espírito santo fosse uma pessoa, ele seria maior do que Jesus
Cristo, pois a blasfêmia contra o Filho é perdoada, mas contra o espírito santo
não.[10] – Mat. 12:32.
Todo
esse conjunto de provas biblicamente documentadas estabelece um nítido marco
divisório entre a clara doutrina bíblica da impessoalidade do espírito santo e
as pretensas, infundadas e antibíblicas afirmações de sua personalidade. Tal
conjunto probatório constitui uma evidência cumulativa e harmoniosa com a
inteira Bíblia Sagrada que só pode ser explicada pela veracidade do conceito
bíblico de que o espírito santo é, de fato, a força ativa de Jeová Deus.
Notas:
[2] Um artigo futuro analisará o uso
de állos e de héteros no texto grego do “Novo
Testamento”.
[3] Em português, quando ocorrem
expressões negativas (como o advérbio “não”), a colocação pronominal do pronome
pessoal do caso oblíquo átono é proclítica, fazendo o texto rezar: “Porque não o observa.”
[4] Em português predomina o uso de
pronomes oblíquos como complemento, ao invés de pronomes retos antecipados de
preposição. Assim, prevalece a tradução: “Vós o conheceis.”
[5] Ekeínos é
equivalente a “ele”, “ela”, “esse”, “isso”, “aquilo”, podendo ser traduzido por
esses pronomes conforme o gênero em que ocorre em grego.
[6] Em alguns casos ocorre a palavra kakeínos,
que nada mais é do que a contração da conjunção kaí (“e”) com
o pronome ekeínos.
[7] A palavra comumente usada para
“vento”, em grego, é ánemos. (Mateus 11:7; 14:30; Atos 27:14;
Efésios 4:14) Em João 3:8 o vento (grego pneúma) é personificado
como tendo vontade própria, quando Jesus disse: “O vento sopra para onde quer”
(de thélo = querer, desejar).
[10] É possível blasfemar contra
coisas impessoais. Por exemplo, é possível blasfemar contra o “nome de Deus” e
contra a sua “residência”. – Romanos 2:24; Apocalipse 13:6.
Contato: oapologistadaverdade@gmail.com
A
menos que haja uma indicação, todas as citações bíblicas são da Tradução do
Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada
pelas Testemunhas de Jeová.
Os artigos deste site podem ser citados ou republicados, desde que seja citada a
fonte: o site www.oapologistadaverdade.org
Comentários
Ainda sobre o Espírito Santo e questões gramaticais do grego, na Comma Joanina (1 Jo 5:7,8), trinitaristas supõem que exista elementos que suportem a deidade do Espírito, ou que apoiem a interpretação trinitarista dessas palavras.
NÂO LEMBRO exatamente como era a argumentação, acho que tinha a ver com os pronomes usados na passagem. Neste texto é como se estivesse faltando palavras (seriam as palavras ausentes na TNM) para que o texto ficasse com um grego impecável. Ou seja, as palavras "O Pai, a Palavra e o Espírito Santo" seriam o elemento que faltaria para o texto ficar completo. Levando em conta apenas "o espírito, a água e o sangue" ficaríamos com uma gramática defeituosa. Se me lembro bem, acho que li sobre isso no CACP.
Achei muito interessante um artigo que mostrou que assim como ele "guia" a nuvem de fumaça também "guiava" e por aí vai.
Agora na minha opinião seria bom postar um artigo explicando "COMO" ele faz isso.Por exemplo: se diz a bíblia que ele " ensina" COMO ele ensina,se diz que ele guia ria "COMO' ele guia,se diz que ele convenceria do pecado COMO ele faz isso,se diz que ele daria testemunho COMO ele faz isso sem ser uma pessoa.
Quanto a sua sugestão de explicar como o espírito santo realiza as coisas atribuídas a ele, eu realmente a considero válida, pois isso poderá ajudar as pessoas a entender melhor a personificação da a força ativa de Deus. Espero, num artigo futuro, considerar esse ponto.
Obrigado pela sugestão.
http://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2012/07/09/o-espirito-santo-e-uma-pessoa/
No blog do Queruvim seu artigo virou um debate. Se o senhor apologista não estava ciente, taí, rs, note o que o senhor Matias achou de suas matérias e como ele tenta refuta-las; o taxando de plagiador de Ário e se valendo do repetitivo Atos 5:4 e similares.
"
A palavra “mente” verte diversas palavras gregas aparentadas que expressam atributos da mente tais como a faculdade de raciocínio, a capacidade intelectual, a percepção mental, a inteligência, a razão, o pensamento, a intenção, a recordação, o estado ou conceito mental, a opinião e a inclinação, atitude ou poder mentais. Embora diversas traduções às vezes usem a palavra “mente”, nos mesmos casos outras traduções empregam os acima mencionados termos descritivos e específicos.
"
Sabe quais são essas palavras? Parecem muitas...o.0. É outro caso de superioridade da TNM (que também distingue diferentes palavras por exemplo para "homem" e "amor") ?
"
Nas Escrituras Hebraicas, a palavra “mente” ocorre em algumas versões como tradução de palavras hebraicas que, literal e corretamente, são “coração”, “alma” e “espírito”. — Compare isso com De 4:39 n; 2Rs 9:15, Ro; Ez 20:32, MC; veja CORAÇÃO.
"
Então, em certos textos a palavra "espírito" tem o sentido de mente?
A questão é que normalmente destacamos o sentido de espírito como fôlego, sopro, vento, força de vida e outros possiveis sentidos ficam mais ocultos.
A palavra grega para mente em 1 Corintios 2:16 é NOÛS (a mesma usada em Isaías 40:13 na LXX), a qual compreende tanto as faculdades de percepção e compreensão e as de sentimento, de julgar e de determinar; a faculdade intelectual, o entendimento. Além dessa palavra, há também LOGIKÓS (faculdade de raciocínio, Rom. 12:1), DIÁNOIA (capacidade intelectual, 1 João 5:20), EYGENÉS (mentalidade nobre, Atos 17:11), FRÓNEMA (mentalidade, Rom. 8:6, 7), NÓEMA (pensamento, 2 Cor. 10:5). Ademais, o verbo FRONÉO (pensar, ter a mente em, ter pensamentos ou atitudes) é corretamente traduzido por ‘ter atitude mental’. – Rom. 15:5; Fil. 2:5; 3:15.
A Tradução do Novo Mundo, publicada pelas Testemunhas de Jeová, procura ressaltar com maestria o pleno sentido desses termos conforme seu significado e uso no contexto bíblico.
Com relação à palavra “espírito”, uma de suas conotações inclui o sentido de impelente inclinação ou disposição mental, acepção que de certa forma tem ligação com emoções, pensamentos e desejos. Efésios 4:23 menciona a ‘força que ativa a mente’ (literalmente: ‘o espírito da mente’). (Veja a obra Estudo Perspicaz das Escrituras, pp. 40-41, publicada pelas Testemunhas de Jeová.) Veja também Romanos 8:16 e Atos 17:16.
Devido aos diversos e-mails e comentários no blog a respeito de “espírito”, em especial com relação ao espírito santo, pretendo, futuramente, produzir uma matéria sobre pneumatologia.
Mas um pormenor digno de nota no texto de Isaías 40:13 na Septuaginta, bem como na citação dessa versão grega por Paulo, é que tanto os judeus tradutores da Septuaginta como os cristãos do primeiro século não encaravam o espírito santo como sendo uma pessoa, pois a expressão “espírito de Jeová” foi vertida por eles como “a mente de Jeová”. (Rom. 11:34; 1 Cor. 2:16) Assim como a mente de uma pessoa não é a própria pessoa, mas faz parte intrínseca dela, o espírito santo, qual força que emana de Jeová, é parte intrínseca dele.
No caso dos espíritos impuros.
Você que vem um "espírito de demônio" ou seria a própria pessoa do demônio que adentra nos corpos de vitimas endemoniadas? Alguns sugeriram que tais espíritos não eram os seres em si, mas os efeitos da ações destes demônios sobre essas pessoas...
(Lucas 4:33) 33 Ora, havia na sinagoga um homem com um espírito, um demônio impuro
*** Nota de rodapé ***
Possivelmente: “com uma expressão inspirada dum demônio impuro”. Veja Re 16:14.
(Revelação 16:13-14) 13 E eu vi três impuras expressões inspiradas*, semelhantes a rãs, sair da boca do dragão, e da boca da fera, e da boca do falso profeta. 14 São, de fato, expressões inspiradas por demônios# e realizam sinais, e vão aos reis de toda a terra habitada, a fim de ajuntá-los para a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso.
* Nota de rodapé *
Ou “espíritos impuros”.
# Nota de rodapé *
Ou “de fato, espíritos de”
É um assunto profundo, daqueles que não se responde de forma plena em uma duas linhas. Esperamos sua matéria "Pneumetologia" ansiosos.
Prezado anônimo:
Forças ou objetos podem sim demonstrar sentimento EM LINGUAGEM FIGURADA:
“As colunas do céu tremem, e SE ESPANTAM da sua ameaça.” – Jó 26:11, ACRF.
“Que SE REGOZIJEM OS OSSOS que esmagaste.” – Salmos 51:8, IBB.
“ALEGRE-SE O CAMPO com tudo o que há nele; então SE REGOZIJARÃO TODAS AS ÁRVORES do bosque.” – Salmos 96:12, ACRF.
“Fez com que os muros e as paredes SE LAMENTASSEM.” – Lamentações 2:8, NVI.
A atribuição de sentimentos ao espírito santo não passa de linguagem figurada, personificação. Veja o artigo Estudo sobre Pneumatologia – Parte 5 neste site.
Mas, para mostrar que coisas também recebem a ação de pessoas, reagindo a elas, temos o texto de Jó 26:11: “As colunas do céu tremem e SE ESPANTAM da sua ameaça.” (ARC) Em outras palavras, tal ameaça causa espanto às colunas do céu.
Bom dia
Parabéns pelo empenho e esforço.
Em Jó 26:11, Salmos 51:8, Salmos 96:12, Lamentações 2:8 fala somente de objetos não-pessoais diferentemente do Espírito Santo que no contexto pode ser entendido como um ser pessoal. Você ainda pode argumentar que no caso o Espírito Santo não é um ser pessoal,tudo bem mas além de Ele ser Pessoal ele tem um natureza espiritual diferente das coisas inanimadas.
Um grande abraço
Luiz
fonte : http://www.infoescola.com/linguistica/prosopopeia/
Prosopopeia
Por Paula Perin dos Santos
Leia os versos a seguir, de Carlos Drummond de Andrade:
“As casas espiam os homens
Que correm atrás das mulheres.”
Observe que o eu lírico atribui uma ação própria dos seres humanos – espiar - a seres inanimados, “as casas”, personificando-as. A esse recurso estilístico chamamos prosopopeia.
Essa figura de linguagem consiste em atribuir vida e sentimentos humanos às coisas inanimadas e fazer falar a ausentes e mortos. Pires afirma existir dois casos de prosopopéia:
1. Personificação - reconhece traços e reações físicas de pessoas em coisas. Ex. “Os prédios são altos e se espreitam traiçoeiramente com binóculos na sombra”. (Rubem Braga)
2. Animismo – reconhece reações espirituais nas coisas. Ex. “Naquela noite serena”.
Veja outros exemplos de prosopopéia:
“O cipreste inclina-se em fina reverência
e as margaridas estremecem, sobressaltadas.
(Cecília Meireles)
“A ventania às vezes surpreendia
as janelas abertas do meu lar
e então as doces sombras se moviam
trêmulas, trêmulas a bailar”.
(Jorge de Lima)
“Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
(Machado de Assis)
A prosopopéia é bastante comum nas fábulas e apólogos, uma vez que nelas os animais e seres inanimados ganham vida e expressam características humanas: falam, pensam, brigam e expressam seus sentimentos.
Fontes
CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira em diálogo com outras literaturas. 3 ed. São Paulo, Atual editora, 2005, p.39.
PIRES, Orlando. Manual de Teoria e Técnica Literária. Rio de Janeiro, Presença, 1981, p. 102.
SAVIOLE, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. 15 ed. São Paulo, Ática, 408
TUFANO, Douglas. Estudos de Língua Portuguesa – Minigramática. São Paulo, Moderna, 2007.
FONTE: http://www.normaculta.com.br/prosopopeia-ou-personificacao/
Prosopopeia ou personificação
Prosopopeia (ou personificação) é uma figura de linguagem caracterizada pela atribuição de características, ações e sentimentos próprios de seres humanos a seres inanimados e a seres irracionais. Este recurso, muito utilizado na linguagem oral e escrita, aumenta a expressividade da mensagem, intensificando a transmissão de sentimentos e possibilitando a criação de um mundo mais mágico e poético.
Sendo uma das figuras de linguagem mais utilizadas na literatura, principalmente mas fábulas e apólogos, a prosopopeia é também muito utilizada em expressões do dia a dia, como: a vida é cruel, a cidade pede socorro, Carnaval pede passagem, entre outras.
Embora alguns estudiosos da língua defendam que há pequenas distinções entre a prosopopeia e a personificação, as duas são consideradas sinônimas, bem como sinônimas de metagoge, animização, antropomorfismo e animismo.
Exemplos de prosopopeia:
As folhas bailavam alegremente quando o vento passava por elas.
As nuvens andavam lentamente, esperando a chegada do irritado trovão.
O passarinho, furioso com a convencida arara, disse que ia embora.
O clássico piano enchia de solenidade a melodia que tocava.
Exemplos de prosopopeia na literatura:
“O cipreste inclina-se em fina reverência/e as margaridas estremecem, sobressaltadas.” (Cecília Meireles)
“A água não pára de chorar.” (Manuel Bandeira)
“E como hoje igualmente hão-de bailar/As quatro estações à minha porta.” (Sophia de Mello Breyner Andresen)
“Os choupos nus, tremendo arrepiadinhos,/O xaile pedem a quem vai passando.” (António Nobre)
“As casas espiam os homens/Que correm atrás das mulheres.” (Carlos Drummond de Andrade)
Fique sabendo mais!
- Prosopopeia tem sua origem na palavra grega prosopopoiía, estando relacionada com a representação de várias personagens feita por um ator nas dramatizações.
- Personificação é uma palavra formada por derivação sufixal, ocorrendo a junção do prefixo –ção ao verbo personificar, que se refere ao ato de atribuir caráter, dotes e qualidades de pessoa a alguma coisa.
Você afirma que o espirito santo “no contexto pode ser entendido como um ser pessoal”, mas não apresentou nenhum contexto que comprove isso. O fato é que o inteiro contexto da Bíblia como um todo apresenta o espírito santo como sendo algo impessoal, conforme os artigos deste site têm apresentado evidências.
Bom dia
Obrigado pela resposta e respeito a sua opinião.
No Salmo 23:4 aparecem dois objetos que "consolam" e vemos que são objetos materiais diferente do Espírito Santo que é um Ser e mesmo que o Espirito Santo fosse uma santa força mesmo assim seria algo espiritual e também nesse caso diferente dos objetos materiais citados no Salmo 23:4. Agora em relação ao Espirito Santo ser chamado de "Consolador" isso não define de forma defintiva que Ele não seja um ser pessoal como se tal santo ato excluísse automaticamente o fato dEle ser um ser pessoal na verdade não é um impeditivo para que Ele seja um Consolador. E se Jesus que foi e é um ser pessoal e deixou um consolador tal consolador deveria ser também um ser pessoal assim como Jesus.
Um grande abraço
Luiz
Você parte da premissa de que o espírito santo é uma pessoa e constrói seus conceitos encima dessa premissa. No entanto, o correto não é estabelecer uma premissa do seu interesse, e sim verificar o que realmente a Bíblia ensina a respeito do espírito santo.
Na questão de o espírito santo ser referido como “consolador” ou “ajudador”, veja o artigo “O ‘outro Consolador’ é uma pessoa?”
Abraços.
https://bibliacomentada.com.br/biblia/mobile/genesis-capitulo-4-versiculo-7-comentado-por-versiculo.html
Nestas traduções mostra o texto de Gênesis 4:7
Ali diz que o pecado está à espreita ou espera Caim, está agachado e Caim deve domina-lo.
Pois bem se o Espírito Santo é uma pessoa,concluímos que o pecado também o é.